Edição de Marinilda Carvalho
Nossos habituais missivistas devem estar com os olhos na França, mais especificamente nos capítulos diários da novela que vem sendo rodada em Lésigny. Afinal estamos, se não todos pelo menos a maioria, discutindo com ardor se Leonardo deve ficar com a vaga de Giovanni, se Denilson deve entrar logo no primeiro tempo no lugar de Bebeto, ou se a posição não era para ser mesmo é do Edmundo? :))
Temos duas cartinhas aqui sobre o Mundial, e mais comentários na Farra da Copa sobre o exagerado circo que a mídia brasileira montou na França. Mas o destaque vai para os temas mais importantes – fora a Copa, claro! – da última quinzena: some a ética quando se reproduzem em anúncios matérias jornalísticas, a falta de informação sobre a greve dos professores das universidades federais, o conflito de interesses que ameaça o processo de privatização das teles e o papel da mídia na divulgação da violência.
Torçam, mas não deixem de ler!
Clique no texto sublinhado para ler a íntegra
José Carlos Marão
Fortunato Mauro
Falar que o Zagallo está esbulhando o Erário é forte demais. A CBF não recebe verbas federais (como no passado), por nossa sorte. Assim, não se pode dizer que os recursos públicos estariam sendo esbulhados.
Aproveitando, qual o nome do livro de Alberto Dines sobre os judeus no Brasil, que o autor foi pesquisar em Portugal? Será que ainda se encontra à venda e saberiam dizer-me o preço? Há muito que tenho interesse em adquiri-lo.
Nota: A edição de Vínculos do Fogo, o livro de Alberto Dines sobre Antônio José da Silva, o Judeu, está esgotada.
xxx
Vocês deveriam fazer uma reportagem criticando a coordenação da Seleção Brasileira. Acredito que eu não fui a única a me sentir mal com as controvérsias dos depoimentos de alguns membros como Zagallo, Filé, Dr. Lídio Toledo e Zico, a respeito do problema do Romário. Além do corte do Baixinho, tem o caso do Flávio Conceição. Um jogo de interesses e falta de respeito com grande parcela da população brasileira no mínimo fanática por futebol.
Alexandra Peconick, 16 anos, Belo Horizonte
xxx
“Mais uma vez a imprensa reforça os defeitos da sociedade ao invés de corrigi-los”.
A frase de Dines no artigo sobre os erros da cobertura da imprensa na copa do mundo demonstra a falsa idéia que nós próprios, profissionais da imprensa, alimentamos. Até parece que a imprensa realmente é capaz de “corrigir” defeitos da sociedade…
Ao contrário, a história demonstra que os meios de comunicação são reflexo da sociedade e evoluem juntamente com ela. Que têm grande contribuição para o exercício da democracia, não há dúvida, mas também não podem posar de arautos da liberdade e correção. Pelo que percebo, por mais que nós, profissionais da área, façamos crítica sobre nossa atuação, sempre sobra há uma pontada de arrogância, um fundo de “certeza” de que estamos sempre certos, apesar de eventuais erros. Isso éeacute; mau.
Tatiana Learth
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Mais uma vez irretocáveis os comentários de Alberto Dines sobre a exagerada presença de nossos jornais na cobertura da Copa. Já sei que vão dizer que, no país do futebol, não poderia ser diferente. O leitores podem ser viciados irrecuperáveis em futebol(meu caso) mas nada justifica que a Folha faça um verdadeiro carnaval enviando para a França um batalhão de jornalistas de sua equipe. Mandar o Clóvis Rossi e o Jânio superou todos os absurdos. Os dois até que não estão decepcionando, pelo contrário, pois craque é craque, mas é um desperdício. É que o Brasil precisa dar uma guinada em tudo, e a Folha, o ainda melhor jornal do Brasil, deveria dar o exemplo, sem cair nesse oba-oba. Como bem disse o Dines, isso só ajuda a reforçar os defeitos de nossa sociedade.
xxx
Como o assunto é Copa do Mundo de Futebol, é bom estar atento aos comentaristas que povoam as televisões brasileiras, salvo raríssimas exceções (caso de Mário Sérgio, da TV Record), eles nada mais são que torcedores. As análises não têm qualquer base lógica, tanto no plano tático, quanto técnico, inclusive quando feitas por Pelé, o Astro-Rei. As críticas não têm qualquer base, podendo ser contraditadas pelo próprio comentarista, no dia seguinte; basta que o Seleção apresente melhor futebol e ganhe uma partida. Vou dar um exemplo: os comentaristas da Bandeirantes passaram os últimos quatro anos malhando o Tafarel. Em um dos programas Apito Final, para fazer a Seleção ideal, a grande maioria escalou o Tafarel como titular. Onde está a coerência?
