Edição de Marinilda Carvalho
O destaque desta edição são as cartas de dois repórteres.
Primeira carta: Paula Pereira, do Estadão, escreve ao OBSERVATÓRIO para criticar artigo do colega Luís Nassif na Folha, sobre o caso da explosão no shopping de Osasco. Nassif diz no artigo – coincidentemente, publicado em nossa seção Entre Aspas – que D. Ilka Zanotto, mãe de um dos acusados de responsabilidade na tragédia, teria elogiado a isenção de apuração apenas da Folha e da TV Cultura. Paula afirma que D. Ilka elogiou o Estadão também. Vale a pena ler a longa carta que D. Ilka enviara tempos atrás ao OBSERVATÓRIO, que reitera o que Nassif diz.
Segunda carta: a resposta de Nassif, que dá nova dimensão ao episódio.
O assunto é delicado. Estamos aguardando manifestação de D. Ilka para posteriores esclarecimentos. No pé desta página, o leitor encontrará links para o artigo de Nassif e a primeira carta de D. Ilka ao O.I..
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Clique sobre o texto sublinhado para ler a íntegra.
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Tive a oportunidade de ler artigo referente ao assunto extremamente sério sobre veracidade de informações. Acredito que tal fato deva ser amplamente debatido junto à imprensa, especialmente buscando-se uma co-responsabilidade da mesma em fatos em que ocorra desgaste de imagem de setores, pessoas e instituições. Muito se fala a respeito da Lei de Imprensa, mas acredito que este tema mereça um fórum específico de esclarecimento para o público em geral.
Faço parte da diretoria de um grande hospital em São Paulo que há alguns dias viu-se envolvido em uma fofoca jornalística, e acho que tais fatos não podem passar sem o devido registro.
Claudio Lottenberg, Hospital Albert Einstein
A questão da concentração da informação pelos grandes conglomerados transnacionais é uma conseqüência direta do contexto neoliberal.
Atualmente, vivemos um boom de notícias. No entanto, os interesses desses grandes grupos se refletem diretamente no conteúdo das mesmas.
A retórica da “livre concorrência” parece estar produzindo um novo tipo de censura, comandada pelos interesses mercado.
Então me pergunto: onde fica a “imparcialidade” do jornalismo contemporâneo?
Leonardo de Araújo e Mota, sociólogo, Fortaleza
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Buscando na Internet algo relativo à crítica de mídia encontrei essa revista, parabéns. Não sou jornalista, nem trabalho no setor de comunicação, entretanto, é tema que me interessa e preocupa.
Gostaria de participar desse caderno, perguntando: no trabalho do prof. Venício, “O Mapa da Mídia”, não vi citação à Rede Record de Edir Macedo. Será que essa empresa, a Igreja Universal, ainda está tão por baixo, a ponto de o SBT ser citado num trecho do trabalho e a Record não? Seria interessante que a revista atentasse para eles, porque eles não estão para brincadeira…
Salvador Benevides
Resposta do professor Venicio A. de Lima
Que eu saiba a TV Record – ao contrario das outras redes citadas no texto – não está envolvida em nenhuma transação de compra, joint venture ou parceria nas novas áreas abertas no setor de comunicações, a partir da quebra do monopólio do Estado nas telecomunicações.
Se o leitor souber de alguma coisa nessa área, gostaria muito que ele partilhasse a informação conosco.
Venicio A. de Lima, Núcleo de Estudos sobre Mídia e Política, Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares, Universidade de Brasília
Comentário injusto o do texto “Jornais cobrem jogos de olho na TV”. Todos os que estavam no La Beaujoire de Nantes, no dia de Brasil x Marrocos, viram a discussão entre Dunga e Bebeto, e já não se falava em outra coisa na tribuna de imprensa antes mesmo do encerramento do primeiro tempo. Sem querer minimizar a influência excessiva da televisão na pauta dos jornais (é bom lembrar que estes também pautam, felizmente, a TV), nesse caso a crítica é descabida.
André Fontenelle, editor-executivo de Lance!
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A afirmação de que os jornais chegaram praticamente no mesmo horário no domingo, com a cobertura do jogo Brasil x Chile, não é verdadeira. Sou assinante da Folha de S. Paulo em Recife, e só recebi a edição daquele domingo na segunda-feira. Preferia receber a “morna edição” tradicional do que ficar sem jornal nenhum. O fato serviu como exemplo para mim de que a edição de domingo é fechada na sexta-feira não por “preguiça” das redações, mas por falta de condições técnicas mesmo.
