Tuesday, 16 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1283

Uma visão política

Victor Gentilli


Nas últimas edições do Observatório, o debate sobre o Exame Nacional de Cursos (provão) esquentou.


Antonio Fernando Beraldo fez uma crítica consistente ao provão, mas fez, sobretudo, uma crítica da mídia. Se jornais e jornalistas tomarem os cuidados devidos na cobertura dos próximos Provões, poderemos contar com informações mais confiáveis sobre este exame.


Mônica Macedo, na atualização da edição anterior, produziu um texto de didatismo exemplar, que ajuda a todos nós a entendermos melhor o Provão.


João Brant, com sua contundência habitual, repetiu seus argumentos [veja remissões abaixo].


O fato é que todos se apegaram a questões técnicas, e abandonaram a questão política. Elio Gaspari e Alberto Dines, criticados por Beraldo, acertaram ao observar o essencial: o MEC está disposto, efetivamente, a avaliar o ensino superior.


Nenhum dos textos lembrou que todos os cursos que fizeram o provão receberam visitas in loco de equipes de professores especialistas para avaliar as condições de oferta dos cursos. Nos próximos dias, o MEC deve divulgar o resultado destas visitas a praticamente todos os cursos de Jornalismo do país.


Já foi pior


Penso que as críticas ao provão são todas bem-vindas. Inclusive as de quem critica basicamente por se tratar de uma iniciativa do governo. Mas as críticas não podem ignorar o fato essencial de que as escolas estão se mexendo com a avaliação, e todo o movimento decorrente do provão tem provocado mudanças, de um modo geral positivas, nas escolas.


Tomar o provão como uma avaliação infalível, ranquear com critérios contestáveis não é um bom caminho. Descartar o provão também não é. É certo que poderíamos contar com um sistema de avaliação melhor. Mas o provão, com todos os seus defeitos, inegavelmente é melhor do que nada. Antes estava pior.


 

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