Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

>>Tudo resolvido até 2015
>>Horário obrigatório ou noticiário?

Tudo resolvido até 2015


Faltam 32 dias até a eleição de 1 de outubro, mas na imprensa a campanha já terminou, o presidente Lula está reeleito em primeiro turno e a discussão agora é sobre 2010, em alguns casos sobre 2015. Fica assim: haveria um acordo entre o PT e o PSDB para enfrentar algumas questões essenciais, o sucessor de Lula teria mandato de cinco anos, sem reeleição, e Lula poderia se recandidatar depois. Isso não é tara da imprensa, é tara do país: não resolve os problemas, nem sequer os coloca corretamente, e mentalmente pula etapas para não enxergar a face verdadeira das realidades sociais, econômicas, políticas e institucionais.


Agenda do PCC


O Estadão noticia que ontem o PCC fez panfletagem na Bela Vista, em Higienópolis e no Butantã, bairros de São Paulo. A polícia teme novos atentados da quadrilha. As datas seriam 31 de agosto, quando o PCC foi fundado, há 13 anos, ou 7 de setembro. Em artigo recente na revista Carta Capital, o juiz aposentado Walter Maierovitch previu que os Tribunais Eleitorais, inclusive o de São Paulo, requisitarão tropas do Exército para evitar que o PCC tumultue a votação em 1 de outubro. Mas no noticiário político e adjacências já está tudo equacionado até 2015.


Dentro e fora das prisões


Há dois dias a Tribuna Impressa, de Araraquara, publica reportagens sobre as dramáticas condições de trabalho e de vida dos agentes carcerários na região. O dirigente do MST Jaime Amorim, que passou oito dias numa cadeia pernambucana, saiu chocado, embora tenha ficado em cela especial. Disse que os presídios são fábricas de delinqüentes e que vai lutar pela humanização das condições carcerárias.



Horário obrigatório ou noticiário?


Alberto Dines anuncia o tema do programa de hoje do Observatório da Imprensa na televisão, sobre o peso da propaganda obrigatória e da mídia no esclarecimento do eleitor.


Dines:


– O que esclarece mais o eleitor, o horário eleitoral gratuito ou a cobertura da mídia? A questão foi colocada na urna eletrônica do nosso programa de TV e até hoje pela manhã, de um total de quase mil respondentes, cerca de 85 por cento consideraram que a cobertura da mídia é mais eficaz para esclarecer o eleitor contra 15 por cento que consideraram mais esclarecedor o horário eleitoral do TSE. É claro que a cobertura da mídia impressa e eletrônica só consegue um mínimo de eficácia nos pleitos para presidente, governador ou mesmo senador. Impossível desvendar todos os candidatos à Câmara Federal razão pela qual o TSE tem procurado cortar o mal pela raiz — e às vezes de forma precipitada — negando o registro a tantos candidatos. Mais de mil já foram eliminados. É bom esclarecer que esta enquete eletrônica não tem qualquer valor científico, mas funciona como um indicador de tendências. Porém, mais importante do que os resultados será o debate na edição de hoje a noite do Observatório da Imprensa. Às 22:50, ao vivo na TVE e TV-Nacional. Às 23:40 na rede Cultura.


Coquetel gaúcho


Os serviços de TV por assinatura permitem ver o horário eleitoral de um estado em outro. Em São Paulo, assinantes podem acompanhar a campanha no Rio Grande do Sul, por exemplo. Com algum esforço, é possível detectar características próprias da política local. Sem nenhum esforço, constata-se que a pausteurização marqueteira é generalizada. E a confusão partidária, notável, mesmo no Rio Grande do Sul, onde os partidos são considerados mais sólidos do que no resto do país. O candidato do Partido Progressista ao governo, Francisco Turra, bate no peito e diz que apóia Geraldo Alckmin, do PSDB, para a presidência. A candidata do PSDB ao governo estadual, Yeda Crusius, nem menciona Alckmin. Também chama a atenção o número de candidatos integrantes ou ex-integrantes da PM, que lá se chama Brigada Militar.


Fidel fora de cena


O Granma, jornal oficial cubano, anuncia hoje a venda, por vinte centavos de peso cubano, de um suplemento especial com declarações do novo chefe supremo, Raúl Castro. A notícia mais recente sobre Fidel é de uma semana atrás.


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