Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Síndrome do pânico

Está cada vez mais difícil para os intelectuais de plantão ignorarem o sucesso alcançado pelo programa Pânico na TV, transmitido pela Rede TV! aos domingos às 18h, com reprise às sextas-feiras, às 23h.

Inicialmente produzido para o rádio, o programa chegou à TV. Parecia apenas mais um daqueles ‘besteiróis’ de vida curta. Mas a genialidade de seu mentor, Emílio Surita, aliada à competência de seus assistentes, com um dom ímpar de fazer humor, vem incomodando alguns intelectuais de plantão, assim como celebridades, artistas, apresentadores arrogantes e todo o tipo de famoso que ‘se acha’, mas não é. O Pânico vem tirando as máscaras de famosos cujo conteúdo nem sempre é aquele descrito em suas embalagens.

É muito comum, e diria até pertinente, a comparação com o ‘falecido’ Perdidos na Noite, comandado nos anos 80 pelo igualmente ‘falecido’ Fausto Silva, que teve seu passe e também sua ‘alma’ comprados pela TV Globo. Fausto agora se limita, no seu Domingão do Faustão, a apresentar vídeo-cassetadas e a bajular artistas globais, que vão lá vender novelas. Fausto Silva, além de ‘global’, ficou triste.

Ela não os merece

O que a turma da poltrona espera é que os meninos do Pânico resistam às tentações, que devem ser muitas, e continuem carimbando semanalmente seus passaportes verdes. Verdes de ‘sigam em frente’, verdes de ‘esperança’ num futuro mais honesto da mídia, verdes de raiva dessa mediocridade de cantores de chuveiro que vendem milhões de discos e de celebridades medíocres com seus respectivos programas de TV, mesmo que esses programas sejam da própria Rede TV!. Verdes como a mulher-samambaia, personagem que, segundo eles, não fala porque não tem o que dizer e ‘só aparece no programa porque é gostosa’. Quanta honestidade!

Só nos resta rezar e pedir aos céus que não permitam a contratação desses meninos pela ‘todo-poderosa’. Não que eles não mereçam ‘trabalhar na Globo’. Mas a Globo não os merece. E nós merecemos muito menos, vê-los aprisionados, amordaçados e tendo que beijar os pés de pseudo-celebridades que só querem, ou precisam, vender suas novelas. Dá pânico, só de pensar. Parabéns, meninos!

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Estudante de comunicação Social da FACHA – RJ