Ronaldo Giusti
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Sou estudante de jornalismo em Itajaí, SC. Fico entristecida pela cobertura que vem sendo feita pelas emissoras de televisão. Não desmereço um evento como a copa do mundo, mas penso que o telespectador quer saber sobre o que acontece no país. Ninguém vive de futebol. Me senti conformada ao ler o texto de Alberto Dines. Não sou só eu quem pensa assim. Sou agradecida pelo trabalho de vocês.
David Capistrano Filho
É impressionante a capacidade da mídia de moldar os produtos, no caso a “solução para a impotência” da forma como desejam! A cada dia me impressiono com a falta de ética, de escrúpulos dessa máquina, ou empresa, de fazer dinheiro. O pior é que nós somos usados para tal conquista!
Alexandra Peconick
Em termos de Saúde Pública, os fatores de risco na relação dos benzodiazepínicos com a direção de veículos estão sendo descobertos agora. Quanto tempo vai ser preciso esperar para se saber quais os riscos viagranses?
Isak Bejzman
(Ver abaixo remissão para “Viagra”.)
A primeira página da Ilustrada da Folha de S. Paulo do dia 15 de junho é sobre o sepultamento de Lucio Costa. Mas não tem foto de Lucio Costa e sim uma fotografia de Oscar Niemeyer sentado desconfortável numa poltrona redonda, com a praia de Copacabana ao fundo. A foto foi feita no escritório do arquiteto. Quem olha sem ler, fica pensando que a Folha se enganou e no lugar de colocar a foto do Lucio colocou uma foto do Oscar. Mas não. Há um depoimento de Oscar Niemeyer sobre Lucio Costa que não tem nada a ver com a foto. Na reportagem, que ocupa também páginas de dentro do Ilustrada, não tem foto recente de Lucio Costa, como se todos os leitores já conhecessem a imagem do grande arquiteto.
Ivan Lima, fotógrafo no Rio
Muito gentil o texto de Gentilli (desculpem o trocadilho infame) com FHC, que chamou de vagabundos os aposentados (ver remissão abaixo).
Oh!, que injustiça com o presidente, tão incompreendido pela imprensa, coitadinho. vagabundos os aposentados, ignorantes e neobobos os críticos – quão gentil é o nosso iluminado presidente! Não é preciso “pinçar” nada, Sr. Gentilli. Ditas claramente, as palavras valem pelo que dizem. O resto é bajulação, hoje tão comum em boa parte do jornalismo brasileiro.
Vocês não acham que as opiniões sempre favoráveis ao governo e a oposição raivosa ao Lula e ao MST do Bóris Casoy em seu noticiário são no mínimo suspeitas?
Flavio Tiné
Gostaria que o Sr. Dines explicasse com mais detalhes por que considera o Extra um excelente jornal popular. A citação está em ”Época começa com guerra de preços” (ver remissão abaixo).
Tenho opinião contrária, mas gostaria de ouvi-lo na esperança de que tenhamos um debate enriquecedor sobre esta questão.
Resposta de Alberto Dines:
Meu caro Paulo, exagerei: é um bom jornal popular. E a razão do meu exagero é porque veio bem amarrado desde a primeira edição. Não tem preconceito contra o noticiário “nobre”, portanto não discrimina o leitor popular. E não está a serviço de interesses eleitorais como costuma acontecer neste segmento. O elogio não me impede de condenar a prática da guerra de preços.
Ser… sincero nas minhas considerações sobre a VIP Exame, ou não ser? Eis a questão.
James Silver
Obertal Mantovanelli
Teresa Barros
Joaquim de Carvalho
Uma pequena matéria publicada no Globo de 30 de maio é emblemática da adjetivação absurda praticada pela imprensa brasileira. Trata-se de uma feature sobre o lateral-esquerdo da seleção brasileira, Roberto Carlos, e sua coleção de jóias. Em determinado trecho, lê-se: “A montanha de dinheiro daria para o dono do chute mais potente da seleção comprar um Porsche 911 Carrera conversível zero quilômetro, ou um apartamento de três quartos no Leblon, melhor bairro do Rio”.
No que se baseia a “informação”? Pesquisa? Estatística de acidentes, assaltos etc.? Nível de poluição do ar? Infra-estrutura urbana? Ou estará o repórter/redator tentando vender algum apartamento no “melhor bairro do Rio”?
Renzo Sansoni
Cibele Buoro
O presidente, os vagabundos e os jornalistas
Época começa com guerra de preços
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