Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Uma reação típica da nomenklatura científica

Com todo o respeito, o artigo do Sr. Abramo revela uma incoerência, que considero crucial: apesar de mestre em filosofia ele propõe a detenção do conhecimento humano (ou ciência) na mão de determinado segmento da sociedade. A frase é simples, porém, sem sofismas. É curioso perceber que o mestre vocifera contra as ditas “verdades” daquele outro mestre de estudo bíblicos, enquanto deixa transbordar sua intenção: impor as suas “verdades” e defender o que julga ser de seu domínio. Penso que a ciência que versa sobre a origem do homem pertence ao gênero humano porque é humana: e não dos filósofos, dos físicos etc.

O sr Abramo deveria primar pelo ensinamento de Sócrates: verdades individuais não existem. A busca pela Verdade nunca cessa. Assim, enquanto vivenciarmos duelos de “verdades” individuais, prefiro que o canal de comunicações, de modo geral, seja receptivo para ambas as partes.

Por outro lado, sou a favor da censura tal como o autor do artigo defende (vamos dar “nomes aos bois”), pois a mídia e a sociedade como um todo estão violentando os valores do homem, o que é uma tragédia moral e, por que não, espiritual?

É deprimente a hipocrisia à avessas dos dias atuais. É a ditadura do lixo: programa do ratinho, tchan, tiazinha, as “músicas” de axé com suas letras e danças grotescas que fazem nossas crianças rebolarem como profissionais da “antiga profissão”… Este é o futuro do Brasil?!!! Padre Marcelo, Valter Mercado etc. etc.?

Repito: a mídia e a sociedade, pois que uma é o espelho do outra (distorcido ou não).

Aproveito, por fim, para parabenizar o jornal por sua qualidade.

Luciana R. Lauretti, bacharelanda em Direito

Cláudio Weber Abramo responde: A leitora se equivoca. Não advogo a manutenção do conhecimento nas mãos de poucos. O que afirmo é que a coletividade não deve ser submetida a pseudo-conhecimento.

Quanto à censura, nunca deixa de estar presente. Ela recebe esse nome, “censura”, apenas quando é exercida oficialmente. O resto do tempo, funciona sem que as pessoas se dêem conta. Na imprensa, por exemplo, uma das atividades fundamentais de qualquer editor é censurar. Faz parte, digamos assim, da descrição do cargo. C.W.A.