Edição de Marinilda Carvalho
Temas quentes como mídia e narcotráfico, universidades, MST, Copa e Disque 0900 continuam repercutindo aqui no Caderno do Leitor. Também sensibilizaram os navegantes deste site alguns assuntos novos, como o fim melancólico do jornalismo no SBT, a comunicação via Internet e a febre de retratações na imprensa americana.
A respeito deste último tema, o leitor Maurelio Menezes (seria Marco Aurélio?) faz uma pergunta: qual o verdadeiro sentimento de um repórter, de uma equipe quando sai para fazer uma matéria? A resposta que ele dá não é nada agradável para a categoria.
A quinzena foi quentíssima para a atividade jornalística no Rio, da Bolsa de Valores, na Praça 15, à Clínica São Vicente, na Gávea, mas apenas um leitor comenta aqui a edição do Jornal Nacional de 21/7, na qual, segundo computou o Jornal do Brasil, o leilão das teles mereceu espaço de 4 minutos e 35 segundos, contra 10 minutos inteiros dedicados ao nascimento de Sasha Meneghel. Estranho… por que será?
Para encerrar: episódio do Shopping Osasco Plaza, envolvendo dois jornalistas de São Paulo, está esclarecido. E o culpado, ao que tudo indica, era o “mordomo”.
D. Ilka Zanotto, mãe de um dos acusados de responsabilidade na tragédia, enviou dossiês diferentes a Luís Nassif (Folha) e Paula Pereira (Estado). Estranho… por que será?
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Clique sobre o texto sublinhado para ler a íntegra das cartas.
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Conversei com dona Ilka [Zanotto, mãe de um dos acusados no processo referente à explosão do shopping Osasco Plaza] que me disse o seguinte: o dossiê onde elogiava o Estadão foi de 1996, época em que a cobertura do jornal era feita por Renato Lombardi, que, segundo ela, ouvia os dois lados.
Depois que Renato saiu e Paula Pereira assumiu a cobertura, segundo dona Ilka, nunca mais se conseguiu que as informações dos administradores fossem veiculadas. A Paula recebeu o dossiê na mesma época que eu. Portanto, além de não divulgar a informação e sequer cobrir a entrevista coletiva do técnico, Paula se apropriou de elogios alheios.
Gostaria, se possível, que esta carta fosse anexada ao dossiê Shopping Osasco Plaza.
Luís Nassif, 21/7/98
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Conversei com Luís Nassif no dia 22 de julho. Expliquei que o dossiê que dona Ilka me mandara não era o mesmo de 1996, mas fora atualizado com novas reportagens e informações. Na capa do dossiê estava manuscrita a mensagem: “Entregue a Paula Pereira em 1 de julho de 1998”. Expliquei a Nassif – e ele parece ter concordado – que era muito estranho ela ter mandado ao OBSERVATÓRIO e a ele um dossiê, e a mim outro, antigo, porém atualizado com novas informações.
Ele entrou em contato com meu editor e preferiu não publicar a queixa de dona Ilka em sua coluna, por concordar que essa atitude dela era estranha.
Diante disso, concluo o que já havia alertado desde o princípio. Na minha opinião, o jornalista Luís Nassif não deveria ter publicado informações sobre o caso valendo-se apenas do dossiê de Dona Ilka como fonte. Essa confusão em torno do dossiê deixa clara a parcialidade previsível da mãe de um dos réus.
Por fim, a polêmica foi levantada não apenas por causa dos ditos elogios a este ou àquele veículo, mas à conduta de se assumir uma única e parcial versão como verdadeira. Acredito que tudo esteja esclarecido agora. Agradeço se puderem adicionar estas informações à seção Carta do Leitor do OBSERVATÓRIO, uma vez que, na conclusão dos fatos, sou descrita como “leviana”. A falha está em quem não ouviu todas as partes ou acompanhou devidamente a cobertura do caso, ou em quem enviou documentos dúbios com objetivos pouco claros.
Uma correção na cronologia que Mauro Malin faz do jornalismo do SBT. O Bóris é anterior ao Aqui Agora imaginado por sérios profissionais não para ser o que acabou indo ao ar, mas um programa que realmente revolucionasse o fazer jornalismo (entre estes profissionais estavam Amaury Soares, hoje diretor regional do jornalismo global em São Paulo; por não concordar com a mudança feitas às vésperas da estréia pelo Sílvio, foi embora, depois de ser por algumas semanas o primeiro editor-chefe do Aqui Agora). O Silvio usou o Aqui Agora para alavancar a audiência do TJ…. E daí ter imposto o estilo Gil Gomes ao programa.
Maurelio Menezes, TV Centro América – Jornalismo
Mauro Malin comenta: “Todas essas histórias precisam ser contadas. O ideal seria que fossem contadas quando estão acontecendo. Mas isto, certamente, é querer demais.”
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O mais triste de tudo são as demissões. Vários companheiros demitidos num mercado cada vez mais fechado.
Lendo sobre o jornalismo de Sílvio Santos, de Mauro Malin, não pude deixar de fazer este comentário: que lixo o Jornal Nacional colocou hoje (21/7) no ar! É inacreditável. Quase um terço do jornal ficou por conta de contar a história do nascimento do bebê da Marlene, digo, da Xuxa. Ridículo. Pior do que o conteúdo do noticioso, foi a cara do âncora no final do jornal. Lamentável. Se estivesse no lugar do apresentador, pediria demissão!
