Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

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MONITOR DA IMPRENSA


ASSASSINATO DE RAPPER

Nenhum suspeito foi preso desde março de 1997, quando o rapper Christopher "Biggie Smalls" Wallace, estrela da gravadora Bad Boy Records, foi assassinado em Los Angeles, Acredita-se que tenha sido uma vingança pela morte de Tupac Shakur, da gravadora Death Row Records, que ocorreu seis meses antes, em Las Vegas. Apesar da crença na briga entre as gravadoras de rap das costa Leste e Oeste, nada foi provado até agora, disse Warren Cohen [Inside, 15/5/01].

Na semana passada, no entanto, três novas reportagens ?Rolling Stones, New Yorker e Frontline ? reacenderam as suspeitas do envolvimento da Death Row na morte de Small, apontando alguns policiais do Departamento de Polícia de Los Angeles como possíveis cúmplices. No entanto, o Los Angeles Times mostrou que nada de efetivamente novo foi descoberto.

As novas matérias dão destaque ao escândalo na polícia de Los Angeles. Em junho, o policial desertor Rafael Perez será solto. Preso por roubar drogas que serviam de evidência em alguns casos, ele fez um acordo com os promotores para revelar a corrupção no departamento. É provável que em julho seja solto o presidente da Death Row Records, Marion "Suge" Knight. Ele cumpre sentença por assalto a mão armada.

As reportagens se baseiam em informações fornecidas por Russel Poole, um ex-detetive De Los Angeles que liderou a investigação do assassinato. Poole afirma que David Mack, antigo parceiro de Perez na polícia, tinha ligação com Small, e aponta o envolvimento de Amir Muhammed como cúmplice.

Em dezembro de 1999, o LA Times publicou matéria apontando Muhammed como suspeito no caso, baseando-se em revelações de Poole. Mais de um ano depois, o repórter Chuck Philips, também do Times, encontrou o suspeito, fez sua entrevista e descobriu que, embora Mack e Muhammed fossem suspeitos há muito tempo, nenhuma investigação mais profunda havia sido feita. O Times adiou matéria atualizada sobre o assunto após confrontos entre as editorias da região metropolitana e de negócios do jornal (como descrito em artigo da Brill?s Content de agosto). Embora outros repórteres continuem interessados em desvendar o caso ? o(s) assassino(s) de Small continua(m) solto(s) ? Philips acredita que não há novas evidências que justifiquem reportagens.

PAPELÃO

O jornal The Dallas Morning News, do Texas, deveria estar envergonhado, na opinião de Eric Celeste [Dallas Observer, 17/5/01]. Depois que a companhia de aviação Boeing, uma das 10 maiores dos Estados Unidos, anunciou no dia 21 de março que estaria procurando um novo local para se fixar ? abandonando Seattle ?, o jornal passou a publicar matérias bajuladoras e a enfatizar os prós de Dallas. Para Celeste, o Morning News simplesmente vendeu corpo e alma e, como seria de se esperar, quando a empresa optou por Chicago destilou veneno sobre o ? até um dia antes ? amante.

A Boeing estava indecisa entre Dallas, Denver e Chicago. Nas cinco semanas que se seguiram ao anúncio sobre a escolha, cada um tentou defender seu peixe, mas o Morning News extrapolou: foram 45 matérias sobre a empresa ? enquanto o Chicago Tribune publicou 17 e o Rock Mountain News, 26. Todas as matérias "compraram" slogans e princípios da Boeing. O processo da Associação Internacional de Mecânicos e da União Aeroespacial, contra a Boeing, por violação do contrato com os trabalhadores, obviamente não foi mencionado em nenhuma delas.

Na segunda quinzena de maio, a Boeing se decidiu por Chicago. No dia seguinte, quatro reportagens reforçavam a tese ? nova, de um dia para o outro ? de que a cidade estaria melhor assim.


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