Wednesday, 17 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1283

Vamos cobrir?

NOVAS MÍDIAS

Tenho acompanhado o trabalho do sitio do Observatório, e me alegro com a cobertura crítica que tem sido feita à mídia impressa e televisiva. Minha pergunta é: e a internet? Vocês tem algum projeto para cobrir este meio de comunicação? Afinal, mesmo de uma leitura do senso comum, pode-se perceber certas tendências nos grandes portais (UOL, Terra, America On Line, iG etc.).

Joel Zeferino, Nanuque, MG

Nota do O.I.: Caro Joel, nossos colaboradores têm comentado com razoável freqüência os noticiários da internet. Entretanto, mais e melhores colaborações são bem-vindas! Um abraço. M. C.

PEGADINHAS

Estou escrevendo pela primeira vez para este site, de que sou freqüentador há 1 ano. Estava lendo a seção Caderninho do leitor quando me deparei com uma mensagem do Sr. Divanio Costa Lima Soares, que aqui reproduzo:

"Não tentem comigo

Concordo plenamente com vossa opinião em relação ao mau gosto destas pegadinhas. Torço para que um dia um destes imbecis tente algo comigo! Vou esbofeteá-lo sem dó nem piedade! Aliás, torço para que as pessoas que sofrem tais pegadinhas se rebelem e encham os caras de porrada! Fiquei muito p. com a pegadinha do Sr. João Kléber, aquela do teste de fidelidade! Aliás, é um cara totalmente sem graça e não sei o que faz na TV! Aquela tal de Charlote Pink deve ser o lado ?verdadeiro? dele! Uma coisa que me intriga é a Sra. Sônia Abrão, colunista do Diário Popular! Esta senhora posa de moralista, ética etc. Não vejo em sua coluna, em momento algum, críticas ao Sr. Gugu Dadá e ao Sr. Silvio Santos por causa de suas estúpidas brincadeiras! Depois de tanto pensar, cheguei a uma conclusão: deve ser medo de não participar do famigerado Troféu Imprensa!"

Divanio Costa Lima Soares <divanio.c@bol.com.br>"

Não quero, aqui, ridicularizar o Sr. Divanio, com quem concordo em relação à jornalista Sônia Abrão, mas me sinto no direito de discordar quando ele incentiva a violência. Sabemos que as pegadinhas são realmente a escória da TV, uma "brincadeira" de muito mau gosto. Podemos até aceitar que, às vezes, algumas "vítimas" não segurem seus impulsos e agridam os "palhaços". Mas daí querer que "as pessoas que sofrem tais pegadinhas se rebelem e encham os caras de porrada!" não é mais produtivo do que as próprias pegadinhas. Um abraço!

Frederico Carvalho Dias

POLÊMICA N?O GLOBO

Márcio Moreira Alves escreveu sobre os insultos que vem recebendo de Olavo de Carvalho desde que ambos polemizaram por meio de artigos. O procedimento do autodenominado filósofo não é novo. Desde que escrevi, no meu direito de leitor, à revista Bravo a respeito da composição conservadora da mesma, o Sr. Olavo passou a atacar-me também por cartas e a publicá-las em sua homepage. Distorcendo fatos e, claro, incluindo sempre a sua própria versão.

Na ocasião, protestei junto à Bravo por permitir que um colunista da revista utilizasse textos enviados à seção de cartas para distorcê-los e arquitetar moinhos de vento contra os quais possa se bater "heroicamente" em sua homepage. A revista ignorou meu protesto e o Sr. Olavo continuou a incluir seus comentários insultuosos.

Faço estas observações apenas para juntar-me a Márcio Moreira Alves na sua condenação a tal tipo de expediente. E fica uma questão: o direito de livre expressão de um colunista em um órgão de imprensa confere a ele também o direito de livre insulto?

Helion Póvoa Neto

Não sou assinante de O Globo, e fiquei sabendo do artigo do Sr. Olavo de Carvalho, "Tortura e Terrorismo", aqui pelo Observatório, mas gostaria de fazer um breve comentário.

