Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

>>Dusseldorf e Barcelona
>>Concorrência na TV

Dusseldorf e Barcelona


Duda, da Dusseldorf, e Toninho, da Barcelona, são as estrelas do noticiário desta terça-feira, 16 de agosto. Tudo em torno de tenebrosas transações.


Nassif critica Veja


Os conflitos transbordam do proscênio para outras partes do palco midiático. O jornalista Luís Nassif rebate hoje ataque que lhe moveu o colunista da revista Veja Diogo Mainardi. Nassif questiona os ares de jornalista dados a Mainardi por Veja. E critica o processo de edição da revista.



O partido de Lula


A mídia deixou deixou passar sem reparos trecho inicial do discurso do presidente Lula na sexta-feira. No entanto, nesse trecho está contida, numa cápsula, toda a explicação para o que está acontecendo agora. Eis o trecho: “Em 1980, no início da redemocratização, decidi criar um partido novo que viesse para mudar as práticas políticas, moralizá-las e tornar cada vez mais limpa a disputa eleitoral no nosso país”.


Lula dá a idéia de que todos os políticos em 1979, quando começou a ser criado o PT, e em 1980, participavam de modo imoral e sujo da vida pública. Convém relembrar alguns nomes da política da época: Ulysses Guimarães, Franco Montoro, Miguel Arraes, Leonel Brizola. Fizeram pela redemocratização talvez mais do que Lula. Na bancada federal paulista do PMDB figuravam Alberto Goldman, Audálio Dantas, Freitas Nobre. Todos faziam política de modo sujo? Ou era a própria política que sugeria a Lula a idéia de sujeira?


Finalmente, obrigado a fazer política desde que assumiu a primeira prefeitura, de Fortaleza, em 1985, o PT de Lula, que queria fazer política de modo diferente, entendeu erradamente que fazer política era fazer sujeira.



Concorrência na TV


O Alberto Dines saúda o advento de novo ciclo de concorrência entre telejornais, critica a incursão do presidente Lula no assunto índices de audiência e anuncia o cardápio do Observatório da Imprensa na televisão desta noite.


Dines:


Mauro, repara que o nosso telejornalismo, a partir de ontem à noite, entrou em nova fase. A estréia do tele-jornal do SBT criou finalmente um mínimo, um mínimo de diversidade. Agora temos efetiva competição em nossos televisores. O nivelamento não se faz mais por baixo. Isto é bom para todos.


Mas ruim, muito ruim, foi a entrada do presidente Lula na competição entre Silvio Santos e a família Marinho. Onde já se viu um Chefe de Estado, supremo magistrado, meter-se numa disputa por audiências? Se não gostou do resultado da última pesquisa eleitoral do DataFolha, o presidente não deveria envolver-se com Ibopes. Se um estadista está enrascado numa tremenda crise institucional não deveria meter-se numa disputa comercial em busca de audiências. Amanhã poderá ser acusado de favorecimento. A verdade é que Duda Mendonça foi rifado mas o espírito do marketing continua a dominar as ações da presidência da República.


Os correspondentes estrangeiros não estão entendendo nada. E são os correspondentes estrangeiros que estarão hoje à noite no Observatório da Imprensa. Confira com eles o que mundo pensa sobre a crise brasileira. Às 10 e meia na rede da TVE e às 11 da noite na Rede Cultura.


Argentina ajuda


O governo argentino deve anunciar hoje que a economia cresceu nove por cento no primeiro semestre, o que projeta previsão de crescimento de 6% em 2005. Os mais otimistas falam em 7%. A notícia está no Clarín. Isso significa um PIB de 108 bilhões de dólares no segundo semestre, superior ao de 1998, antes da recessão e da crise de 2001. É um dado que ajuda a economia brasileira.


Abaixo o Minhocão


Notícia alvissareira publica hoje a Folha de S. Paulo: o prefeito José Serra pediu estudos sobre como seria a demolição de parte do Minhocão, um pavoroso viaduto construído por Paulo Maluf no antigo Centro de São Paulo. O projeto foi feito por Faria Lima para atender um cardeal-arcebispo, por sinal o saudoso cardeal Dom Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta, que queria evitar o deslocamento da arquitetonicamente bisonha igreja da Consolação. No Rio de Janeiro, durante o Estado Novo, a soberba igreja oitocentista de São Pedro de Alcântara foi demolida para a passagem da medonha Avenida Presidente Vargas.


O Minhocão piorou a devastação de toda uma área da capital paulista. É um símbolo de muita coisa nefasta. Uma boa causa para a mídia seria a discussão de sua demolição.