MÍDIA GAÚCHA
Gilmar Antonio Crestani
O jornalista Erico Valduga escreveu um tratado sobre hipocrisia, assunto que parece dominar [veja remissão abaixo]. Na mesma trilha daquele general alemão que perguntou a Picasso se ele tinha feito "aquilo" (Guernica), o pintor basco respondeu: "Não, foi você!"
As questões econômicas estão bem postas, como "comida na mesa", pelo próprio, em matéria publicada pelo sítio eletrônico do Sindicato dos Jornalistas gaúchos <www.jornalistas-rs.com.br./67liberdade.htm>. Se agora descanta o verso nem por isso elas (as questões econômicas) deixam de existir. Ou ele declarou sem pensar ou não pensa no que diz. Esta história de usar o passado como álibi, como fazem certos "filósofos", é bonito, desde que haja coerência. Tomar o comportamento de um regime militar como parâmetro para definir um pretenso perfil ideológico é ter adormecido todo este tempo nos barris dos carvalhos e mostrar pouco discernimento histórico.
Quando Erico, ao final da peroração, endossa o enunciado "nunca, neste estado, tantos jornalistas foram processados e tantas famílias foram atingidas", usa da mesma lógica do coronelismo eletrônico gaúcho ao tratar das multas aplicadas pelos controladores eletrônicos de trânsito.Não se dá conta de que a quantidade de multas é exatamente igual à quantidade de motoristas infratores. São os tais que dizem a "lei sou eu e minhas circunstâncias".
Até os portões dos fundos do Palácio Piratini sabem por onde a "liberdade de imprensa" ? que Erico diz defender ?, escafedeu-se ao cabo do governo anterior. Érico pode ser signatário de um manifesto a favor da "liberdade de imprensa", mas nega o direito a outros, pelo simples fato de serem servidores públicos. Esta brilhante conclusão está em artigo que o jornalista fez publicar no sítio de jornalistas que ocuparam cargos no governo que Érico chama de "liberdade de imprensa". Por acaso, o sítio pertence a jornalistas que viveram quatro anos patrocinados pela Fiergs, e agora, hipocrisia, são responsáveis pelo portal do candidato "liberdade de imprensa".
A eloqüência do jornalista, não fosse extemporânea, poderia ter sido usada quando a RBS processou o Sindicado dos Jornalistas. Ou quando o guru dele processou o jornal Correio do Povo para que seu nominho aparecesse com mais freqüência nas páginas daquele diário. De fato, silenciar sobre isso não é hipocrisia, Erico, é, no mínimo, falta de coleguismo com seus pares, para não dizer incompetência jornalística.
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