Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Folha de S. Paulo

PUBLICIDADE SUSPEITA
Frederico Vasconcelos

CDHU omite anúncio em revista de tucano

‘Acusado de comprar apoio com verbas publicitárias de estatais, o governo de Geraldo Alckmin, candidato tucano à Presidência, omitiu pagamentos feitos a veículos de comunicação de deputados aliados.

Estatais relutaram em prestar informações sobre gastos publicitários ou mentiram. É o caso da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano). Depois de recusar-se por três meses a fornecer os dados, a estatal enviou na semana passada nota à Folha, informando que ‘em nenhum momento’ fez anúncios em veículos ‘de interesse de parlamentares’. Em pelo menos duas edições, a CDHU publicou anúncios de página dupla na revista ‘DeFato’, do deputado Wagner Salustiano (PSDB).

Os exemplares também trazem anúncios da Sabesp e da Nossa Caixa, investigadas pelo Ministério Público Estadual por suspeita de favorecimento de deputados com dinheiro público. O governo do Estado também publicou anúncios de página dupla na revista.

Em março, a Folha revelou que o governo Alckmin direcionou recursos de publicidade da Nossa Caixa para revistas, jornais e programas de rádio e TV mantidos ou indicados por parlamentares da base aliada. Consultadas na época se haviam feito veiculações similares, Sabesp, Prodesp, CDHU e Dersa não responderam.

‘O governo também se nega a prestar informações para a Assembléia. A publicidade é uma caixa-preta’, diz o deputado Renato Simões (PT-SP).

O MPE investiga a suspeita de direcionamento para garantir apoio em votações de interesse do governo Alckmin ou para encobrir ajuda em período eleitoral. Carta anônima que motivou a investigação apontou como supostos beneficiários os deputados estaduais Afanasio Jazadji (PFL), Edson Ferrarini (PTB), Geraldo ‘Bispo Gê’ Tenuta (PTB) e ‘outros mais’. A lista é encabeçada por Salustiano, parlamentar ligado à Igreja Universal.

Segundo a carta, ‘estima-se que o deputado [Salustiano] retire cerca de R$ 1 milhão por ano do banco [Nossa Caixa] e outro tanto da Sabesp’. Só depois de alertada dos riscos de processo, a Sabesp informou ao promotor Sérgio Turra Sobrane que gastou nos últimos dois anos R$ 1 milhão no programa de TV e na revista de Salustiano. Dos R$ 522 mil destinados à mídia ‘revistas’ em 2004, 46,5% foram para ‘DeFato’ -mais que com a ‘Exame-SP’, ‘Isto É Dinheiro’ e ‘Trip’.’



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Estatais têm autonomia, diz candidato

‘A assessoria de imprensa do candidato Geraldo Alckmin afirma que ‘as estatais têm autonomia e independência sobre as suas campanhas publicitárias’. O ex-assessor especial de Comunicação de Alckmin, Roger Ferreira, diz que ‘todos os planos de mídia realizados na ocasião pelo Governo de São Paulo foram técnicos’.

‘O Governo do Estado de São Paulo tem o menor gasto publicitário por habitante de todo o setor público brasileiro. Reafirmo que as estatais têm inteira responsabilidade sobre as suas respectivas ações de comunicação’, afirma Ferreira.

A superintendência de Comunicação da CDHU afirma que ‘o critério para a escolha dos veículos de comunicação nas campanhas de comunicação é 100% técnico’.

‘É estabelecido por pesquisas de mídia que levam em consideração o público alvo, a freqüência mínima para atingir os mais variados públicos’, informou a companhia.

A CDHU repete o que a Sabesp sustentou em maio: ‘O critério adotado para a escolha dos veículos que recebem os anúncios das campanhas é simples e 100% técnico’, afirmou Luiz Aversa, superintendente de Comunicação da empresa de saneamento básico. ‘De forma alguma houve direcionamento ou orientação política na construção do plano de mídia’, disse Aversa.

Valores

As duas estatais mantêm a mesma argumentação do deputado Wagner Salustiano para não prestar informações sobre os custos dos anúncios. ‘A W.A.S. reserva-se o direito de não comentar, tendo em vista o caráter privado de tais informações, assegurando que houve regular emissão de notas fiscais, de acordo com a legislação vigente’, disse André Boiani Azevedo, advogado que representa Salustiano.

‘Por envolver relações comerciais com terceiros e para manter a confidencialidade das informações de caráter estratégico , a CDHU entende que os valores investidos nas campanhas não devem ser divulgados’, informou a estatal à Folha.

A Sabesp argumenta que tem por norma não informar valores, ‘pois são frutos de negociação e programação específicas, com a participação da agência de publicidade’. ‘Não nos parece ético divulgar valores individuais, até mesmo em respeito aos veículos e a seu corpo de anunciantes.’’

Rogério Pagnan e Lilian Christofoletti

Estatais anunciam em revista pró-Lula

‘Criada há cerca de 20 anos e com apenas 17 edições publicadas, a desconhecida revista ‘CGTB’ conseguiu nos últimos três anos formar uma carteira de anunciantes com as principais empresas estatais do governo federal.

