Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Cristina Padiglione


‘As obras na programação da TV Cultura continuam em andamento. Mais uma estréia está prevista para a segunda quinzena de junho, dessa vez com Rolando Boldrin. O bom contador de causos volta à tela para fazer um programa mais ou menos nos moldes do Som Brasil, formato que ele domina como ninguém.


O próximo passo na Cultura é definir as diretrizes de seu jornalismo. Com a multiplicação de tarefas agora atribuídas a Marco Antônio Coelho pelas retransmissoras em todo o País, a emissora procura um novo diretor para a área.’



7 X BOSSA NOVA


Adriana Del Ré


‘A relação contemplativa entre mar e bossa’, copyright O Estado de S. Paulo, 26/05/05


‘Segundo episódio da série inédita 7 x Bossa Nova, o programa A Bossa e o Mar estréia hoje na programação do canal 605 da DirecTV, tendo como enfoque uma das vertentes mais contemplativas da obra dos bossa-novistas, na qual as canções usam o mar como tema recorrente. E esse filão encontra primordial representação no músico e compositor Roberto Menescal ‘costurando’ histórias e apresentações musicais.


‘Pensei em cada episódio com um tema e escolhi os participantes de acordo com ele. E foi quase uma unanimidade com quem eu conversei, que a bossa e o mar são um dos principais temas do movimento, representado não só por Menescal, mas por toda uma geração’, comenta o diretor Belisário Franca.


De fato, não dá para pensar em bossa nova e mar sem fazer uma relação com a obra de Menescal durante esse período. Com Ronaldo Bôscoli, o músico constituiu toda uma obra em que fala sobre o mar, como Nós e o Mar, O Barquinho, Rio, entre outros. ‘Menescal e Bôscoli fizeram algumas das pérolas desse universo, assim como outros autores, como Tom Jobim’, completa o diretor. Segundo ele, a vida daquela turma carioca era muito ligada à praia, ao surfe, ao mergulho, à pesca submarina.


Assim, o cenário escolhido para esse segundo episódio não poderia ser outro senão a faixa litorânea compreendida entre Ipanema e Copacabana, do fim dos anos 50 até começo dos anos 60, onde a juventude bossa-novista passava o dia, se divertia e colocava em voga, sem muita pressa, a criatividade musical. ‘A praia, nessa época, era símbolo de descontração. Não havia briga conjugal’, descreveu o produtor e compositor Nelson Motta, um dos entrevistados do episódio. ‘Aquele tempo era leve e descontraído.’


‘O mar tem essa coisa democrática, todos poderiam ir ao mar e ficar nessa vida’, comentou Menescal, em entrevista ao Estado. ‘Eu era pescador de mergulho. Às vezes, a gente pescava marisco e fazia na praia, ou pegava polvo e vendia, garantido o dinheiro da semana.’


Ao longo do episódio A Bossa e o Mar, Menescal lembra que Copacabana era point da garotada a semana inteira, além de refúgio para uma partida de futebol após o colégio. Recorda-se ainda como conheceu João Gilberto pessoalmente pela primeira vez. Na ocasião, os pais de Menescal promoviam uma grande festa em sua casa. Foi quando o então jovenzinho João Gilberto bateu à porta. Menescal o atendeu, pensando ser um entregador de presentes. João perguntou para o músico se ele tinha um violão dentro de casa. Menescal estranhou, mas o deixou entrar. Quando João deu o primeiro acorde, Menescal o reconheceu imediatamente, tratou de sair dali e apresentá-lo para a turma.


A Bossa e Mar traz ainda participação especial da cantora, compositora e violonista Wanda Sá, uma das grandes parceiras de Menescal, além de depoimentos dos compositores Marcos Valle, Carlos Lyra, Johnny Alf, os cineastas Jom Tob Azulay e Cacá Diegues, os músicos Alexandre Moreira, João Marcello Bôscoli, Charles Gavin, o grupo Bossacucanova, entre tantos outros. ‘O episódio traz uma visão crítica interessante sobre o movimento’, conta Belisário. ‘Traz pessoas diferentes, que, às vezes, são vozes complementares, e outras, antagônicas.’


(canal 605). Hoje, 12h, 13h30, 15h, 16h30, 18h, 19h30, 21h, 22h30, 0h e 1h30 (reapresentações nos mesmos horários, de amanhã até 5/6) 7 X Bossa Nova. A Bossa Nova e o Mar. Directv’



O APRENDIZ


Carol Knoploch


‘‘Aprendiz’ começa a ser gravado’, copyright O Estado de S. Paulo, 26/05/05


‘Os 16 candidatos a um emprego de R$ 250 mil no Grupo Newcomm entram em concentração hoje, no Hotel Hilton, para a segunda versão de O Aprendiz, da Record. O reality show estréia em 26 de junho – a primeira versão, que terminou no final de 2004, obteve média de 12 pontos de ibope. Os escolhidos se inscreveram na internet. Ao todo, foram 43 mil inscritos até o último dia 10.


Desde o início da semana, quando assinaram os contratos, os candidatos estão isolados da família e amigos. Mas, somente hoje, conhecerão Roberto Justus, ao vivo e em cores. Gravarão as primeiras imagens para o programa – incluindo as cenas em que deixam a sala de reunião, com mala e cuia, e entram no táxi para voltar para casa. Todos os candidatos gravam com antecedência essas imagens para facilitar a edição.


Vivianne Ventura Brafmann, vencedora da primeira versão e encarregada de novos projetos na empresa Wunderman, tornou-se uma ajudante desta edição – Toni, que foi demitido por Justus, iria fazer parte da produção, mas arrumou, recentemente, um emprego bem melhor: gerente em uma multinacional inglesa. Vivianne elaborou uma espécie de cartilha, com a ajuda dos ex-participantes. Todos responderam a questionários sobre as principais falhas da produção, a fim de que elas não se repitam.


O Aprendiz terá mudanças: irá ao ar às terças e domingos e não mais terças e quintas. O patrocínio agora cabe à Fiat e à Claro – a Vivo deixou o projeto. José Tolovi não será mais conselheiro ao lado de Isabel Arias. Dará lugar a Roberto Pascoali, diretor da Business School São Paulo. A sala de reunião será três vezes maior, na produtora Casablanca.’