Tuesday, 16 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1283

>>Lula e Dirceu
>>Não esquecer a CBF

Lula e Dirceu


A Folha de S. Paulo dá hoje em manchete o aumento do patrimônio pessoal do presidente Lula em quatro anos. Só para contrariar. Grande manchete teria sido a ida de José Dirceu à Bolívia antes da crise do gás. Furo de reportagem que fala mais sobre o governo do que uma regular prestação de contas.


Rede complexa


A cada dia o noticiário de polícia revela mais um aspecto da grande e intrincada rede de operações do crime organizado em São Paulo. Hoje o Estadão noticia um esquema de entrada de drogas, armas e celulares com material usado para fabricar bolas de futebol nas prisões.


Araraquara


Com atraso de algumas semanas, um grande jornal paulista, a Folha, foi a Araraquara, interior de São Paulo, verificar o estado insustentável da penitenciária local.


Não esquecer a CBF


Alberto Dines pede que não se restrinja aos jogadores e à Comissão Técnica o balanço do fiasco brasileiro na Copa. A CBF deve entrar na roda.


Dines:


– Estamos aprendendo muita coisa com esta Copa, tanto em matéria de futebol como em matéria de vida. De sábado até ontem tivemos duas extraordinárias lições sobre a arte de perder, arte ainda mais complicada do que a de ganhar. Nossa mídia conseguiu mostrar que Alemanha e Portugal perderam com uma classe e dignidade que tem algo de triunfo moral. Mas, em compensação, passados cinco dias desde o nosso vexame perante a França, a mídia continua fazendo pontaria apenas nos jogadores e na Comissão Técnica esquecida da tarefa principal: mostrar os gravíssimos erros cometidos pela CBF que culminaram com a nossa prematura eliminação. Nossos ex-craques estão preocupados com as fortunas pessoais mas a CBF é uma entidade pública, tem contas a prestar. Sabemos que os cartolas chefiados por Ricardo Teixeira têm um mandato a cumprir não podem ser trocados agora. Mas não deveriam ser poupados como estão sendo. A hora de apertar a CBF é agora, enquanto a bola está rolando na Alemanha. Depois da final no próximo domingo ficará tudo esquecido. É preciso ter em conta que a tarefa de consertar o país inclui uma mexida geral também no futebol.



Senado e radiodifusão


O assunto das concessões vencidas de radiodifusão ganhou espaço no noticiário a partir de uma polêmica entre dois grupos do Pará, o da família Maiorana, proprietária da TV Liberal, de Belém, afiliada da Rede Globo, e o do deputado Jáder Barbalho, do PMDB paraense, que tem uma TV e duas rádios.


Foi a pedido de Jáder que o governo retirou da Comissão de Ciência e Tecnologia 225 processos de renovação de outorgas que, por falta de documentação, estavam ameaçados de rejeição. A Comissão é presidida pelo deputado do PFL paraense Vic Pires Franco, durante quase vinte anos apresentador de telejornais da afiliada da Globo no Pará. Emissora rival da TV de Jáder.


Hoje a Folha noticia que 53 concessões estão paradas na Comissão de Educação do Senado. Entre os proprietários estão os ex-presidentes José Sarney e Fernando Collor, o senador maranhense Edison Lobão e os ex-senadores piauienses Hugo Napoleão e Freitas Neto.


De todo modo, foi rompido o círculo de silêncio em torno de uma situação inconstitucional e antidemocrática denunciada pelo Observatório da Imprensa há muitos anos.


Renovação não é vacina


Como toda generalização, a campanha “Não vote em quem tem mandato”, que circula na internet, é um equívoco. Primeiro, porque há hoje no Congresso parlamentares que prestam bons serviços aos eleitores e ao país. Segundo, porque a renovação em si mesma não garante nada. Basta ver a abundância de incompetentes e mal intencionados em primeiro mandato.


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