Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Sindicato condena atentado contra jornalista de Rondônia

 

 

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presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Rondônia (Sinjor), Carlos Sperança, condenou mais um vez, em comunicado distribuído no dia 20/2, o atentado sofrido pelo jornalista Gessi Taborda da Costa, em Porto Velho, na madrugada (2h20) da última quinta-feira, dia 19, quando o carro e a residência de Taborda receberam vários balaços disparados de escopeta por duas pessoas ainda não identificadas.

Além do atentado, os agressores deixaram pregado no portão do muro da casa do jornalista um cartaz montado com recortes de jornais anunciando que ele está marcado para morrer.

A Federação Nacional dos Jornalistas Profissionais (Fenaj), com sede em Brasília, foi notificada pelo presidente do Sinjor que considera inaceitável “mais esta violência praticada contra profissionais em Rondônia”. Ele acredita que a categoria, no plano nacional, deve solidarizar-se com Gessi Taborda, “pois está perfeitamente claro que o objetivo do ataque à casa do jornalista é o de intimidar os profissionais da imprensa na divulgação de notícias e nas críticas que desagradam a políticos e pessoas influentes na economia rondoniense”.

O carro do jornalista rondoniense, que estava estacionado no quintal de sua casa, sofreu 27 perfurações de bala, ficando com sua traseira bem danificada. Outros projéteis atingiram o banheiro externo da residência, bem como um apartamento onde dormiam a filha e o neto do jornalista.

Segundo o próprio Taborda, na semana anterior ao atentado seus familiares receberam ligações telefônicas contendo ameaças contra sua pessoa, ameaças estas que não foram levadas a sério. Ao relembrar o fato, o jornalista comentou que as ameaças começaram exatamente no dia em que publicou na sua coluna, “Em Linhas Gerais”, editada três vezes por semana no jornal O Estadão do Norte, nota criticando a propaganda eleitoral extemporânea do senador Ernandes Amorim, virtual candidato ao governo de Rondônia pelo PPB.

As críticas motivaram reclamação do senador aos colunistas do jornal, através de fax enviado para Paulo Queiroz, que, além de assinar a coluna “Política em 3 Tempos”, é também o secretário adjunto do governo de Valdir Raupp.

O fax do senador foi repercutido por Taborda, em tom crítico, na sua coluna do sábado que precedeu o ataque. Mas o próprio jornalista não atribui, mesmo com as evidências, a autoria intelectual do atentado ao senador que em Rondônia tem fama de ser truculento e gostar de resolver suas diferenças com a imprensa na base de atos violentos. Amorim, quando prefeito de Ariquemes, invadiu os estúdios da rádio clube daquela cidade para agredir um jornalista que fazia um comentário desfavorável à sua política. Gessi Taborda é considerado um jornalista de linguagem contundente nos comentários da política local. Seu texto, dizem os próprios companheiros do jornal O Estadão do Norte é irreverente e sem papas na língua. Com isso, o jornalista coleciona desafetos na mesma proporção de leitores assíduos. (….)

Para o jornalista, o atentado confirma a previsão de que as eleições este ano no estado de Rondônia serão, mais uma vez, perigosas. Ele atribui estes fatos à impunidade existente. Em Rondônia vários casos de violência praticadas contra a imprensa caíram no esquecimento e ninguém foi punido.

Ainda recentemente um radialista do interior do Estado, Marinaldo Souza, foi assassinado na capital. O ex-deputado federal Nóbel Moura foi acusado e condenado como mandante mas fugiu antes de ser preso e até hoje continua foragido. Outro caso rumoroso foi o de José Wilton Pereira Guedes, crime pelo qual até hoje ninguém pagou. A política é particularmente violenta em Rondônia. O ex-senador Olavo Pires foi metralhado por pistoleiros profissionais na presença de dezenas de testemunhas e até hoje, malgrado investigações da Polícia Federal e da Polícia Civil, o crime não foi convenientemente esclarecido.

Diante de todo este histórico, o jornalista Gessi Taborda comunicou às autoridades do Estado o crime praticado contra ele e sua família, pedindo segurança para continuar exercendo sua profissão e para tranqüilizar sua família. E pediu, também, que não só as entidades representativas dos jornalistas busquem denunciar o fato, exigindo providências para acabar com o clima de intimidação existente no Estado, mas que “toda a imprensa nacional seja solidária com os jornalistas que exercem sua atividade numa terra onde pessoas ainda morrem como passarinho”. 

Para maiores informações estadão@ronet.com.br O Estadão do Norte – (069) 225-3001 Carlos Sperança – Presidente do Sinjor – Fone (069) 224-3434 Diário da Amazônia – (069) 224-1420 Gessi Taborda – (069) 981-2846 – 225-2433 – taborda@enter-net.com.br SECOM – (069) 223-2995 Paulo Queiroz – (069) 981-4126