Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1280

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Caseiro redimido


Uma das grandes perfídias da história brasileira recente chega ao fim. A Polícia Federal anunciará, diz hoje a Folha, que não havia nada de errado com as contas do caseiro Francenildo Costa, bisbilhotadas por ordem do então ministro da Fazenda, Antonio Palocci.


Ação contra o crime


Alberto Dines pede mais empenho da mídia para ajudar a sociedade e o Estado a enfrentar a onda criminosa.


Dines:


– Ontem os 60 milhões de brasileiros sintonizados no Jornal Nacional não ouviram o seu apresentador, William Bonner, perguntar através dos satélites: “Fátima Bernardes, onde está você?”. Convenhamos, a pergunta era piegas mas o país todo é piegas. Menos Marcola. A imprensa, ao que parece, não está avaliando em toda a sua extensão, o que significa a segunda ofensiva do PCC – a eliminação seletiva dos agentes carcerários. De dentro de uma prisão de segurança máxima, o Inimigo Público Nº 1, está comandando o assassinato daqueles cidadãos cujo dever é impedir que os presos façam o que querem. Nunca vimos, nunca ouvimos ou lemos coisa parecida. Enquanto o governador Cláudio Lembo continua rivalizando com Zagallo em matéria de pieguice, o Estado brasileiro cede diariamente sua soberania aos criminosos. Esta seria a hora de proclamar um “Basta!” mas a única que poderia fazer esta proclamação é a imprensa. E a imprensa está fazendo as contas para ver o quanto perdeu com a eliminação do Brasil da Copa do Mundo e a interrupção prematura dos grandes contratos de publicidade. O bordão agora devia ser: “Imprensa, onde está você ?”


Mauro:


– O programa de televisão do Observatório da Imprensa fará hoje um balanço do desempenho da mídia durante a Copa. Às dez e trinta na TV E, ao vivo, e às onze e trinta na Rede Cultura.


Mais vidas em jogo


A situação prisional no estado de São Paulo aproxima-se de um ponto de não-retorno. Agentes penitenciários na mira de bandidos reivindicam andar armados. As autoridades apóiam. Na primeira onda insurrecional do PCC, os alvos foram policiais, que andam armados. A mídia não discute se será eficaz os agentes andarem armados. Carcereiros ameaçam envenenar presos, que tentam destruir penitenciárias de segurança máxima.


Se a mídia não entender a gravidade da crise, ela custará ainda muito mais vidas do que já custou.


Falsa irmandade


Presidente de um sindicato de funcionários prisionais de São Paulo, Luiz Antonio Ribeiro dos Santos faz hoje no Globo uma síntese importante: os chefes do PCC e de outras facções encaram toda forma de disciplina como opressão. E prossegue: “Eles querem televisores, visitas íntimas e tratamento diferenciados para os líderes”. Para os líderes. Na falsa irmandade de bandidos, alguns são mais iguais do que os outros. Mas não se pode perder de vista em momento nenhum que o quadro das prisões é dantesco.



Concessões questionadas


Algo poderá mudar no reino nebuloso das concessões de rádio e televisão, em muitos casos atribuídas, indevidamente, a parlamentares. A deputada Luíza Erundina conseguiu criar no final de junho uma subcomissão da Comissão de Ciência e Tecnologia para estudar a mudança da legislação que regula a outorga e renovação de concessões para serviço de rádio e televisão. Ela quer ouvir o ministro das Comunicações e antecessores para explicar como as concessões são atribuídas. Erundina, que preside a subcomissão, conta o que a levou a fazer a proposta.


Erundina:


– Eu estou no meu segundo mandato, e nesses anos todos sou membro titular, pela minha bancada, a do PSB, na Comissão de Ciência e Tecnologia. E sempre me constrangia muito, me incomodava, ter que dar esse referendo, a favor ou contra, sem ter uma base objetiva para aferir o nível de regularidade. São milhares de processos. E por isso eu entrei com um requerimento pedindo a criação de uma subcomissão para que a gente pudesse examinar a legislação que regulamenta a matéria, para que a gente possa aperfeiçoar essa legislação e dar melhor condição à Comissão de Ciência e Tecnologia de se pronunciar a respeito dessas concessões ou renovações feitas pelo Executivo, no caso pelo Ministério das Comunicações.


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