Saturday, 20 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Esther Hamburger

‘‘Sex and the City’ é das produções norte-americanas recentes que mais chamou a atenção das mulheres. Um pouco como as nossas novelas, o programa ‘de mulher’ polarizou o horário nobre no canal mais nobre da TV dos EUA. Para deleite do público masculino.

A repercussão polêmica das desventuras amorosas de quatro nova-iorquinas merece atenção. Qual é afinal o atrativo do seriado, conhecido pela indiscrição com que se imiscui nos prazeres carnais da turma de garotas bem-sucedidas, modernas freqüentadoras da vida glamourosa da cidade mais glamourosa do planeta?

Nos EUA, o seriado terminou no dia 22 de fevereiro com alarde. Aqui, a sexta e última temporada começa a ser exibida em breve, em abril. Ecos do impacto de ‘Sex and the City’ estão por aí. DVDs das quatro primeiras temporadas estão disponíveis. Multishow e Canal 21 exibem reprises.

As opiniões sobre ‘Sex and the City’ são radicais. Uns adoram a ousadia da abordagem pública de fantasias sexuais femininas. Outros detestam constrangidos.

A temática é sexual, mas o apelo não é sensual. Basta verificar episódio no ar atualmente em que Sonia Braga, que já foi símbolo do país do samba e da mulata, faz uma lésbica que gosta mais de discutir a relação do que de transar.

‘Sex and the City’ se esmera em exibir cenas de cama. Mas é nas palavras que está o segredo do sucesso do programa. A voz em ‘off’ da protagonista, Carrie, colunista de comportamento sexual de um jornal, faz a desejada ponte entre o ponto de vista subjetivo, íntimo, das mulheres ‘avançadas’ de seu grupo e a audiência ampla do jornal e da TV, que inclui os homens.

A narração de Carrie como que organiza, dá sentido, à sucessão de casos amorosos dela mesma e de suas amigas, tipos ligeiramente diferentes do gênero feminino.

Resolvidas profissionalmente, as mulheres do seriado esclarecem que permanecem fêmeas, apenas livres do recato. Sua iniciativa no campo amoroso se dá em detrimento deles, personagens meio anódinos.

Atendendo à fantasia cara ao sexo oposto, Carrie, Miranda, Samantha e Charlotte se apropriam do universo tradicionalmente masculino da sacanagem. Em ‘Sex and the City’ o donjuanismo usa saia e salto alto.



O Estado de S. Paulo

‘Loja vende figurino de ‘Sex’ em NY’, O Estado de S. Paulo, 15/03/04

‘Centenas de pessoas fizeram fila em frente à loja Ina, em Nova York, na última quinta-feira, para comprar peças de roupas do figurino da série Sex and the City, da HBO, que terminou recentemente nos Estados Unidos. A loja adquiriu peças do figurino e deu às consumidoras a chance de ganhar o estilo de Carrie Bradshaw, personagem de Sarah Jessica Parker no show, e de suas descoladas amigas – Charlotte (Kristin Davis), Miranda (Cynthia Nixon) e Samantha (Kim Cattrall).

Os itens à venda não eram nada baratos. Um top Givenchy custava US$ 140 e um par de sapatos de Badgley Mischka foi vendido por US$ 275. ‘Algumas pessoas ofereceram US$ 1 mil para vir à loja adquirir peças na noite de quarta-feira’, disse Ina, dona do estabelecimento que leva seu nome.

Muitas das peças de estilistas famosos já tinham sido pedidas pelas atrizes da série. Outros itens foram leiloados pela HBO para as instituições de caridade escolhidas pelas protagonistas do programa.

‘Estou no céu’, falou Chris Robillard, de 31 anos, enquanto segurava triunfante um par de sapatos vermelhos. ‘Eles realmente representam o show para mim. Sei que foram de Samantha, porque conferi o número que ela calça, antes de vir para cá.’