A revista, pró-Lula e com tiragem de 30 mil exemplares, é produzida pela CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), que tem baixa representatividade entre as centrais sindicais do país. O vice-presidente é o peemedebista Ubiraci Dantas de Oliveira, o Bira, que é o diretor responsável pela publicação.

Na última edição, de novembro/dezembro de 2005, 7 das 12 páginas de anúncios da ‘CGTB’ são pagas por entidades ligadas ao governo Lula: a CEF (Caixa Econômica Federal), a Petrobras, a Eletrobrás e o próprio governo federal.

O anúncio em página interna custa cerca de R$ 10 mil. Já a contracapa vale aproximadamente R$ 20 mil por edição.

Publicações anteriores da ‘CGTB’ têm o patrocínio do Banco do Brasil (na gestão de Henrique Pizzolato, afastado após denúncias de irregularidades), do Sebrae (sob a presidência de Paulo Okamotto, amigo de Lula), do Ministério da Educação, dos Correios e de Furnas Centrais Elétricas.

A apresentação da linha editorial da revista, no site da CGTB, é direta: ‘O Brasil e o mundo precisam que o governo Lula dê certo. Essa é uma oportunidade que acontece uma vez a cada século. É uma responsabilidade de toda a sociedade’.

Questionado sobre o teor pró-PT e os anunciantes, Bira disse que a revista não é pró-Lula, mas, sim, pró-trabalhadores e que o interesse das estatais está no desempenho da publicação. ‘A revista está fazendo um sucesso esplêndido.’

As reportagens destacam realizações e promessas do governo Lula, defendem petistas acusados de corrupção e criticam a imprensa.

‘Guerreiro do Povo’

O ex-ministro José Dirceu, que teve o mandato parlamentar cassado após suposto envolvimento com o ‘mensalão’, mereceu reportagem de cinco páginas intitulada ‘Dirceu, Guerreiro do Povo Brasileiro’.

O texto começa assim: ‘Muitos exemplos da história da humanidade podem ser utilizados para fazermos uma analogia com a luta travada pelo deputado José Dirceu para derrubar a chicana montada pela mídia. Poucos exemplos podem explicar a grandeza do seu caráter’.

Na última edição, oito ministros de Lula aparecem em fotos ou reportagem. O presidente tem direito a cinco fotos.

Os tucanos têm tratamento diferente. ‘Lula devolve aos aposentados reajuste surrupiado por FHC’, diz o título de uma reportagem publicada no primeiro semestre de 2005.

Uma das raras referências positivas ao PSDB é uma reportagem de página inteira sobre o Programa Bom Prato, com foto do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), hoje adversário de Lula na disputa eleitoral.

A clientes, segundo a Folha apurou, Bira diz que a notícia foi paga pelo governo de São Paulo. À reportagem, negou o pagamento e afirmou que o texto foi um reconhecimento pela qualidade do programa, que vende comida a R$ 1.

A CGTB é formada por cerca de 20 sindicatos, entre metalúrgicos, trabalhadores da indústria têxtil e processadores e dados. Bira diz que o número é maior, 480 sindicatos. A central participou, ao lado da CUT, da festa do Primeiro de Maio neste ano. Houve manifestação em apoio à reeleição de Lula.

Neste mês, sindicatos ligados à CUT lançaram a ‘Revista do Brasil’, com texto sobre a resistência de Lula à crise do mensalão. As entidades negam que a revista seja favorável a Lula.’



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Revista nega linha editorial pró-governo

‘O diretor responsável pela revista da CGTB, Ubiraci Dantas de Oliveira, negou haver uma linha editorial pró-Lula e uma ligação entre as verbas federais e as reportagens favoráveis aos petistas.

Para ele, foi o ‘sucesso espetacular’ da revista que atraiu as estatais. ‘Nossa lógica não é ficar puxando o saco de ninguém para poder se dar bem. Nós defendemos uma linha editorial pró-Brasil, pró-trabalhadores’, disse.

Ainda de acordo com Bira, como é conhecido, não só o governo federal mas o governo de SP e empresas privadas buscam o veículo em razão de sua ‘seriedade e representatividade’.

A justificativa das estatais e do governo federal é parecida: uma estratégia de marketing. Só o Banco do Brasil fugiu do padrão: disse ter suspendido os patrocínios em julho de 2005, quando o diretor de Marketing Henrique Pizzolato deixou o cargo. Para o banco, existem outros meios mais eficientes para atingir o público sindical.

A Secom e as demais estatais afirmaram que o investimento não teve conotação política, mas obedeceu a uma necessidade mercadológica.

O governo de SP rechaçou a afirmação de que a reportagem sobre o ‘Bom Prato’, na penúltima edição, foi paga. Disse que pagou R$ 6,4 mil por um anúncio de uma página.’



