Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Talk show inocentado

TELETIPO

Um tribunal de apelações inverteu a decisão judicial que responsabilizava o produtor e o distribuidor do Jenny Jones Show pelo assassinato de Scott Amedure. Scott participou do programa revelando sua atração pelo colega Jonathan Schmitz, que o matou três dias depois. A família Amedure processou a Warner Bros e a Telepictures alegando que Schmitz, hoje na prisão, fora levado a acreditar que o admirador secreto era uma mulher. Segundo Dee-Ann Durbin [AP, 23/20/02], dois juízes consideraram que o programa não tinha como prever a reação do convidado, mas o juiz William Murphy discordou, afirmando que os produtores falharam ao não verificar o histórico de Schmitz, que incluía doença mental, uso de álcool e drogas e tentativas de suicídio.

A proibição de propaganda de tabaco deve virar lei até o fim do ano na Inglaterra. Claire Cozens [The Guardian, 22/10/02] revela que os anúncios de cigarro já foram banidos da TV há algum tempo, mas a lei permitia comerciais na mídia impressa. A nova medida deve impedir que as companhias de tabaco financiem eventos esportivos, inclusive a Fórmula 1. O governo alega que a legislação pode salvar até três mil vidas por ano e reduzir custos do sistema de saúde. Os conservadores alegam que não foi provada nenhuma relação entre a propaganda e o número de pessoas que começam a fumar, e que os jovens poderiam ser privados de oportunidades se os esportes perderem o patrocínio das empresas.

Esquentando o debate sobre se jornalistas devem ou não testemunhar no tribunal de crimes de guerra, a premiada correspondente Janine Di Giovanni, que já cobriu conflitos como o da Bósnia e da Chechênia, declarou que eles têm o dever de dizer o que viram se forem convocados. "Estou um tanto dividida. De um lado penso que, como jornalistas, temos uma obrigação. Eu testemunharia, mas entendo a reserva de Jonathan Randal [ex-repórter do Washington Post que se negou a colaborar]. É uma posição inconveniente e perigosa, mas faz parte do nosso trabalho." Informações de Ciar Byrne [The Guardian, 25/10/02].