MERCADO FINANCEIRO
Os chefes de 12 empresas americanas de jornais com ações no mercado financeiro levaram para casa uma média de US$ 3,6 milhões no ano passado. É o que cada um ganhou em salários, bônus, dividendos e outras compensações. Se dividendos não fazem parte do pacote de compensações de um CEO, a American Journalism Review (AJR) incluiu-os para refletir o faturamento total dos CEOs e dar uma idéia de quão dependentes eles estão da performance financeira de suas empresas.
As ações de Donald E. Graham, presidente da Washington Post Co., por exemplo, receberam US$ 4,4 milhões em dividendos no ano passado. Segundo Alicia C. Shepard [AJR, julho-agosto/01], os números vêm de declarações das empresas, divulgadas todo ano para informar aos acionistas como compensaram os cinco maiores executivos no ano anterior. Neste ano, a prática será particularmente infeliz, devido ao impressionante aumento de lucros e ganhos em 2000, embora as empresas jornalísticas experimentem cortes dolorosos.
A maior parte das 13 companhias avaliadas pela AJR obteve crescimento de dois dígitos em 2000. A média de margem de lucro operacional foi de 22,7% ? a mais alta já vista. O corte no orçamento deste ano visa amenizar a forte queda desses picos tão altos. Para tentar contornar a situação, em vez de pagar salários mais altos as empresas jornalísticas oferecem cada vez mais incentivos baseados em ações. A equipe trabalhará mais para aumentar o valor da ação se os próprios executivos ganharem quando a companhia vai bem. Se não estiver bem, a administração sofre junto com os acionistas.
Nas 365 maiores empresas dos EUA, a média de ganho de um CEO ficou em surpreendentes US$ 13,1 milhões no ano passado, segundo tabela da Business Week. Para os críticos, o modelo é míope: recompensa atitudes que elevam rapidamente a lucratividade, mesmo prejudicando o empreendimento a longo prazo, por diluir sua qualidade.