MIDIA vs. LULA
Carlos Heitor Cony

A mídia derrotada

‘RIO DE JANEIRO – A pesquisa mais recente, divulgada na última semana, tem sido interpretada de diversos modos e intenções. O crescimento da popularidade de Lula e da aceitação de seu governo não deixa de provocar um exame de consciência nos profissionais da mídia, alguns deles acreditando que a imprensa, em geral, é o quarto poder.

Um poder que nada pode além de fazer muita marola, que nem sempre chega a molhar os rochedos da corrupção e da bagunça administrativa a que infelizmente estamos habituados. Por meses -quase um ano, não tenho certeza-, a mídia escancarou as mazelas do governo em diferentes setores, todos elas revelando que, de alguma forma ou de todas as formas, o presidente sabia dos esquemas em que seus auxiliares e amigos mais chegados chafurdavam.

E dele não partiu outra atitude se não a de aceitar a carta de demissão que os envolvidos lhe mandavam e que tinham como resposta uma declaração de afeto e confiança. Um deles, depois de tudo o que houve, foi chamado de irmão.

Na realidade, Lula deitou e rolou para as CPIs que foram instauradas e em que foi acusado de cumplicidade com a corrupção. Na hora H, seu nome foi poupado dos relatórios finais, mas não da cobertura que a mídia lhe dedicou. E, se não deu bola para CPIs, muito menos bola deu para editoriais, articulistas, cronistas, colunistas e todos os que ocuparam os vários veículos de comunicação do país e do exterior.

Seria o caso, repito, de um exame de consciência, de uma reavaliação dos meios e da própria função do tal quarto poder, poder que não atinge o povo. A alegação de que o povo não lê jornais nem revistas não procede. O povão vê televisão, ouve rádio. E continua acreditando em Lula e abençoando-o com seu voto.’

Luís Nassif

A mídia e o fator Lula

‘NO INÍCIO dos anos 90, a inacreditável entrevista de Pedro Collor para a revista ‘Veja’ inaugurou a era de maior poder da mídia, desde o início dos anos 50. Descobriu-se a notícia-espetáculo, os fatos inverossímeis baseados em fontes suspeitas, mas que atendiam à sede de show.

Denúncias graves não foram apuradas, denúncias vazias viraram manchete, forçou-se a barra, mas o presidente caiu. Ainda que à custa de um pequeno Fiat Elba.

Seguiu-se um longo período de denúncias inverossímeis, ou interessadas. Criou-se até essa obra-prima do jornalismo ficcional, o ‘roteiro Frankestein’, que consiste em juntar pedaços de notícias verdadeiras, porém irrelevantes, e compor um roteiro com denúncias graves, porém falsas.

Ao longo dos anos 90, esse tipo de jornalismo gerou peças de ficção famosas, como a capa de ‘Veja’ sobre Chico Lopes -segundo a qual o lobista amigo de Lopes, ele e o banco que pagava as informações se comunicavam por meio de três celulares, e o banqueiro Salvatore Cacciolla obtinha as informações por meio do ‘grampo’ dos aparelhos; no dia da mudança de câmbio, o ‘grampo’ falhou, por isso Cacciolla quebrou.

Agora, está-se em plena era da globalização e da internet, com dois fenômenos concomitantes, com implicações relevantes para o futuro das democracias. O primeiro, os amplos fluxos migratórios para os países centrais, gerando um novo tipo de cidadão-eleitor, as minorias étnicas, cada vez mais atuantes.

O segundo, a internet trazendo, em um primeiro momento, enorme balbúrdia de informações e, principalmente, de opiniões, catarses, espetáculo. Agora, quando esse tipo de recurso freqüenta intermitentemente a internet, as caixas de e-mails, os blogs, os comentários nos blogs, quando o exercício vazio da indignação pode se expressar de várias maneiras, o papel fundamental da grande mídia é o de estabelecer parâmetros.

É esse o diferencial: o aval à informação. Muito mais do que em qualquer outra época, há a necessidade do rigor da apuração, justamente porque existe uma overdose de notícias, boatos e opiniões exigindo o avalista.

Pergunto: estamos preparados para isso? A cobertura dos escândalos do mensalão e pós-mensalão deixa uma enorme dúvida no ar. Havia uma betoneira de denúncias a serem apuradas. Em vez disso, quando esgotou a fase inicial das denúncias, recorreu-se a uma overdose de denúncias sem comprovação, somada a uma incapacidade ampla de ir atrás de pistas consistentes, de entender a complexidade dos grandes golpes, de separar o escândalo de episódios triviais. Em alguns órgãos, juntou-se uma dose de agressividade, desrespeito e preconceito sem paralelo até na campanha do impeachment.

Chega-se ao final de um ciclo, que começou com a campanha do impeachment, que derrubou um presidente, e termina com a do mensalão, que não foi capaz de abalar a popularidade de outro presidente.

O exercício do jornalismo precisa ser urgentemente repensado. E não se trata de um problema de forma. É de fundo, de conteúdo.’



MODAS & JORNALISMO
Danuza Leão

Um mundo só de prazeres

‘TUDO MUDA: as modas vão e voltam, e basta ter paciência e esperar para que várias coisas do passado voltem e novidades surjam.