Um pretinho básico Chanel era o item mais caro da loja: US$ 5 mil. Muitas peças à venda foram adquiridas pelos figurinistas da série, mas nunca foram usadas. Algumas mulheres que estavam na loja e não entravam nas roupas usadas pela magérrima Sarah Jessica Parker se contentavam em adquiri-las apenas como recordação. ‘A série me divertiu muito’, afirmou Karen Kim, de 28 anos, que arrematou sete peças.

Filme – Enquanto não se decide se a série irá ou não virar um longa-metragem, as quatro atrizes estudam propostas de trabalho. Sarah Jessica foi convidada para fazer um remake de The Man Who Came to Dinner, dos estúdios DreamWorks, segundo noticiou o The Hollywood Reporter. O papel original foi interpretado por Bette Davis, em 1941.

(AP, DPA e Reuters)’



TV DIGITAL
Gerusa Marques

‘Promessa de Miro, TV digital não saiu do papel’, O Estado de S. Paulo, 14/03/04

‘No início do governo Lula, o ex-ministro Miro Teixeira começou uma campanha para que as tarifas fossem reajustadas pelo IPCA, que apresentava variação mais baixa, contra a posição da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que defendia a manutenção do IGP-DI como indexador, conforme está previsto nos contratos de concessão.

A bandeira defendida por Miro gerou uma pendência na Justiça, que ainda não se pronunciou em caráter final sobre o assunto, e criou incerteza entre os investidores. Também acabou gerando uma modificação nos futuros contratos de concessão das empresas de telefonia fixa, que valerão a partir de 2006.

Conforme um decreto presidencial, nesses novos contratos não será mais usado o IGP-DI como indexador das tarifas e sim um índice setorial, que ainda será elaborado pela Anatel, e que vem sendo criticado por vários especialistas.

O ministério não conseguiu tirar do papel dois projetos anunciados como prioridade: a TV Digital e o Serviço de Comunicações Digitais (SCD). O Sistema Brasileiro de TV Digital ainda está sendo avaliado por comitês criados pelo governo e suas regras gerais, como o padrão e o modelo de negócios, serão apresentadas somente em março de 2005.

O SCD, que deveria para levar internet em banda larga a escolas, hospitais, bibliotecas e delegacias de polícia ganhou o apelido de samba do crioulo doido e somente começará a ser implantado no fim deste ano, se for mantido o cronograma do governo.’



TV BANDEIRANTES
Cristina Padiglione

‘Band renova seus créditos’, O Estado de S. Paulo, 14/03/04

‘Mudar de canal não é força de expressão no caso de Carlos Nascimento. O homem volta ao ar amanhã, pela Rede Bandeirantes, com oito quilos a menos do que tinha em sua última aparição no vídeo, pela Globo.

Principal crédito da TV dos Saads nessa súbita ressurreição demonstrada pela empresa – vide outras contratações, como Marlene Mattos na direção artística e Joelmir Beting na mesma bancada de Nascimento -, o jornalista está mais leve não só no peso físico. A satisfação pelo novo emprego está na cara.

‘Acho que meu prazo de validade na Globo estava vencido, eu precisava de oxigênio novo’, argumenta. Não fosse a pausa de dois anos de Globo – em 1988 comandou o Jornal da Cultura e em 89, o da Record, no último ano da família Machado de Carvalho à frente do grupo -, Nascimento estaria completando agora 30 anos a serviço do plim-plim, emissora da qual não guarda queixas.

‘Ninguém passa 30 anos num lugar em que não seja bem tratado’, fala.

A chegada à Band implica novo conceito no jornalismo da casa. E no histórico do próprio âncora, que se reconhece como uma das expressões máximas da sisudez que sempre marcou o jornalismo de TV. A ordem, agora, é navegar no sentido oposto.

Na última semana, Nascimento passou para o outro lado da bancada para ser o entrevistado. Como bom entrevistador, portou-se bem no papel contrário, dispondo de toda a paciência para fotos e perguntas. Após quase uma hora de entrevista coletiva e sem perder o humor, o jornalista falou com exclusividade ao Estado. A seguir, alguns trechos da nossa conversa.

Estado – Emagrecer oito quilos faz parte da mudança de canal?

