Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Morosidade da Justiça livra apresentador de processo criminal

O processo criminal que tramitava contra o apresentador Gugu Liberato e seus assessores, por terem forjado, em 2003, uma entrevista com falsos membros da facção criminosa PCC em seu programa, não terá prosseguimento. A juíza Izabel Irlanda Castro Araújo informou que os crimes pelos quais Gugu e os demais foram acusados prescreveram no dia 24 de junho passado.


Denunciados pelo Ministério Público de São Paulo por crimes relacionados à Lei de Imprensa e por ameaça, os acusados poderiam ser condenados a penas que variam de seis meses a quatro anos de reclusão. A denúncia perdeu punibilidade porque os crimes da Lei de Imprensa prescrevem depois de dois anos. Além de Gugu, foram beneficiados os demais participantes da farsa.


Na entrevista, apresentada no programa Domingo Legal, do SBT, no dia 7 de setembro de 2003, os falsos bandidos, encapuzados, fizeram ameaças ao então vice-prefeito de São Paulo Hélio Bicudo e aos apresentadores José Luiz Datena e Marcelo Rezende. A farsa foi mais um capítulo no ‘vale-tudo’ que se transformou a guerra pela audiência aos domingos.


Com a certeza de que a impunidade venceria mais uma vez, os advogados de Gugu Liberato exploraram ao máximo a lentidão da Justiça utilizando manobras e artimanhas com o objetivo de atrasar a tramitação do processo para que o prazo fosse prescrito.


Como contraponto à impunidade deste caso vale lembrar a punição exemplar do programa Tarde quente do apresentador João Kleber.


O programa foi retirado do ar e a RedeTV! foi obrigada a pagar multa e veicular e custear programação em defesa dos direitos humanos durante um mês (leia Prometheus Especial Conquista Histórica – Controle público contra a baixaria na TV).

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Da redação do boletim Prometheus