Um dia vai ser manchete nos jornais do mundo todo a notícia de que um grande sábio descobriu que exercícios físicos fazem mal à saúde; a ginástica passará a ser proibida e passível de castigo -e talvez, até, às duras penas da lei. E alguém vai descobrir também que o trabalho não enobrece e que para uma vida feliz é obrigatório o ócio total, com várias horas por dia passadas numa rede. De que as pessoas vão viver? Ah, estamos apenas divagando, não falando sério -aliás, nesse mundo futuro vai ser proibido falar sério.

Um dia vai aparecer na capa das revistas que o sol faz bem e que passar o dia inteiro na praia é a melhor receita para uma pele bonita e sem manchas.

Além disso, todos serão obrigados a tomar uma caipirinha a cada hora e meia, para que a humanidade paire, sempre, a dez centímetros acima do nível do mar -uma pequena homenagem a Humphrey Bogart, que dizia que os homens estão sempre três uísques abaixo do que deveriam; seria obrigatório fumar pelo menos dois cigarros por dia, depois do almoço e do jantar, e o suco de açaí com cenoura e beterraba terminantemente proibido.

Os padrões de beleza vão mudar, e as mais gordinhas vão ouvir sempre o comentário geral ‘Mas como está linda, com o rosto mais cheinho’.

A praxe será acordar e ficar na cama até a hora que quiser -lendo os jornais, vendo desenho animado na televisão e comendo chocolate, com os filhos de até oito anos, todos bem juntinhos debaixo do edredon, sem hora para nada: mas quando você cansar, vai ser só apertar um botão e eles somem e só voltam quando você apertar o botão de novo.

Mas não pense que tudo vai ser permitido. Exemplo? Legumes em geral, brócolis e couve-flor em particular, e fibras vão passar a ser considerados veneno. Em compensação, as gorduras estarão não só liberadas como serão aconselháveis, para melhorar o colesterol e evitar o infarto.

Será obrigatório namorar muito, o tempo todo, não importa quantas pessoas por dia ou por semana, e esses namoros serão muito felizes enquanto durarem.

Nesse admirável mundo novo não haverá ciúmes, pois ninguém será dono de ninguém, nem ambição, nem competitividade, pois quem vai acreditar que só porque alguém tem uns papéis datilografados dentro de uns envelopes é dono de carros, casas e empresas?

Os amigos não nos darão, jamais, o menor trabalho; nunca nos obrigarão a ir a seus lançamentos de livros, e nunca nos sentiremos culpados se não formos.

E o Natal será um momento de paz e sorrisos entre os homens, exatamente como dizem que é -se é que não é. E bastará uma grande travessa de rabanadas e um copo de vinho -mais nada- para inundar de alegria nossos corações.

Pequenas coisinhas miúdas: os cachorros serão proibidos de latir, os ônibus de turistas de circular, a temperatura nunca passará dos 22C, nunca mais vai ser preciso entrar em nenhuma fila, e quando você andar na rua, vai sentir que todo mundo fala e sorri, deixando claro que é um grande prazer e uma grande alegria sua aparição, pois todos gostam muito de você, e deixam isso bem claro.

Tem mundo melhor do que esse?’



MEMÓRIA / BUSSUNDA
Paulo Sampaio

Bussunda, 43, morre na Alemanha

‘Morreu ontem às 8h30 (3h30 no horário de Brasília) em Munique, na Alemanha, depois de sofrer uma parada cardíaca, o comediante Claudio Besserman Vianna, o Bussunda, que integrava o elenco do programa ‘Casseta & Planeta, Urgente!’, da TV Globo. Bussunda morreu no quarto do hotel onde estava hospedado, em Parsdorf, cidade próxima a Munique, no momento em que recebia atendimento de paramédicos que também pernoitavam no local.

Carioca, o comediante completaria 44 anos no próximo dia 25. Era casado com a jornalista Angélica Nascimento e tinha uma filha, Julia, 13. De acordo com outros três cassetas que também estavam na Alemanha para fazer programas especiais sobre a Copa do Mundo, Bussunda teria começado a passar mal na véspera, durante uma ‘pelada’ contra hóspedes americanos, no campo de futebol do hotel. ‘Ele se sentiu cansado e pediu para ficar no gol. O jogo não durou meia hora, a gente acabou parando por causa dele’, conta Claudio Manoel, seu amigo desde a adolescência.

Bussunda sofria de asma, conta Manoel, mas mesmo assim acharam estranho ele ofegar para perfazer a distância curta do campo até o hotel, menos de 100 m. ‘Ele nunca se queixava de nada. Antes de entrar no hotel, coloquei a mão no ombro dele e senti seu pescoço frio. Perguntei se a gente não deveria consultar um médico. ‘Só quero dormir’, ele disse’. Um pouco mais tarde, preocupados, os colegas ligaram para seu quarto, mas ele disse que estava bem e repetiu que queria dormir. Acordou cedo, por volta das 7h, e, na hora em que tomava café, sentiu-se mal. ‘Ele disse que não precisava do médico, mas aí o obrigamos a se consultar’, diz Manoel.

