Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

>>O rasteiro mecanismo
>>Violência sem rumo

O rasteiro mecanismo
 
Em reportagem da Folha de hoje, a crua realidade dos fatos. Senadores hesitam em se desembaraçar de Renan Calheiros porque ele pode revelar podres de seus pares. É esse o rasteiro mecanismo. No Executivo e no Legislativo. A reportagem poderia ter evitado a grotesca comparação com a Revolução Francesa, da qual o Senado brasileiro guarda a maior distância histórica que seja possível conceber.


Renan entra no coro
 
O senador Renan, cuja causa é dada pelo Globo de hoje como perdida, juntou-se ontem ao coro dos que põem na mídia a culpa de suas desventuras.
 
Crise maior
 
O tamanho da crise da aviação, uma das mais duradouras e perversas de que se tem notícia, até hoje não ficou claro. Entre outras razões, porque a imprensa não conseguiu, desde setembro de 2006, aprofundar sua própria apuração sobre os problemas e mazelas do setor. Foi incapaz de apresentar diagnósticos que orientassem uma política pública eficaz para esse setor da infra-estrutura do país. O Estadão acerta ao dar manchete hoje para o assunto.


Círculo ampliado
 
Chegaram claramente a instâncias de poder no Rio de Janeiro  investigações da Polícia Federal. Aparecem nomes de diferentes políticos hoje no Globo.


Violência sem rumo
 
A professora Silvia Ramos, coordenadora de áreas do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes, do Rio de Janeiro, fala sobre a crise nas favelas da área do Alemão e da Penha.
 
Sílvia Ramos:
 
– Nós temos hoje aqui no Rio de Janeiro uma das melhores equipes que poderíamos imaginar colocar nos postos chave da área da segurança pública, mas estamos vivendo um momento que talvez seja um dos piores momentos da segurança pública no Rio de Janeiro nos últimos anos. Os contatos que nós, do Cesec, temos tido com lideranças ali da área dos Complexos revelam que os moradores estão chegando a uma espécie de limite de exaustão em termos de intranqüilidade, de crise. As pessoas não têm mais hora para sair para o trabalho, as crianças não vão mais para a escola, tem um nível muito profundo de desgaste emocionais, muitas crianças traumatizadas.
 
Não estou dizendo que haveria outras saídas fáceis, não é isso, mas o que eu acho que mais grave está acontecendo hoje, grave a ponto de colocar em risco a credibilidade desses atores, que são os atores indicados para essa crise, é a inexistência de outros planos. O que parece que não ocorreu é que simultaneamente a esse tipo de resposta à crise, ou seja, de operações reativas… O governo deveria estar já procurando construir as respostas de longo prazo, que daqui a três, quatro anos vão aparecer. Me parece, com quase seis meses de governo, é que esse governo só está respondendo à crise e não está produzindo respostas de longo prazo. Todos os dias tem uma crise nova e as respostas às crises são sempre extremamente insatisfatórias, insuficientes, ineficazes, e muitas vezes perigosas e arriscadas, com vidas sendo levadas, dos dois lados.


[Nota: por falha técnica, a Rádio MEC do Rio de Janeiro não transmitiu a fala da professora Silvia Ramos.]
 
Leia em breve a entrevista completa de Sílvia Ramos.
 
Clique aqui para ler o segundo debate sobre violência no Rio.


Mangabeira Unger
 
Alberto Dines comenta a trajetória do hoje ministro Roberto Mangabeira Unger.
 
Dines:
 
– Mesmo depois de empossado, o Ministro do Futuro, o professor Mangabeira Unger, continua produzindo novidades. Pelos jornais de ontem ficamos sabendo que a sua pasta, recém criada, receberá 83 dos 626 novos cargos de nível  D.A.S., a tropa de elite do funcionalismo, cerca de 13.,3% do total distribuído aos 37 ministérios. Tudo bem, o professor de Harvard merece, afinal foi indicado pelo vice José Alencar que neste segundo mandato nada havia pedido ao seu companheiro de chapa, o presidente Lula. A cobertura da posse do professor pelos jornais de ontem não conseguiu reproduzi-la com a mesma fidelidade dos telejornais da véspera. Foi simplesmente exótica. Pergunta-se: quem é o responsável pela mais fulgurante carreira política dos últimos tempos? A mídia. Depois de fascinar Leonel Brizola, Ciro Gomes, candidatar-se à presidência,  o professor Mangabeira encantou Caetano Veloso e virou o xodó dos criadores de modismos. Foi contratado como colunista semanal da Folha de S.Paulo e encarregado de escrever alguns importantes editoriais em nome do jornal. A Folha, diga-se, agora o trata com o necessário distanciamento. O mal, porém, já está feito.
 
Isenção
 
Ponto para o Globo hoje na cobertura equilibrada que faz do debate havido ontem em Brasília sobre classificação indicativa para programas de televisão.


Ler Lula
 
Finalmente uma entrevista importante do presidente Lula. Hoje, no jornal Valor.