Tuesday, 16 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1283

>>De onde veio o dinheiro?
>>Culpar a mídia pode tirar votos

De onde veio o dinheiro?


Se surgir alguma evidência sólida a respeito da origem do dinheiro que seria usado por petistas na compra do dossiê Vedoin, a discussão que está hoje nas capas dos jornais, sobre a permanência ou a queda do presidente do PT, Ricardo Berzoini, pode passar para segundo plano.


Sem açodamento


A Folha de S. Paulo pede hoje em editorial prudência no tratamento das informações sobre a tragédia do vôo 1907: “Não há como responsabilizar ou isentar, no estágio atual, qualquer parte envolvida. Uma responsabilidade primária das autoridades está em zelar para que o fluxo constante de informações não lance sombras desnecessárias sobre o processo investigativo”.


Usinas de histórias


Parece difícil abalar neste segundo turno a rota de agressões e denúncias que prevalece na campanha sucessória. As partes produzem informações explosivas de bastidores. E, atenção, não é a mídia que fabrica as histórias.


Culpar a mídia pode tirar votos


Alberto Dines diz que a estratégia petista de culpar a imprensa pode ser um tiro pela culatra.


Dines:


– Os políticos inventaram um novo truque para conquistar algum espaço na mídia: falar mal da mídia. A nova praticante desta modalidade de esporte é a ex-prefeita Marta Suplicy, agora nomeada coordenadora da campanha do PT em São Paulo. Para chamar a atenção, disse ontem que a mídia está “blindando” o candidato Alckmin. Como a mídia costuma noticiar as críticas que recebe, Marta Suplicy pretendia faturar alguns centímetros u segundos a mais nos jornais e rádios. O macete é perigoso porque obedece à tática do nazista Goebells, que dizia que uma mentira muitas vezes repetida acaba tornando-se verdade. E desmoralizar a imprensa acaba desmoralizando a própria democracia. Nas últimas semanas antes do primeiro turno, o candidato Lula encarregou-se de atacar a mídia quase todos os dias. Mas como o candidato Lula também é presidente da República e na sua boca as críticas tornam-se ameaças, o comando da sua campanha decidiu delegar à ex-prefeita a tarefa de atacar a imprensa. Marta Suplicy e seus assessores deveriam prestar atenção a um detalhe: foi justamente este tom agressivo, quase truculento, que tirou muitos votos do presidente domingo passado. Substituta de Lula, Marta pode estar contribuindo para tirar outros tantos votos no próximo dia 29.


Nos rincões


A Vale do Rio Doce publica hoje com destaque matéria paga em que denuncia a compra, por siderúrgicas de Minas Gerais, de minério roubado de jazidas suas na Bahia. Menciona a prisão, pela polícia baiana, de 55 pessoas em três municípios distantes de Salvador: Caetité, Licínio de Almeida e Igaporã.


A única reportagem sobre o assunto foi feita pelo jornal A Tarde, de Salvador, e publicada na quarta-feira passada (4/10). A chamada grande imprensa brasileira nem tomou conhecimento do assunto, que envolve grandes empresas.



Bolívia ferve


A situação na Bolívia está mais complicada agora do que em qualquer outro momento desde a posse do presidente Evo Morales e não há nenhum correspondente brasileiro no país. A mídia usa material de agências.



Banda larga sem fio


O conselheiro da Anatel Luiz Alberto da Silva disse ontem que a ingerência do poder executivo na agência e dificuldades orçamentárias, desde o final do governo de Fernando Henrique Cardoso, são fatores que afastam investimentos estrangeiros no setor. Segundo a repórter Elvira Lobato, da Folha, o conflito entre o Ministério das Comunicações e a Agência Nacional de Telecomunicações explodiu em agosto, quando a Anatel publicou o edital de licitação das freqüências para a implantação das redes de banda larga sem fio (Wi-Max) e proibiu as teles de participar do leilão dentro de suas áreas de concessão de telefonia fixa.


Banda larga sem fio é um dos assuntos mais estratégicos, na presente conjuntura, do universo das telecomunicações.


Não dividir o país


A editora de política do jornal Valor, Maria Cristina Fernandes, desmonta hoje com brilho, em sua coluna semanal, a tese de que o país saiu das urnas dividido ao meio. Na mesma edição, o coordenador da campanha de Geraldo Alckmin, João Carlos Meirelles, diz que “quem quiser dividir o país vai se dar mal”.


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