Por sorte, havia um grupo de paramédicos hospedados no mesmo hotel. ‘Eles não conseguiram salvá-lo, mas só o fato de estarem ali na hora já tira o enorme peso que a gente sentiria se não tivesse feito tudo o que era possível’, diz Hélio de La Peña, outro casseta na Alemanha. Acordados assim que Bussunda passou mal, os dois e Beto Silva, o terceiro da turma na Alemanha, permaneceram na porta do quarto 284, aguardando notícias boas -que nunca chegaram. ‘Todo mundo ali no corredor, aquela espera, e o tempo passando’, lembra Silva. ‘Não sei como vai ser a volta para a Redação sem o cara.’

Bussunda cursou jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e fundou, ainda antes de se formar, uma revista chamada ‘A Casseta Popular’, que misturava humor, política e comportamento, e, em 1992, originaria o programa ‘Casseta & Planeta, Urgente!’. ‘Ele era o ‘band leader’, afirma Manoel. ‘Não era uma liderança necessariamente hiperativa, mas zen, bovina.’

Velório

O corpo de Bussunda será velado na sede do Clube de Regatas do Flamengo, na Gávea (zona sul do Rio), a partir das 10h. O presidente do clube, Márcio Braga, decretou três dias de luto oficial pela morte do humorista. Flamenguista fanático, Bussunda era sócio honorário do clube e estava sempre presente aos jogos no Maracanã, com a camisa rubro-negra. O velório será feito no Ginásio Hélio Maurício. Segundo a direção do clube, o corpo sairia de Munique às 21h30 de ontem, com escala prevista em São Paulo às 5h30.’

Daniel Castro

‘Casseta’ de terça terá os melhores momentos de Bussunda no futebol

‘O ‘Casseta & Planeta, Urgente!’ desta terça será todo em homenagem a Claudio Besserman Vianna, o Bussunda.

Ontem, ao sair do hotel em que estava hospedado em Parsdorf, a 16 quilômetros de Munique (onde o Brasil joga hoje), o casseta Hélio de La Peña disse que a intenção é colocar no ar uma coletânea dos melhores momentos do humorista nos 14 anos do programa, principalmente de esquetes sobre Copas e futebol, grande paixão do flamenguista Bussunda.

A homenagem também terá imagens inéditas gravadas nos últimos dias na Alemanha. O último personagem interpretado por Bussunda, em gravações na sexta, foi Ronaldo Fofômeno, paródia de Ronaldo.

Na quarta, Bussunda também gravou em Berlim como torcedor brasileiro. Os cassetas, aliás, foram muito assediados por brasileiros durante as gravações -os turistas pediam para fotografar ao lado deles.

Durante o jogo Brasil x Croácia, terça-feira, quase que Bussunda e Claudio Manoel (outro casseta que foi à Alemanha) arrumaram confusão com um croata que fazia gestos obscenos à torcida brasileira. Eles gritaram ‘Sérvia!’ -país inimigo de guerra dos croatas- e o torcedor foi tirar satisfações.

Não fosse a morte de Bussunda, o ‘Casseta & Planeta’ desta terça seria todo sobre a Copa da Alemanha. A produção previa gravações amanhã, após o jogo de hoje contra a Austrália.

Os cassetas -além de Bussunda, Hélio de La Peña e Claudio Manoel, viajou também Beto Silva- estavam na Alemanha desde o dia 6, acompanhando a seleção brasileira. Ficariam no país até o final da primeira fase da Copa. Voltaram ontem, uma semana antes.

A Globo enviou para a Alemanha uma equipe de 14 profissionais (incluindo os quatro humoristas e o diretor-geral do programa, José Lavigne) para as gravações do ‘Casseta & Planeta’. Os humoristas já tinham ido à França (1998), mas não foram ao Mundial de 2002.

O ‘Casseta & Planeta’ vem passando por uma de suas melhores fases no Ibope. Foi o segundo programa mais visto da televisão brasileira nas duas últimas semanas de maio, com médias acima de 40 pontos -cada ponto equivale a 55 mil domicílios na Grande São Paulo. Terça passada, com imagens gravadas no dia, deu 39.’

Barbara Gancia

Bussunda tirou time de campo cedo demais

‘PODE VOLTAR para casa, Fátima Bernardes. Pode cancelar a festa junina, dona Marisa: a Copa da Alemanha e as eleições de outubro perderam a graça. Sem o sósia de Ronaldo e do presidente Lula, quem se anima a ir tomar umas brejas no boteco com a Juliana Paes?

Sempre que uma pessoa famosa passa desta para melhor, a gente vê seus amigos e colegas no velório dizerem para as câmeras que ‘foi uma perda inestimável’, que ela ‘vai deixar muita saudade’. Pois a morte de Bussunda, além de abrir uma cratera do tamanho da Baía da Guanabara na alma do humorismo tapuia, é um péssimo presságio para os dois maiores eventos do ano: a Copa do Mundo e as eleições presidenciais.