Ao contrário dele, acho que merecem igual punição (nunca mortal) tanto o terrorista como o torturador. Alegar que um pode não matar e outro fazê-lo às dezenas é por demais insensato e limitado. A tortura pode chegar a tais níveis de paroxismo da dor que muito de bom grado o torturado preferiria a morte. Se o Sr. Olavo (Deus o livre, é claro…) estivesse nas mãos de um seqüestrador que não conseguiu seu intento financeiro e propusesse filosoficamente uma escolha, ser torturado de todas as formas ou morto, qual seria a escolha? Ser torturado para depois sair "vivo" e "ileso"?

O tipo de pensamento que o colunista usou é o mesmo daqueles que por um lado acham que o sacrifício de uns compensa a integridade de muitos mais, ainda mais quando este sacrifício não é mortal; e por outro lado essa opinião favorece aquele "excesso" cometido em alguma delegacia do interior (ninguém vê, não está na TV…), mas execra aquela barbaridade mostrada no noticiário das oito de algum ato terrorista, que todo mundo vê e condena.

Acho que terrorismo e tortura são execráveis, hediondos. Amenizar ou relativizar qualquer um mostra só uma esguelha obscura e cruel do autor de tais idéias. E se este assim o faz num ambiente democrático que dirá em ambientes abertamente ditatoriais.

Eder M. Santos, Uberlândia, MG

O assunto abordado neste jornal é de grande importância para o passado histórico do Brasil, mas devemos lembrar do nosso futuro e analisar o passado com a mente do passado, senão veríamos até hoje a Igreja pela Inquisição, ou os romanos pelas atrocidades dos césares. É válido lembrar que dentro das casernas este passado já foi deixado para os livros, e os pensamentos voltados para as gerações vindouras e curar as cicatrizes não significa reabri-las.

Carlos Eduardo

FOLHA E GOL

O artigo "Folha e Gol, nada a ver", publicado na última edição do Observatório, contém um erro matemático. O articulista desmentiu o jornalista Gilberto Dimenstein, que teria citado a redução de 60% no preço das passagens aéreas pela Gol, argumentando (o articulista) que a redução teria chegado a mais de 100%.

Existe um erro conceitual aí. O valor de 100% é a diferença entre os preços praticados entre as empresas. Já a redução é calculada sobre o preço maior. Portanto, seria impossível haver uma redução de mais de 100%, pois equivaleria a dizer que a passagem sairia de graça, ou mesmo que a empresa pagaria para seus clientes voarem nela. O percentual de 60% está, portanto, correto. Atenciosamente,

Marcus Pessoa de Araújo, Belém

URNA ELETRÔNICA

Parece que os Estados Unidos (uns caras que falam inglês!?) estão contratando a tecnologia das urnas eletrônicas usadas nas eleições de 2000, no Brasil. Se não passar de golpe publicitário, revela-se uma boa oportunidade para comentários preciosos quanto à cega inviolabilidade das eficazes urnas, do processo de apuração, e, se a sorte estiver do nosso lado, até melhor: conheceremos quais medidas tomarão para que sejam utilizados nas eleições de lá, sem a suspeita do eleitor de estar sendo engabelado pelos "proprietários" das chaves de sua fabricação, e de sua posterior programação, registro dos candidatos, votação, apuração e relatórios de totalização!

Com a chave do programa, quem estiver no comando pode eleger quem for interessante, principalmente para a cobiçada Presidência da República e dos, não menos cotados, governos de estados, já em 2002, isto é: ano que vem. Como vimos em outubro de 2000 em Salvador, as pesquisas de candidato a prefeito apontavam para estáticos 23%… nas urnas, deu 33%, muito acima dos 3% aceitáveis tecnicamente. Casos semelhantes ocorreram em outras capitais.

E a coisa é mais grave! A auditoria por amostragem, proposta por gente que conhece o gado, para dar a confiabilidade requerida ao processo, foi descartada pelos organizadores das eleições. Desse modo, pesquisas dirigidas ou "entortadas", shows com atrações de sucesso como Daniela Mércury, Roberto Carlos, Ivete Sangalo, Sandy e Júnior, grupos de pagode, de forró, grupos countries, duplas sertanejas, axé e outros, atrairão, de acordo com a região, massa suficiente para justificar o "apoio popular obtido nas urnas", a candidatos que não têm problemas com apoio financeiro…

José Renato M. de Almeida


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