Carlos Nascimento – Faz parte do quadro geral. É que antes eu entrava muito cedo no trabalho, às 7h30, e não dava tempo para fazer exercícios. Acordava às 6 horas. Porque quando termina um telejornal (na Globo), já tem de estar lá alguém do próximo jornal de rede. E todo o meu período de Hoje foi pródigo em plantões, teve o 11 de setembro, o seqüestro do Silvio Santos, a queda da estátua do Saddam, uma série de coisas. E eu deixei de correr e fazer exercícios, que eu sempre gostei. Agora, continuo acordando às 6 horas, primeiro leio jornais e depois vou correr. Já perdi 8 quilos, mas faltam mais ou menos 3.

Estado – Há uns três anos, você demorou a negociar a renovação de seu contrato com a Globo, em razão de pendências com o portal globo.com. Já era vontade de mudar de casa?

Nascimento – Sim, eu queria fazer algumas coisas diferentes. A história da globo.com é que havia um condicionamento de fazer sites pessoais dentro da globo.com e eu achava que não era esse o caminho, ter um site Carlos Nascimento. Eu queria fazer um portal chamado Interior Paulista, que era o meu projeto. Acabou não dando certo lá, mas eu fiz. Hoje a gente tem, eu e a minha mulher (Rosi Pereira, ex-Abril Press), ou mais ela do que eu, uma agência de notícias econômicas do interior do Brasil. Nós pretendemos cobrir 20 cidades em 9 regiões.

Estado – Quais são as regiões?

Nascimento – Interior paulista, sul de Minas, Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba (serrado mineiro do café), Norte do Paraná, sul e sudeste goianos, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e interior de Santa Catarina. A gente ainda não chegou a tudo isso, estamos começando por Minas, temos uma redação em São Paulo e temos (correspondentes) em Araçatuba e Franca. O nome é agenciainterior.

Estado – Voltando à TV, por que é tão difícil fugir desse tom sisudo no telejornalismo?

Nascimento – No Hoje, você notou que houve uma mudança. Eu fazia, na hora do almoço um jornal sozinho. Como é que eu ia fazer, na Globo, um jornal em que eu fizesse comentários sozinho? Teria durado dois dias. Os caras (direção da Globo) já falariam ‘pára com isso’. Então, sugeri que trouxessem uma mulher para contracenar comigo. Tendo alguém para conversar fica mais natural, é um jeito de quebrar o gelo. Segunda coisa: eu precisava deixar de ser o editor-chefe (na frente das câmeras). Porque era um fechamento muito tempestuoso, com muito pouco tempo para preparar o jornal, então, era muito tenso. E eu ia para a bancada muito mais como executivo do jornal do que como apresentador. Quando eu me vi liberto daquilo e com uma pessoa do lado para eu poder falar, eu disse, agora chegou a hora de começar a relaxar.

Estado – E aqui, a intenção é relaxar mais?

Nascimento – E aqui é diferente, é um jornal que eu vou fazer à noite, é um fechamento um pouco mais tranqüilo. Isso vai me dar oportunidade de conservar o humor e a tranqüilidade na hora de fazer o jornal. Você tem que sentar naquela bancada como se fosse um fim de dia numa mesa de jantar, como se as pessoas se encontrassem numa mesa de bar. Ninguém fala nesse tom sisudo, a conversa é sempre amena e leva-se muita coisa para a piada. Eu acho que a gente tem que fazer isso, respeitando a seriedade da notícia.

Estado – E o Joelmir também é muito engraçado.

Nascimento – Ele é, tem ótimas tiradas e o Boechat (Ricardo) também. Agora, não pense assim que é tão simples pegar todos esses componentes e criar o amálgama, isso demanda trabalho, demanda tempo, empatia, timing.

Estado – Eu vi uma cena sua antiga, de um tiroteio, na Globo, que era quase um ‘Aqui Agora’.

