Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

>>Defesa da democracia
>>Ativismo digital

Análise e síntese sobre o PAC


Acelera-se a cada dia a variedade de interpretações sobre o plano do novo governo Lula. Há quem veja nele a consagração das posições do ex-ministro e ex-deputado Delfim Netto. Há quem veja outras coisas, muito diferentes. Os leitores deveriam dar um prazo para o crescimento das especulações e cobrar depois as indispensáveis sínteses.


Defesa da democracia


Alberto Dines sublinha a importância da declaração política feita pelo presidente Lula no lançamento do PAC.


Dines:


– As primeiras reações da imprensa ao lançamento do PAC oferecem um retrato fiel dos impulsos e mentalidades que dominam nossas redações. Ao longo da segunda-feira rádios, telejornais e portais da Internet saíram atrás das medidas e providências de caráter econômico. Mas o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento foi um fato político e da maior relevância. Não apenas porque significou o início efetivo do novo governo , mas porque contém uma resposta contundente ao show autoritário exibido na semana passada por Hugo Chávez. Quando o presidente Lula afirmou que aqui não se crescerá sacrificando a democracia estava dizendo ao mundo que o Brasil não é a Venezuela. E, obviamente, também não é a Bolívia nem o Equador. Foi o mais incisivo e inequívoco posicionamento anti-Chávez do governo brasileiro. A idéia não surgiu num improviso, foi pensada, repensada, inclusive pelos assessores que cuidam da nossa política continental. Ontem, dos três jornalões nacionais apenas o Globo reproduziu-a em retumbante manchete mas nos editoriais os três pareciam ter ensaiado o mesmo canto de louvor à iniciativa privada. E dos seis articulistas políticos que militam nestes jornalões, apenas um, também do Globo, soube enxergar a importância do tranco brasileiro nos delírios chavistas. A imprensa brasileira já foi mais rápida no gatilho.


A base na berlinda


Tema para os debates entre os três candidatos à presidência da Câmara, que se iniciam depois de amanhã na Folha de S. Paulo: o troca-troca partidário estimulado pelo governo. O Globo dá hoje: “Lula abre temporada de caça para engordar base”. Parece reprise de um filme bem conhecido.


Ativismo digital


O editor do Observatório da Imprensa Online, Luiz Egypto, põe em perspectiva o papel da internet no processo eleitoral americano.


Egypto:


– Esquenta a corrida presidencial nos Estados Unidos.


No pleito de 2008, a internet deverá ter um papel muito importante no provimento de informações sobre a campanha, certo? Nem tanto. Uma pesquisa do Instituto Pew, divulgada semana passada, revelou que 69% dos americanos consideram a TV como sua primeira fonte de informação política, e 34% os jornais. De todo modo, nas eleições intermediárias de 2006, dobrou o número de pessoas que tiveram a internet como fonte primária de noticiário político.


O dado mais importante, porém, é que, no ano passado, 23% dos que usaram a rede em busca de informação política o fizeram também participando de fóruns de discussão, blogando e distribuindo notícias para suas listas. Uma mídia não substituirá a outra, mas o dado novo é que o ativismo digital é agora uma realidade.


PCC dentro e fora das grades


A prisão em São Paulo de acusados de prover apoio logístico ao seqüestro do repórter da TV Globo Guilherme Portanova, ligados a uma ONG, pode revelar algumas conexões importantes entre o PCC dentro das cadeias e seus integrantes fora delas.