Vânia Carvalho
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Realmente, existe vínculo intransponível entre jornais/Copa/televisão. Não há notícias alheias ao futebol em dia de jogo da Seleção Brasileira. Mas, o pior não é isso. O Pedro Bial, que sempre foi um sujeito excelente, jornalista de qualidade, está exagerando no “caminho poético”. Depois de todos os jogos do Brasil há uma reportagem-poesia, em que suposta literatura romântica é externada em face da performance dos jogadores: fulano “voa”, sicrano “desliza no oceano”, beltrano “é mágico” – daí por diante. Um texto meloso, acompanhado de imagens exclusivas, em câmara lenta. Diabéticos não podem assistir a essa parte do Jornal Nacional e (ou) Fantástico: muito açúcar, de qualidade duvidosa.
Egon Bockmann Moreira.
A campanha presidencial nem começou oficialmente e a imprensa brasileira coloca todo o seu time no campo, mostrando como será o engajamento na campanha de Fernando Henrique Cardoso e candidatos a governos estaduais.
Dá vergonha fazer jornalismo comparado em bancas. Os jornais estão assumindo descaradamente o caráter publicitário de suas coberturas.
Carlos Plácido Teixeira
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Que tal, para evitar este tipo de erro [uso indevido de foto pelo Globo, edição 48 do OBSERVATÓRIO], utilizarmos cada vez mais a prática de o fotografo participar da edição, já que muitas vezes ele nem tem contato com o filme revelado nos jornais e revistas? Vamos fazer uma campanha? Se foto e texto não casam…
Marcos Issa, fotógrafo da agência Argos, São Paulo
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Por acaso o fotógrafo pediu permissão para usar a imagem da garota?
Não? Processo nele ou no jornal!
Marcos Nava
Digo colegas por pequena prepotência :-): sou estudante de jornalismo cursando o primeiro ano.
Parabéns pela iniciativa de, literalmente, observar o uso deste mecanismo que é a imprensa. Cada participante possui grande poder nas mãos, portanto, atitudes e iniciativas devem ser cuidadosamente observadas.
Nós – público – agradecemos!!
Leandro Rodrigues
O mais interessante é que certos jornais decretaram que o leitor não gosta de ler. Daí colocarem textos curtíssimos, muitos deles explicando didaticamente o conteúdo de uma foto. A legenda não deveria ser em braille?
Ernani Porto
Sim, ainda bem que existe uma publicação como o OBSERVATÓRIO. Gostaria de receber a edição impressa. Sou professor da UFRJ e da Veiga de Almeida, onde coordeno o curso de Jornalismo. Vou tornar o site obrigatório para todos.
Gostaria também de mandar um grande abraço para o Argemiro Ferreira, velho companheiro de redação fora do meu convívio há muitos anos, desde o tempo em que dividíamos a redação com Ivan Alves, Cláudio Bojunga, Nahum Sirotsky, Milton Temer e muitos outros no Jornalismo da TV Educativa.
O serviço que o Observatório presta e incalculável. Estou tentado a imitá-lo na universidade.
O chamado quarto poder tem muito o que aprender e apreender no mundo, não só no Brasil. Basta lembrar o caso Monica Lewitsky-Clinton, nos EUA; o da a princesa Diana, no Reino Unido; o dos juízes de mãos limpas na Itália, i tak dalhe (etc.), como dizem os russos. Já vi e ouvi o jornalista Alberto Dines falar sobre a necessidade de separar-se o empresário de jornalismo (ou midiatismo, para ser mais atual) do jornalista, antes chamado de repórter. Creio que por aí se poderá vislumbrar o caminho que mais levará ao interesse do leitor ou do televidente. Na Geórgia, no Cáucaso, aprendi o ditado: “Para que serve a estrada se não conduzir à catedral?” Parodiando, poderia dizer: “Para que serve a mídia se não conduzir à democracia?”
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Acompanho quando possível a retransmissão do programa aqui no Ceará. Embora tenha ouvido muitas justificativas sobre o direito de dono de jornal dar opinião, não aceito que isso seja ético, pois a propagação de suas idéias tem a solenidade que acompanha a palavra Editorial. Não é mais ético que quem escreva assine a nota?
Paulo Roberto Gimenes, Fortaleza
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Luís Nassif, Entre aspas
Ilka Zanotto: Tragédia e Mídia
COPA: O FIM DA FARRA
Reaprender o óbvio
Jogo contra o Chile atualiza a edição de Domingo
O leitor, quem é o leitor?
O mapa da mídia
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