O flamenguista Claudio Besserman Vianna tirou seu time de campo cedo demais, longe de casa demais e justo na hora em que era um dos nomes mais comentados do país. Não sei se foi o Macaco Simão ou o pessoal do ‘Casseta & Planeta’ quem deu o veredicto. Mas nenhum torcedor com algum senso de humor ousaria discordar da afirmação de que, ultimamente, o atacante Ronaldo andava mais parecido com Bussunda do que o próprio Cláudio Besserman.

Em Königstein, na Alemanha, o Bussunda Ronaldo Fofômeno surgiu como uma lufada de ar fresco para ajudar os jornalistas a enviar à terrinha relatos minimamente interessantes sobre os treinos da seleção. Os comentários do humorista fanático por futebol ainda devem estar lá, fresquinhos, nos blogs do Torero e do Juca Kfouri.

A morte tão fora de hora de Bussunda faz lembrar a faixa que a seleção brasileira dedicou a Ayrton Senna na Copa de 1994, nos Estados Unidos.

Imagino que os jogadores que estão na Alemanha também queiram prestar algum tipo de homenagem ao humorista. Pois que deixem de lado o diz-que-diz entre a turma de Ronaldo e a turma de Kaká e celebrem a figura anárquica de Bussunda na forma de muitos gols para alegrar a galera.

E que aquele outro sósia do humorista, a quem ele parodiava usando terno e gravata e uma faixa presidencial no peito, também preste sua devida homenagem. Não seria do peru se, nesta eleição, Lula fosse mais ‘Casseta & Planeta’ e menos ‘Zorra Total’?’

Folha de S. Paulo

Ronaldo expressa tristeza, afirma nota da CBF

‘A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) manifestou pesar pela morte do humorista, em nota oficial divulgada no site da entidade, ontem. O comunicado destaca os sentimentos do jogador Ronaldo.

‘Ronaldo, a quem Bussunda imitava à perfeição no programa ‘Casseta & Planeta’, manifesta em especial o seu sentimento de tristeza pela morte de uma pessoa de quem tinha se tornado admirador’, afirma a nota.’



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Alvo de sátiras do humorista, Lula lamenta morte

‘O presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou ontem nota em que diz ter recebido com ‘espanto’ e ‘pesar’ a notícia da morte do humorista Bussunda.

De acordo com Lula, ele era ‘um grande artista, jovem símbolo da criatividade e irreverência brasileiras’.

Lula era alvo freqüente das caracterizações satíricas do programa ‘Casseta & Planeta’, exibido pela Globo. Cabia a Bussunda a tarefa de encarnar o presidente da República.

REPERCUSSÃO

MARCELO MADUREIRA, humorista do ‘Casseta & Planeta’

‘Nós trabalhávamos juntos havia 30 anos. Foi uma perda muito grande, afetiva e pessoal. Não estou conseguindo dimensionar ainda.’

HUBERT ARANHA, humorista do ‘Casseta & Planeta’

‘É uma grande perda. Era a nossa estrela, a cara do grupo. Era naturalmente engraçado, como se fosse um Obelix que tivesse caído num caldeirão de piadas. Ele encarava um lado legal do Brasil, de honestidade e de alegria. Nós, com certeza, faremos uma homenagem no programa de terça.’

MARIA PAULA, apresentadora do ‘Casseta & Planeta’

‘Parece mentira, parece que estamos vivendo um pesadelo, é uma dor que eu não consigo descrever. Ele sempre foi um cara muito bacana. Quero que lembrem dele como um grande humorista, como alguém que trouxe alegria para o Brasil.’

ZIRALDO ALVES PINTO, escritor

‘O conheci quando ele era adolescente e esteve no ‘Pasquim’. Era o carioca padrão. Estou triste como se tivesse perdido um sobrinho.’

JUCA CHAVES, humorista

‘Ele dava tanta alegria, e as pessoas que dão alegria não poderiam morrer nunca. Quando morre um humorista, o Brasil sempre perde alegria. O humor é a ginástica da inteligência.’

ARY TOLEDO humorista

‘Ele representava a renovação do humor no Brasil, era criativo e muito aceito pelo público. Lamento que tenha morrido prematuramente porque ele ia evoluir muito ainda.’

SILVIO DE ABREU , autor de ‘Belíssima’:

‘A sua irreverência, sua graça e seu brilhantismo vão fazer uma falta enorme na nossa televisão tão carente de sagacidade e inteligência. Infelizmente, por mais talentosos que todos os cassetas sejam, e são, ninguém conseguirá criar outra ‘Baleíssima’ [paródia da abertura de ‘Belíssima’] com o desprendimento e a graça com que Bussunda fez.’

GRACE GIANOUKAS, atriz:

‘Era um ícone do humor, ajudava o povo brasileiro a rir de si mesmo, a aliviar as agruras. Vai que lá estava meio chato e mandaram chamá-lo? Ele, Oscarito, Grande Otelo e Rogério Cardoso. Olha que beleza…’

EMÍLIO SURITA , do ‘Pânico’

‘Está todo mundo chateado. Todo mundo do ‘Pânico’ era fã dele, eles são os precursores de todas essa palhaçada e referência para todo mundo que faz humor, desde a época do ‘TV Pirata’. O Bussunda era a cara do Casseta.’

