JORNAIS INDEPENDENTES
"Nossa democracia é muito mais frágil do que gostaríamos de admitir", declarou Frank Blethen, publisher do Seattle Times. "E a concentração da mídia em grandes companhias públicas é uma das ameaças a sua sobrevivência." Em simpósio que discutia o futuro de jornais independentes, controlados por famílias, os editores se definiram como espécie ameaçada de extinção: rara e vulnerável.
Embora não tenham chegado a um consenso, os participantes da conferência, organizada pela Universidade de Illinois e pelo jornal News-Gazette, discutiram sugestões como a limitação da propriedade de meios de comunicação ? cruzada que promete ser difícil, visto o empenho do presidente da FCC, Michael Powell, a favor da desregulamentação ? e o lançamento de veículos sem fins lucrativos subsidiados pelo público.
Segundo Kathy Bergen [Chicago Tribune, 12/9/02], apenas 250 dos 1.500 diários americanos são dirigidos por famílias; há uma década, este número era de 358. A tendência sempre preocupou um número reduzido de ativistas e acadêmicos, que alertavam sobre o perigo das fusões de grandes conglomerados de mídia. Agora, até editores de grandes jornais parecem ter aderido, como Blethen. E ele sabe do que está falando, pois tem a gigante Knight Ridder em sua cola: a companhia tem 49% das ações do Seattle Times Co., um casamento, segundo Bergen, que só pode ser descrito como hostil.