Nascimento – Esse tiroteio foi em 1981! Você vê que estava na hora de eu mudar de canal mesmo, né? Foi a primeira cobertura policial com ação que realmente houve na televisão brasileira. Foi uma rebelião de presos que houve em Jacareí numa tarde de sábado, eu estava de folga, em casa, e me chamaram. Cheguei lá achando que a história já tinha terminado. O delegado falou assim pra mim: ‘Pode ir lá pro meio da rua, pode ir’. Na verdade, a polícia estava se preparando para atirar. E aí eu estava lá no meio quando tudo começou e a gente não tinha muito o que fazer.

Estado – O que mudou no jornalismo policial de TV de lá para cá?

Nascimento – O que eu fiz lá foi simplesmente narrar o que estava acontecendo. Ali, eram jornalistas, diante de um fato, usando os recursos disponíveis para transmitir aquele fato, sem forçar nada. Hoje em dia, acho que, muitas vezes, a televisão força as coisas, vai atrás do que não aconteceu ainda para provocar.

Estado – Você vai ficar constrangido se o Datena conversar com você no jornal dele?

Nascimento – Não, não, pelo contrário. Eu acho que o Datena é um cara que tem talento, sabe o que faz.

Estado – Você não acha que o jornalismo que você faz é melhor do que o que ele faz?

Nascimento – Não, absolutamente, acho que ele faz aquilo bem-feito, ele foi contratado para fazer isso, embora eu ache que vai haver mudanças. Esse jornalismo policial faz parte de um ponto em que a televisão parou para ver o que fazer, e foi o que apareceu para fazer. Mas não é isso que ela pode fazer de melhor. Eu acho que o modelo de televisão no Brasil, que foi um modelo criado pelo Boni e pelo Walter Clark, que durou 30 anos, basicamente até o começo dos anos 90, aquilo era um modelo feito só para aquele Brasil que existiu nesse período.

Estado – Você disse que a televisão não acompanhou a mudança do País.

Nascimento – Não acompanhou.

Estado – Onde foi que ela perdeu esse trem?

Nascimento – Quando nós abrimos. Quando abriu a política, abriu a economia, quando o brasileiro começou a olhar para fora, viajar para fora, quando veio o Plano Real e as pessoas começaram a conhecer outros países, a importar cultura, o modo de pensar do povo, importação de produtos de consumo, o horizonte do brasileiro se abriu de uma hora para outra. E a nossa televisão, ela não era feita para isso. Tudo era pequeno. Nós tínhamos dois partidos, MDB e Arena. Eleição, não tinha. Economia, você tinha patrão e empregado, não tinha central sindical, era tudo muito simples, não havia pluralismo. Então, aquela televisão ‘fechada’ funcionou muito bem porque nós não sabíamos de outras coisas. Quando as coisas se abriram, com um monte de sindicatos, com a mulher se emancipando, o homem também já não aceitando mais ver qualquer coisa, veio o bombardeio da TV a cabo, com novas idéias, novos conceitos.

Estado – E a gente ainda está em tempo de pegar esse trem?

Nascimento – Eu acho que a televisão está mostrando que quer mudar, não só na parte de jornalismo, mas em tudo. As novelas, por exemplo, sobrevivem com boa audiência e tal, mas a gente sente que é um modelo que precisa evoluir e mudar; a parte de shows é outro exemplo, nós tivemos um empobrecimento nessa área.

Estado – Ao que você assiste na TV hoje?

Nascimento – Eu assisto aos telejornais, assisto muito ao (canal pago) GNT.

Vejo o Jornal da Band, o Boris, quando dá, e o Jornal Nacional. Gosto muito do Bom Dia Brasil e acho até que nesse nosso formato, na Band, a gente deve se inspirar muito nele. O problema é fazer dar certo isso às 8 da noite. De manhã, o público é mais receptivo, mas vamos ver se a gente consegue. E vejo muito documentário, vejo filmes também, mas sinto falta de shows musicais de qualidade, pelo menos como já tivemos no passado.

Ontem eu fui à Hebe. Eu pensei: ‘quem vai suceder a Hebe?’ Não tem ninguém na esteira da Hebe. E a Marília Gabriela? Não enxergo outra que possa vir a fazer isso. Mesmo nos movimentos musicais, Tropicália, MPB, a fase do rock, a gente se acomodou um pouco. A televisão tem que lançar, tem que encontrar novos caminhos. O maior desafio da televisão hoje é criatividade, porque os recursos já são mais iguais.

