Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Com cara nova

Procura-se alguém disposto a acordar às 2h da manhã para pegar no batente, e o ofício não é de feirante. Ex-correspondente da Globo em Nova York, de onde voltou em janeiro, após quatro anos nos Estados Unidos, Rodrigo Bocardi se apresentará para o seu novo posto de trabalho diariamente, às 2h45. A vantagem é que a essa hora não enfrentará trânsito, justamente um de seus maiores alvos de atenção à frente do primeiro noticiário do dia na TV Globo.

A partir de segunda-feira, esta será a rotina do novo âncora do Bom Dia São Paulo, que entrará no ar mais cedo – às 6h15 – ganhando então 15 minutos, até se encontrar com o Bom Dia Brasil, onde entrará com as principais informações sobre São Paulo. Na a mesma data, Carla Vilhena repassa ao rapaz o bastão que segurou pelos últimos dois anos. De lá, a jornalista segue para a reportagem especial do Fantástico, que está em obras para uma grande reforma a ser consumada em agosto.

Animado com a missão, Bocardi conta que seu terceiro filho – o segundo menino – nascerá em junho, em Nova York, onde a família ficou, enquanto ele arruma a casa por aqui. “Achamos melhor esperar pelo fim do turno escolar das crianças e, enquanto isso, vou vendo um lugar para a gente morar aqui, estamos recomeçando do zero”, conta. Pai de uma menina de 4 anos e de um garoto de 3, ele agora espera por outro menino.

“Fizemos tudo de forma muito tranquila”, disse Bocardi ao Estado, ontem, em entrevista por telefone, após gravar mais um piloto para a estreia de segunda-feira. Repórter habituado à rua e a grandes coberturas, tem experiência em estúdio restrita a breves apresentações como correspondente em Nova York. A chegada ao Bom Dia, portanto, vale de fato como estreia no papel de âncora.

Circulando

“É um desafio e tanto. Parece simples, mas não é”, contou ele, que circulará em um cenário ainda maior, com mais destaque para o telão e agora integrado ao Radar, seção de meteorologia e trânsito apresentada por Glória Vanique. “É mais fácil, para quem está no ar, conversando com repórteres e atento a tudo, contar com alguém que já chega com todas as informações de trânsito da cidade”, fala. O cenário comporta bancada e banco para que ele se sente quando quiser, mas sem gesso de ficar aqui ou ali com hora marcada.

Bocardi chama ainda atenção para a dificuldade de ajuste na iluminação do Bom Dia, feito naquele estúdio de vidro com a ponte estaiada ao fundo, à beira da Marginal Pinheiros, em um horário em que a luz do dia muda com muita frequência. No melhor propósito de investir em serviços, o Bom Dia São Paulo terá mais de 30 câmeras espalhadas pela cidade e nas principais rodovias, para acompanhar o trânsito, além do Globocop. Todas as equipes estarão equipadas para fazer entradas ao vivo, com Unidades Móveis, com flash news ou liveU – sistemas de transmissão ao vivo.

Se ele já está à vontade no estúdio? “É como dirigir um carro novo. Você vai aprimorando a técnica de cada recurso, até que aquilo vire automático”, compara. No mais, o que conspira a favor do motorista é a experiência como jornalista que começou em TV como editor de textos, o que já lhe assegurava, desde que estreou como repórter, noções básicas sobre o fechamento de um telejornal.

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Cristina Padiglione, do Estado de S.Paulo