Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

>>Nova epidemia de escândalos
>>Jatinhos da FAB

Nova epidemia de escândalos


Como em 2005, um escândalo esconde o outro. A mídia não consegue cobrir tudo, que dirá o cidadão. Na semana passada, a Veja publicou uma lista de 94 parlamentares acusados de diferentes crimes. Seria conveniente compará-la com a lista dos traficantes de ambulâncias. Na lista da Veja tem muita gente graúda.


Campanha de 20 bilhões


Não basta noticiar que os candidatos prevêem gastar 20 bilhões de reais na campanha deste ano. Cabe transformar isso numa denúncia sustentada da permanência de esquemas criminosos na política. É preciso revirar as contas dos candidatos.




Jatinhos da FAB


O Alberto Dines chama a atenção para as seqüelas do caso Varig. Fala, Dines.


Dines:


– Como a imprensa sempre precisa de um final feliz para as suas novelas, os telejornais de ontem à noite exultaram com o leilão da Varig. Não há duvida: o leilão foi melhor do que a decretação da falência da companhia. Mas não foi a melhor solução tanto para o que sobrou da empresa como para aqueles que precisarão viajar de avião nos próximos meses. Junto com a mídia quem está esfregando as mãos são as concorrentes que sobreviveram, principalmente as mais aptas, TAM, Gol e Ocean-Air, que deverão aumentar substancialmente as suas verbas de publicidade. O governo foi omisso, abdicou de seu papel, inventou a balela que o mercado poderia suprir os vácuos deixados pela Varig. Quem quiser verificar se o governo estava certo basta ir aos balcões de embarque dos principais aeroportos do país. A situação é quase de caos. O governo não sabe disso porque viaja em jatinhos da FAB.



Dói no bolso


Às vezes a autoridade não vai de jatinho, mas dá carteirada para embarcar em avião de carreira, como fez o comandante do Exército, general Francisco Albuquerque.


Após o cancelamento de vôos da Varig imediatamente suas concorrentes levaram à lua preços de passagens, como informa hoje, solitária, a coluna de Ancelmo Gois no Globo.


Agente marcado


A Polícia Federal conta para os jornais que infiltrou um agente na cela de Fernandinho Beira-Mar e descobriu que ele ainda mandava na quadrilha. Por isso apressou a ida do traficante para Catanduvas. Quem gostaria de estar na pele do tal agente? Ou a irresponsabilidade não tem limites, porque esse policial será apontado por Beira-Mar a seus comparsas, ou a Polícia inventou a história e a imprensa engoliu.


PCC atingido


Alguns jornais noticiam que a Polícia paulista quebrou a espinha dorsal do PCC com as prisões de ontem em São Paulo e em Presidente Prudente. É excesso de otimismo ou ilusionismo.


Túnel em Araraquara


Houve na semana passada um furacão de mídia em Araraquara, interior de São Paulo, quando tardiamente se descobriu o estado de calamidade em que se encontrava a penitenciária local. Mas a caravana já foi embora da cidade. Suzanes e Cravinhos requerem reforço de cobertura circense. Só que os problemas estão longe de ter terminado em Araraquara, como relata o repórter Cláudio Dias, da Tribuna Impressa:


Cláudio:


– Um túnel foi encontrado dentro do pátio do CDP de Araraquara que havia sido liberado há apenas seis dias. Nesse intervalo os presos cavaram, usando uma tampa de panela, um túnel de quatro metros que sairia já na área externa do presídio. Com essa nova tentativa de fuga frustrada, presos que estavam em três raios dentro do anexo voltaram a ficar em dois espaços. Como eles cavaram, ninguém sabe. A única certeza é que o túnel estava sendo cavado no meio do pátio, sem que agentes vissem. A terra, que não foi pouca, retirada foi escondida dentro das calças e guardada dentro de uma cela. Após uma denúncia a polícia entrou, separou todo mundo de novo. Um terceiro espaço, uma folguinha que eles haviam conseguido na semana passada já foi interrompida com essa nova tentativa de fuga.


Dívida da Globo


O Valor anuncia que a dívida das Organizações Globo se tornou compatível com o fluxo de caixa. A família Marinho diz que vai continuar a investir em seus produtos, como faz historicamente.


Multipolar


O historiador britânico Timothy Garton Ash propõe, em artigo traduzido pelo Estadão, uma questão que resume todo o dilema de hoje: o mundo ingressa numa nova ordem multipolar ou numa nova desordem multipolar?


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