MARCELO MANSFIELD , ator

‘Estamos de luto. Acho que perdemos um gênio, uma pessoa que tinha um estilo tão pessoal e brasileiro, que fez tanta gente dar risada.’’

Cláudia Collucci, Elvira Lobato e Lulie Macedo

Demora em procurar ajuda pode ter levado ao infarto

‘Um provável infarto associado a uma demora em procurar atendimento médico. É a principal hipótese de cardiologistas para explicar a morte de Bussunda. A real causa da parada cardíaca não deve ser conhecida porque é provável que o corpo não tenha sido autopsiado.

Segundo o cardiologista do humorista, Flávio Cure Palheiro, Bussunda tinha colesterol alto, hipertensão e asma, controlados por remédios, e havia perdido 20 kg. Ele afirma que Bussunda tinha fatores de risco cardíacos genéticos -doença coronariana dos pais.

‘Ele não fazia uso de nenhuma droga ilícita, não fumava, não bebia, estava com a pressão arterial e o colesterol controlados. Fazia exercícios diariamente com personal trainner. Não era para isso ter acontecido’, relata o médico.

Palheiro afirma que a morte pode ter sido causada por uma arritmia cardíaca. ‘Ou pode ter sido algum evento coronariano agudo [infarto] causado por excesso de esforço. Não sei a quantidade de esforço que ele fez no jogo de futebol. Pode ter sido isso’, diz o cardiologista, que examinou Bussunda em abril. O humorista havia feito em janeiro um check-up.

O cardiologista não descarta a possibilidade de uma pequena lesão coronariana não ter sido detectada nos exames e ter evoluído rapidamente.

Para o cardiologista do Incor Sérgio Timerman, presidente da Fundação Interamericana do Coração, apesar de ter perdido peso e estar com o colesterol e a pressão controlados, Bussunda continuava com riscos cardíacos, que podem ter levado a um infarto.

‘Ele estava acima do peso, com excesso de gordura abdominal. A doença coronariana dos pais também era um fator de risco importante.’

A mesma avaliação tem o cardiologista Ronald Freire, do Instituto Dante Pazzanese. ‘Por observação de suas características físicas e das informações divulgadas, é possível dizer ele tinha o perfil de alguém com síndrome metabólica.’

Timerman diz que o humorista negligenciou o mal-estar sentido após o jogo de futebol anteontem. ‘O maior pecado dele foi não ter procurado ajuda médica logo. A falta de ar e o cansaço poderiam ser os sinais de um infarto, apesar de o sintoma mais freqüente ser a dor no peito. A demora pode ter necrosado o músculo cardíaco.’

Segundo ele, a recusa de Bussunda é observada na maioria das pessoas que sofrem de um evento cardíaco, fatal ou não. ‘É um processo de negação. A pessoa posterga a procura de atendimento, acha que não é nada e, quando socorrido, pode ser tarde demais.’

Outro fator que pode ter levado a uma arritmia cardíaca em Bussunda seria o uso exagerado de broncodilatador- remédio que dilata os brônquios e aumenta a freqüência cardíaca- para controlar a asma.

‘Eu não sei em que circunstância, qual o exercício, a quantidade de exercício que ele fez e a quantidade de medicamento que ele tomou para a asma, antes ou depois do exercício’, diz o cardiologista do humorista.

Palheiro afirma que não acredita que tenha havido abuso. ‘O broncodilatador altera o ritmo cardíaco, mas ele sabia que não poderia praticar esporte após usar o medicamento. Ele tinha muito cuidado com a saúde. A qualquer alteração ele me ligava. Não tenho informação se ele usou o remédio antes de jogar, mas não acredito que tenha feito.’’



COPA 2006
Bia Abramo

Pirotecnia emotiva dá o tom na Copa

‘DIANTE DE tanta euforia pré-fabricada, quem precisa de jogo? O país se tinge de verde-e-amarelo numa infinidade de produtos baratos dias antes, a mídia entra numa histeria antecipatória e num blablablá que insufla a certeza do favoritismo, o imaginário de todos está inflado de imagens de glória, de heroísmo, de futebol-arte… Com toda essa parafernália emotiva já armada, não há futebol que possa corresponder às expectativas.

E futebol, lembremos, é aquele esporte de certa forma modorrento, em que nada acontece por minutos a fio, exceto a troca de passes, o detalhe de um lance habilidoso, em que ficamos em compasso de espera, aguardando o imprevisível. Claro que o futebol também é, como nenhum outro esporte, uma usina de espetáculo, quando a genialidade de um craque consegue emergir, quando a alegria de um jogador é tão genuína que parece um poema, quando os torcedores expressam aquele amor irracional e ruidoso pelo time.