Estado – O fato de querer abrir um espaço analítico no ‘Jornal da Band’ é uma demanda desses tempos em que todo mundo é bombardeado por informação por todos os lados, via rádio, internet, jornal e TV?

Nascimento – Analítico e seletivo. Porque você tem que passar para o telespectador o que realmente é importante para ele. Hoje, o grande desafio é identificar o que preocupa ou motiva as pessoas, investir nesses temas e tratá-los com análise. A gente mostra o Brasil: o Brasil tem praias, tem a Amazônia, o Pantanal, supersafras, aves, estação da chuva, da seca… Agora, tá bom, como é que o brasileiro se apossa disso? Como é que uma pessoa pode tirar proveito disso? O que está reservado para cada um? Como é que eu vou encaminhar meus filhos? E eu tenho quatro!’

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‘Investimentos compensam venda da faixa nobre à fé’, O Estado de S. Paulo, 14/03/04

‘Se é verdade que a Bandeirantes vendeu sua alma a Deus – ou só alugou, para ser mais justa -, não é exagero dizer que os benefícios da locação vêm sendo bem aproveitados pela empresa. O ônus de vender o horário nobre ao bispo R.R. Soares, de segunda a sexta-feira, entre 20h50 e 21h50, tem sido compensado pelo investimento da emissora no restante da grade, incluindo a troca de alguns profissionais e a contratação de nomes que entendem de televisão, diante e por trás das câmeras. Afinal, de que adiantaria ter um horário nobre livre para uso da programação, sem condições financeiras para rechear esse conteúdo?

As chegadas de Carlos Nascimento e Joelmir Beting ao Jornal da Band não excluirão – muito pelo contrário – a participação de Ricardo Boechat (do Rio) no noticiário. O próximo passo é contratar um nome de grife também em Brasília. É claro que a direção da casa espera ganhar mais audiência quantitativa, mas o crédito qualitativo desse time já vale para chamar a atenção do mercado publicitário, que acenou com a compra de três cotas nacionais de patrocínio do jornal, via Nova Schin, Petrobrás e Casas Bahia.

De mais a mais, o calendário de 2004 é perfeito para renovar os ânimos do jornalismo. O ano é de Olimpíada na Grécia e de eleições municipais no Brasil, dois terrenos em que a Bandeirantes tem boa tradição de cobertura.

Na esteira das urnas, a emissora prepara para abril o lançamento de um noticiário local, na hora do almoço, que servirá para que cada praça dedique mais espaço aos fatos de sua região.

‘Caberá a nós captar as tendências e orientar o eleitor sobre os critérios a serem seguidos na hora de escolher seu candidato’, fala Carlos Nascimento.

‘Furar o bloqueio do marketing’ nesses tempos em que o trabalho dos marqueteiros tanto norteia os rumos de uma eleição é um dos lemas prioritários do diretor de Jornalismo da Band, Fernando Mitre. A realização de debates, claro, marca da casa, será agendada para o segundo semestre, assim que os candidatos estiverem oficialmente definidos.

Datena light – Na semana que vem, 22 de março, será a vez de repaginar o programa de José Luís Datena. Não que o tom tempestuoso do apresentador vá mudar, mas a direção da emissora pretende dividir seu horário em duas partes: o Brasil Verdade, com participação de especialistas e convidados diante de ‘casos reais’, e o Brasil Urgente, como é hoje. O diretor de Programação da emissora, Celso Tavares, assegura que esse Brasil Verdade não é uma reciclagem de outro título da casa, o Hora da Verdade, que era apresentado por Márcia Goldschmidt e acumulava acusações de farsas entre seus personagens.

Nos planos de Tavares está ainda a estréia de mais uma novela portuguesa, Morangos com Açúcar, que irá ao ar às 20h ou 20h30, a partir de 29 de março.

Pejorativamente apelidada aqui como Malhação lusa, a historinha consegue excelente audiência em Portugal.

