Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

>>Palocci tenta frear a queda
>>Em busca do povão

Palocci tenta frear a queda


Nove entre dez colunistas de política abordam hoje o pronunciamento do ministro Antonio Palocci no Senado, marcado para as três da tarde. O assunto foi para as manchetes. Nos jornais de ontem, a saída de Palocci do governo era dada como líquida e certa. O que se discutia eram as conseqüências possíveis para a economia e a lista de potenciais substitutos.


O noticiário desta quinta-feira, 16 de novembro, é mais equilibrado. Encontram-se firmes defesas do trabalho de Palocci na Fazenda. Uma entrevista do ministro Ciro Gomes ao Valor tem a marca da ambigüidade. Ciro faz uma crítica pertinente das agressões verbais desferidas contra o governo e o PT, mas o jornal pôs na manchete a crítica do ministro da Integração à política econômica.


Linhas de defesa


Ciro Gomes antecipa o que poderá ser a linha de defesa de Palocci em relação às acusações sobre sua gestão em Ribeirão Preto. Diz que se trata de assuntos da primeira administração, iniciada em 1993, e que os acusados de fato são Rogério Buratti e outros auxiliares do então prefeito. Ciro se enganou. Há acusações relativas também ao segundo mandato de Palocci como prefeito.


Em entrevista ao Estadão, Buratti diz que Palocci é honesto mas foi omisso.



Amigo de Lula


A sessão de CPIs começa de manhã com o depoimento de Paulo Okamoto, presidente do Sebrae, homem da mais estrita confiança do presidente Lula. Okamoto, que foi tesoureiro da campanha de Lula em 1989, deverá falar sobre o pagamento de uma dívida com o PT que Lula não admite ter feito.


Caso Santo André


O senador Eduardo Suplicy fez ontem, em pleno feriado de pautas jornalísticas pobres, uma incursão à rua onde foi seqüestrado o prefeito Celso Daniel, que seria depois morto, em 2002. Diferentemente de uma inútil viagem a Nova York no caso dos anões do orçamento, há mais de dez anos, desta vez o senador encontrou testemunhos que poderão ser relevantes.


Cony e os fatos


Para o escritor Carlos Heitor Cony, a crise, com perdão da expressão, já encheu o saco. Cony talvez preferisse substituir os fatos por ficção literária, que é o território onde se move com desenvoltura.


Em busca do povão


O editor do Observatório da Imprensa Online, Luiz Egypto, fala do surgimento de novos jornais populares no Rio de Janeiro.


Egypto:


– O mercado de jornais populares do Rio de Janeiro está em polvorosa. A raiz histórica recente do rebuliço encontra-se na década passada, quando o Dia, então líder do segmento popular, apostou pesado na qualidade, com isso incrementou as vendas e passou a ameaçar a liderança do Globo, que até então nadava de braçada naquele mercado.


A resposta do jornal das Organizações Globo foi a criação do Extra, o filhote popular do Globo, que retomou para a casa dos Marinho o primeiro lugar em circulação no Rio.


Agora, tem o DNA de Ary Carvalho, empresário já falecido, que controlava o Dia, uma investida contra o Extra. Duas das herdeiras de Carvalho, rivais entre si, partiram com tudo para conquistar leitores de baixa renda. Em setembro, começou a circular o Meia-Hora e na semana passada, o diário Q!. Ambos são vendidos a preço baixo, mas é evidente sua inspiração na receita dos jornais gratuitos que invadiram a Europa, sobretudo a Espanha.


A ver qual será a reação do Grupo Globo. Essa briga promete emoções fortes. Tomara que o leitor saia ganhando.


Refundação do Brasil


Irritada com a mania petista de pretender a refundação do Brasil, a jornalista Rosângela Bittar mostra hoje no Valor como o governo procura mascarar a falta de ação, ou o excesso de ações equivocadas, com tiroteios de press-releases. Ela cita o Ministério da Educação, mas poderia ter falado também, por exemplo, do programa Primeiro Emprego, que não saiu do lugar e mandava um comunicado por dia.



Campeão de baixaria


A Rede TV! ficou fora do ar ontem na Grande São Paulo. Para voltar a transmitir, a emissora fez um acordo com a Justiça em que se compromete a não exibir pegadinhas que contenham ofensas a homossexuais, afrodescendentes, mulheres, idosos, pessoas com deficiência, indígenas, crianças e adolescentes. A lista resume as baixarias do programa Tarde Quente, de João Kléber. Outro programa, Eu Vi na TV, também suscitou aperto da Justiça.


Um advogado ouvido pela Folha de S. Paulo diz que a decisão judicial é exagero pior do que censura. O Globo informa que João Kléber lidera por quatro anos seguidos a lista de denúncias da campanha Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania.