Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Sociedade quer entender

ESPÍRITO SANTO

Victor Gentilli

O Ministério Público Federal pediu a prisão preventiva de seis deputados estaduais do Espírito Santo: o presidente da Assembléia Legislativa, José Carlos Gratz, que reelegeu-se mas não se diplomou (por decisão judicial num processo de compra de votos) e outros cinco deputados também reeleitos. Na origem da decisão, um rastreamento de cheques emitidos por Carlos Guilherme Lima, com prisão preventiva decretada sob acusação de ser gerente financeiro do crime organizado.

O rastreamento dos cheques foi feito pela missão especial que substituiu a intervenção solicitada no ano passado pelo Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana.

A despeito da enorme importância do caso, os jornais tratam-no com extremo descaso. É certo que houve uma matéria, de A Tribuna, com entrevista do procurador-chefe do Ministério Público Federal no estado, Henrique Herkenhoff. O procurador esclareceu que dos 26 cheques, 18 foram cair em contas de deputados estaduais. Os cheques, todos no valor de 30 mil reais, foram emitidos exatamente seis dias depois da eleição de Gratz. Segundo o procurador, embora seis deputados tenham tido a prisão preventiva decretada, 18 foram indiciados no inquérito. Como estes deputados não podem votar o pedido de processo contra eles mesmos, os outros 12 deputados não dariam quórum para sequer abrir os trabalhos. Assim, a imunidade parlamentar não pode impedir a ação da Justiça.

Os jornais noticiaram que o pedido de prisão preventiva só deverá ser julgado depois de encerradas as férias forenses.

Os jornais informaram que esses deputados não têm comparecido à Assembléia Legislativa capixaba.

Mas até hoje os jornais não informaram:

** Qual a possibilidade desses deputados de fato serem presos?

** Quem são seus suplentes?

** Os suplentes tomariam posse?

Não se pede nenhuma informação especial. Apenas a informação básica que o cidadão tem o direito de saber.