A agenda de estréias segue adiante, com o lançamento, em 4 de abril, do pacote de filmes e séries comprado dos estúdios da Universal. Entre os títulos de longas-metragens está o bacaníssimo Quero Ser John Malcovitch, além de Os Pequenos, Cinzas de Ângela e até Rambo 3, já visto e revisto na Globo algumas vezes. Entre as séries, há Lei & Ordem, exibido aqui só pela TV paga.

Marlene – E, para um time que carecia há tanto tempo de alguém com discernimento preciso na linha de shows, a contratação de Marlene Mattos como diretora artística foi gol legítimo. Tem sido da mentora de Xuxa a palavra final em novas contratações – como Preta Gil, que comandará um programa chamado Caixa Preta nas noites de sábado – e na repaginação de antigos funcionários, como Sabrina Parlatore, que terá seu Clipmania reformado.

Marlene tem ainda planos para entregar ao polêmico Romário – sim, o jogador – um programa de entrevistas. Mas isso ainda está no patamar de projeto.

Entre as primeiras ações de MM estão sutis alterações na grade da programação vespertina e a repaginação sofrida por Viviane Romanelli no Dia Dia, o que ainda não surtiu efeito na audiência (1 ponto de média em São Paulo), como vem alardeando a concorrente RedeTV!

Mas, ainda que os resultados não sejam milagrosos, televisão continua sendo sobretudo a arte de vender sabonetes – mais do que fé. Daí o caráter de um mercado que requer criação de hábito, o que demanda algum tempo.’



Carol Knoploch

‘Marlene Mattos investe em Sabrina’, O Estado de S. Paulo, 10/03/04

‘Sabrina Parlatore caiu nas graças da nova diretora artística da Band, a toda-poderosa Marlene Mattos. A apresentadora vai ter o seu Clipmania reformulado e poderá ganhar outra atração na emissora. ‘Quero que o Clipmania reaja. Além disso, vou aproveitar melhor a Sabrina. Ela não está na casa só para fazer o Clipmania. Disto tenho certeza’, declarou Marlene, que pretende, com esta nova fase do Clipmania, superar os 3 pontos de média de Ibope, aos domingos, a partir das 15 horas.

A parada dos melhores clipes musicais deixará de ser gravada em qualquer canto para ter cenário moderno, novos quadros, mais tempo no ar, diretor de fotografia e diretora-geral. Edson Fernandes, que dividia-se entre o Dia Dia e o Clipmania, ficará apenas com a atração de Viviane Romanelli. E Sabrina terá Tininha Araújo, ex-Sandy e Júnior e Você Decide, como diretora.

Tininha, que há pouco foi co-diretora do longa No Meio da Rua, a ser lançado em maio, com Flávia Alessandra, Tarcisinho e Guilherme Vieira, trabalhará em outras atrações da casa.

A diretora explica que as grandes mudanças no Clipmania aparecerão daqui a um mês. Ainda estuda mais espaço na grade da emissora. O ideal, segundo ela, é pular de 30 para 45 minutos de duração. O cenário terá plotagens com fotos de músicos, monitores suspensos e um cantinho para entrevistas. O programa terá também quadro para vídeos de bandas amadores ou desconhecidas.

‘Enquanto o cenário não fica pronto, vamos fazer dois programas no Mosh (o mais famoso estúdio fonográfico de São Paulo) e em externas. Ontem gravamos durante o ensaio do Titãs no DirecTV Music Hall’, afirma Tininha, que sugeriu a Sabrina corte de cabelo, mechas claras e fios ondulados no lugar da chapinha.

‘O Clipmania faz três anos em maio e estava na hora de mudanças. Isto tudo é um estímulo para mim’, comentou Sabrina, que despertou a atenção de Marlene durante a programação de verão. A diretora então a escalou para ancorar o carnaval. Até outro dia, dizia-se que ela perderia a vez na Band com a chegada de Marlene. O boato tomou força depois que a casa passou a se interessar pelo passe de Fernanda Lima, também ex-MTV. Hoje, Sabrina é uma das ‘queridinhas’ de Marlene.’