Um dia antes da privatização da Embratel, será que não dava para falar um pouco sobre o assunto????????????????????
João Lucas, jornalista, Belo Horizonte
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O consumo de drogas está diretamente ligado à base educacional, à estrutura familiar e propensão do indivíduo ao uso.
Uma saída seria uma campanha maciça e constante do governo, da sociedade e dos meios de comunicação não somente aos usuários e possíveis usuários, mas também aos educadores, pais e patrões, sobre os danos e malefícios do uso de drogas.
É um dever da imprensa fazer total cobertura das graves doenças e das mortes dos famosos. O insuportável é exatamente a monotonia e a falta de diversificação nas informações, que se arrastam, as mesmas, por dias.
E o que mais me indigna é a importância que se dá a estas mortes a julgar pelo espaço, o tempo e as homenagens feitas. A imprensa passou a imagem de que os Mamonas Assassinas foram mais importantes do que Tom Jobim!
Achei muito pertinente tudo o que Débora Thomé escreveu sobre o artigo “Como você não curtiu?”, que saiu em Veja. Só queria fazer um adendo a tudo o que ela colocou de forma tão correta. Creio que a principal discussão aqui é sobre o poder que está nas mãos do jornalista – sobretudo o crítico, que lida mais diretamente com o universo da opinião e da formação da opinião.
Infelizmente, não posso me alongar na discussão pois tenho que ir trabalhar agora. Porém, queria registrar que julgo este debate de suma importância e espero que ele não pare por aqui.
Fazemos (eu e outro jornalista, João Garcia) as tiras Os Cientistas, publicadas no Correio Popular, de Campinas, há quatro anos. E um dos temas mais saborosos que abordamos com freqüência é o relacionamento entre jornalistas e cientistas, com muitas idéias próximas ao Ofjor Ciência 98. Caso queiram que lhes enviem as tiras sobre este magnífico assunto, por favor, avisem.
Nota: Nós queremos! Queremos sim, não queremos??? Para publicação na próxima edição!
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Como mero estudante de 2? ano de Jornalismo, acho muito válido que as universidades (professores e alunos) emitam suas opiniões em um espaço como o OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA. A consciência crítica não deve ser apenas restringida à vida escolar e sim, partilhada entre todos os que têm o mesmo objetivo em comum.
Fabrizio Leonardo, Universidade Metodista de São Paulo
O nosso Observatório está cada vez melhor. Parabéns!
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Parabéns: o OBSERVATÓRIO NA TV está, pouco a pouco, encontrando seu ritmo e se firmando como um dos programas obrigatórios da televisão.
Bravo! O fiasco na cobertura do caso Ronaldinho tornou real a anedótica estória “não foi possível escrever a grande matéria sobre a estréia do espetáculo, pois o teatro pegou fogo”. E parcas informações sobre o incêndio em si. Abraços cúmplices.
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A leitura do OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA (versão impressa) é, antes de mais nada, uma abertura para um entendimento mais profundo das contradições da imprensa. Hoje, este mundo globalizado esqueceu de uma coisa importante: pensamento critico. Obrigado pelos momentos de reflexão.
Nelson Gomes, diretor do programa Pequenas Empresas Grandes Negócios, vice-presidente da Associação dos Profissionais de Propaganda e, principalmente, pupilo de Alberto Dines na PUC-RJ, lá pelos idos dos anos 60.
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Viva!!! É a primeira vez que chego a esse site, estou impressionadíssimo, vou ficar freguês. E vejo que A. Dines continua com todo o punch que tinha nos tempos de sua página no Pasquim. Parabéns a todos.
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Viviane Horácio, 22 anos
Jornais como a Folha de S. Paulo e revistas como Veja, ambos ligados ao UOL, não podem mais ser acessados por não-assinantes. Particularmente, acho isso uma estupidez. Minha preocupação maior, no entanto, é que vocês, por serem ligados ao UOL, sigam o mesmo caminho. Espero que isso não aconteça porque senão só poderei acompanhá-los pelo programa na TV Educativa. Recuso-me a dar 22 reais ao UOL apenas para ler edições diárias de jornais.
Resposta: Não há hipótese de que o OBSERVATÓRIO, que se concebe como serviço público, venha a cobrar pelo acesso a suas páginas.
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Resposta
Washington Luiz de Araújo
Estou cada vez mais decepcionada com a atuação da Veja nesse ano eleitoral. Como se não bastassem a capa “satanizada” de João Pedro Stédile e as críticas ferrenhas ao MST, agora o ataque é direto ao Lula. A afirmação de que Nelson Mandela não estava nem um pouco à vontade ao lado do candidato do PT e realmente feliz junto a FHC soou falsa e eleitoreira. A impressão do repórter tida como verdade absoluta se mostrou maniqueísta e indigna de estar impressa em um dos maiores formadores de opinião da imprensa brasileira.
Gostaria que o assunto fosse debatido no OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA.
A Justiça deveria intervir também no 0900 na área de Tele Sexo, Tele Namoro e nas outras dezenas de modalidades de charlatanismo e propaganda enganosa que infestam a TV. Ninguém agüenta mais ser bombardeado praticamente 24 horas por dia com este tipo de programação. Onde está o Conar?
Sem feitos, sem prantos, assinado Sílvio Santos
Telhado de vidro (caso Osasco)
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