Mas é que nos aproximamos dos jogos em si, aqueles 90 minutos que decidem nossa sorte e nosso azar, exauridos de tanta emoção prévia que vai se instilando. Poucos de nós, os espectadores comuns, não escalados para pensar o futebol, não-especialistas, vão para a frente da televisão assistir a uma partida de futebol com os olhos bem abertos.

Não à toa que, entra Copa, sai Copa, Galvão Bueno está lá, firme e forte. Ele é o homem da pirotecnia emocional (para quem, mesmo? Nós, a audiência? O meio? A mensagem?), do destempero (para o bem e para o mal), das bolas cantadas. Há sempre o equilíbrio do Falcão e a simpatia (ainda que, depois de rusgas, um tanto mais contida) de Casagrande para contrabalançar o exagero, mas não há destreza verbal nem sobriedade que consigam deter a enxurrada emotiva de Galvão.

E a Globo escalou novamente os coadjuvantes Pedro Bial e grupo Olodum para ajudar a construir esse clima quase sufocante de animação compulsória. O Olodum, que ‘anima a galera’ no Pelourinho, exibe aquele brasilidade feroz, que não admite réplicas, enquanto nosso Chacrinha bossa nova, Bial, comete crônicas sentimentais em cima das impressionantes imagens das câmeras exclusivas. Haja coração. Ou paciência.

Antes de começar a Copa, esta coluna expressou o temor de que o massacre midiático pudesse recriar o ritual do ‘sacrifício de Ronaldo’, torcendo para estar errada. Pelo jeito, não estava. Que droga!’



TELEVISÃO
Daniel Castro

Maquiadora de Bono coloca cílios na Globo

‘O visual do elenco de ‘Páginas da Vida’ terá um toque internacional. É que a caracterização de todos os 110 personagens da próxima novela das oito da Globo será assinada pela norte-americana Celeste Randall, que há 20 anos cuida do cabelo e da maquiagem de celebridades e estrelas do pop.

Celeste se apaixonou pelo Brasil ao excursionar com Bono (U2) e Alanis Morrisette. Numa viagem, conheceu a chefe de caracterização da Globo. Ela se especializou numa técnica de ‘implante’ de cílios que, segundo a própria, ‘está bombando’ nos EUA. ‘Não são postiços, são extensões de cílios. Cílios postiços duram dois dias; esses duram quatro meses e você pode entrar no oceano’, diz.

Na Globo, Celeste define o tom da pele e a cor e o corte de cabelo de cada personagem nas duas fases da novela.

Para ‘Páginas da Vida’, uma novela contemporânea e realista, Celeste optou por ‘looks’ naturais. Ana Paula Arósio aparecerá mais jovem na primeira fase graças a tranças e presilhas. Cinco anos depois, ficará sóbria usando cabelos presos.

Celeste, que só havia trabalhado com música e cinema, está achando um ‘pouco louca’ a rotina de TV de várias gravações ao mesmo tempo.

Para ela, a ‘umidade daqui foi um presente de Deus aos brasileiros, que têm pele e cabelo muito bonitos’. Sobre Bono? ‘Ele realmente se preocupa com as pessoas’, atesta.

IDENTIDADE SILVA

Finalmente, nesta semana, em ‘Belíssima’, será revelado o nome de Jamanta (Cacá Carvalho). É Ariovaldo da Silva.

IMPULSO DOMINICAL

Há muito tempo o ‘Domingão do Faustão’ não dava tanta audiência como agora, com o sucesso de ‘Dança dos Famosos’. Em abril, o programa deu 20 pontos. Em maio, subiu para 24. Neste mês, já marcou 25, no dia 3, e 29, no domingo passado, já com Copa do Mundo.

CARTÃO-POSTAL

Os humoristas do ‘Casseta & Planeta’ não agüentam mais ver brasileiros na Alemanha. Em todos os lugares em que eles param para gravar esquetes sobre a Copa do Mundo, são sempre abordados por compatriotas _que querem tirar fotos ao lado de Bussunda e cia.

MISS SIMPATIA 1

Sandra Annenberg é a única ‘estrela’ do jornalismo da Globo na Alemanha que tem escrito regularmente para o blog do ‘Jornal Nacional’ na Copa. Em um dos textos, ela relata que assistiu a Brasil x Croácia no estádio junto com os cassetas.

MISS SIMPATIA 2

Quando Kaká fez o único gol da partida, um torcedor da Croácia fez um gesto obsceno para os globais. Segundo Sandra, um dos humoristas gritou um ‘Sérvia!!!’, provocação imperdoável (os dois países são inimigos de guerra recente).

MISS SIMPATIA 3

‘No intervalo, [o croata] veio tirar a ofensa a limpo. Temi pela nossa segurança’, conta Sandra. Mas tudo terminou bem. ‘Não brinca com essas coisas, por favor!’, pediu o croata.’



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Clique nos links abaixo para acessar os textos do final de semana selecionados para a seção Entre Aspas.

Folha de S. Paulo – 1

Folha de S. Paulo – 2

O Estado de S. Paulo

Agência Carta Maior

Veja

Carta Capital

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