Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Turner de contrato renovado

AOL TIME WARNER

O magnata Ted Turner acaba de renovar seu contrato com a maior companhia de entretenimento do mundo, mantendo o posto de vice-presidente. Apesar de ser o maior acionista individual da AOL Time Warner, o futuro do executivo era incerto desde que começou a declarar publicamente sua insatisfação com Gerald Levin, chefão que o afastou da empresa. Em entrevista no mês passado, Turner disse que um de seus maiores arrependimentos foi não ter comprado a Time Warner, em vez de vender a Turner Broadcasting (em 1995). "Assim poderia ter despedido Gerry Levin antes que ele me despedisse."

A situação mudou com o anúncio de Levin, no começo deste mês, de que se aposentará em maio. Richard Parsons, executivo-chefe designado para o cargo, convenceu Turner a assinar o contrato de dois anos que deve lhe dar mais responsabilidades administrativas.

Em compensação, o magnata recebeu a notícia de que a AOL Time Warner deixou de patrocinar os Goodwill Games (Jogos da Boa Vontade), evento esportivo que ele criou na década de 80. Os jogos, que pretendiam promover a paz reunindo atletas de países como Cuba, ex-União Soviética e Estados Unidos, já perderam US$ 150 milhões. A decisão segue a política da companhia de cortar custos para atingir metas financeiras em meio à economia recessiva e à queda do mercado publicitário. As informações são de Maria Saporta [The Atlanta Journal-Constitution, 21/12/01] e Reshma Kapadia [Reuters, 21/12/01].

MÍDIA E MINORIAS

O grupo Univision, dono de três redes em língua espanhola ? Univision, Telefutura e Galavision ?, assinou acordo de direitos exclusivos de exibição dos programas da Televisa e da Venevision até 2017. A. Jerrold Perenchio, presidente do grupo, afirmou que a transação "capacita as três companhias a acelerar o crescimento, ao capitalizar as enormes oportunidades do mercado hispânico americano". De fato, conta Jeffrey Goldfarb [Reuters, 20/12/01], a comunidade latina dos EUA, a qual estas redes passam a ter acesso, reúne poder de compra calculado em US$ 500 bilhões.

O contrato com a mexicana Televisa, a maior rede em espanhol do mundo, prevê a compra pela Univision do selo de música latina Fonovisa e a formação de um empreendimento para trazer a programação a cabo do canal para os Estados Unidos. A Televisa deve ampliar sua participação no grupo, passando a controlar 15% das ações, em vez de 6%, e abocanhando uma parte maior dos lucros gerados, que não são poucos: anualmente, os anunciantes investem US$ 1,9 bilhão para alcançar telespectadores hispânicos. A Venevision, que já tinha 18% das ações da Univision, cresce pouco: passa para 19%.

A Univision é a quinta maior rede de TV americana; este acordo deve pressionar ainda mais a NBC a desenvolver uma programação de qualidade para o Telemundo, canal em espanhol (o segundo maior neste segmento) que adquiriu recentemente por US$ 2 bilhões.

Por enfrentar o governo do Irã denunciando casos de corrupção, a jornalista Susan Akbapour, de 31 anos, foi proibida de escrever. Há quatro anos, ela deixou seu país natal para viver em San Jose, nos EUA, onde se tornou publisher do jornal Iran Today e se propõe a discutir os assuntos relacionados à grande comunidade iraniana local.

Atualmente, Susan se empenha em pressionar a senadora Dianne Feinstein para retirar seu projeto de lei que restringe a emissão de vistos de estudante para países acusados pelos EUA de patrocinar o terrorismo, entre os quais figura o Irã. A jornalista argumenta que nenhum dos seqüestradores de aviões era iraniano e que, no entanto, a lei não prevê limite de vistos para a Arábia Saudita, país de origem de 15 dos 19 criminosos. "Muitos iranianos e outros estudantes estrangeiros vêm a este país com vistos de estudante, e voltam para se tornar embaixadores em sua terra natal. Eles agem como catalisadores de mudança e de compreensão entre o Oriente e o Ocidente", afirma.

De acordo com T.T. Nhu [San Jose Mercury News, 16/12/01], o Iran Today, publicado em persa e em inglês, tem circulação mensal de 20 mil exemplares; sua versão online atinge a marca de 140 mil hits por semana. O mais novo projeto de Susan, SiliconIran, é uma revista de alta tecnologia; para construir a rede e a base de dados, a jornalista contou com a ajuda de executivos da própria comunidade, como o multimilionário Kamran Eliahan, co-fundador de várias companhias do Vale do Silício, e Faraj Aalaei, presidente da Centillium Communications. "Se eu ainda estivesse no Irã, estaria na cadeia ou no Parlamento", comenta Susan. "Aqui, sou uma ponte entre o passado e o futuro, entre o velho e o novo, entre duas fronteiras."