Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Steve Lohr


‘As regras que governam o uso da maioria dos softwares livres serão revisadas pela primeira vez em 15 anos, num processo aberto que começou ontem. O software livre, outrora considerado uma modesta contracultura na computação, tornou-se nos últimos anos uma tecnologia consolidada, graças principalmente à popularidade de programas como o sistema operacional GNU Linux.


Analistas do setor estimam em US$ 40 bilhões o valor do hardware e do software que usam o Linux. E o sistema tornou-se uma alternativa competitiva ao Windows, da Microsoft, especialmente em centros de dados corporativos. Por isso, a reformulação da Licença Pública Geral (GPL, na sigla em inglês), que cobre o Linux e muitos outros programas livres, é hoje uma questão muito mais significativa que no passado.


‘As grandes corporações e governos desta vez têm muito mais motivos para se interessar e se preocupar’, disse Eben Moglen, chefe do departamento jurídico da Fundação do Software Livre, que administra a GPL. Os interessados também acompanharão o processo de perto para ver como a nova GPL levará em conta as patentes de software, que se multiplicaram entre os desenvolvedores comerciais desde 1991, ano da última revisão da licença.


Um documento descrevendo os princípios e o cronograma da atualização da GPL, assim como o processo para discussão pública e solução de questões, foi publicado no endereço www.gplv3.fsf.org. Um primeiro esboço será apresentado numa conferência no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), marcada para 16 e 17 de janeiro.


O processo de revisão promete ser intrigante graças ao homem por trás da GPL, Richard Stallman, criador da Fundação do Software Livre. A GPL, segundo Stallman, é um esforço destinado a usar a lei de direitos autorais para proteger o que ele chama de ‘quatro liberdades básicas do software’ – o direito irrestrito ao uso, estudo, cópia e modificação dos programas. A licença também exige que qualquer modificação seja redistribuída com os mesmos direitos irrestritos.


Na visão de Stallman, o software patenteado é uma restrição indevida à liberdade de informação. A revisão da GPL, disse ele, é ‘parte de algo maior – parte do esforço de longo prazo para libertar o ciberespaço.’ As patentes de software, afirmou, são ‘completamente insanas’.


Quanto à Microsoft, seu executivo-chefe, Steven A. Ballmer, já chamou a GPL de ‘câncer’. Mas Stallman, à sua maneira, também é bastante pragmático. Aplicativos patenteados podem rodar no Linux sem restrições, o que é importante para a sobrevivência desse sistema operacional como uma alternativa viável aos produtos comerciais.


Stallman também reconheceu que os direitos de patente são uma questão difícil para o software de código aberto, pois qualquer tentativa na GPL de afirmar os direitos autorais ou de patente de programas abertos poderia acabar restringindo seu uso. ‘As patentes são uma questão séria que temos de abordar, mas nossa influência é limitada’, disse ele. ‘Às vezes, se você faz pressão demais, é forçado a recuar em vez de atingir o adversário.’’



O Estado de S. Paulo


‘Sun Microsystems decide abrir código de programa ‘, copyright O Estado de S. Paulo, 1/12/05


‘O software livre – ou de código aberto, como é conhecido – trouxe uma revolução ao mercado de programas de computadores. Ontem, a Sun Microsystems anunciou a abertura do código, e a gratuidade da maioria de seu software. A iniciativa inclui o Java Enterprise System, uma série de ferramentas de desenvolvimento e o N1, sistema de gerenciamento de servidores. Anteriormente, a empresa havia transformado em software livre o sistema operacional Solaris.


O que isto significa? Que o software da Sun pode ser copiado e modificado livremente, e usado de graça. Qual a vantagem que a empresa leva nisso? ‘Removemos uma grande barreira de entrada’, afirmou André Echeverria, diretor de Marketing da Sun do Brasil. ‘O cliente pode baixar o software, analisar o produto e, quando decidir colocá-lo em produção, fechar um contrato de suporte conosco, se achar apropriado. Passamos a oferecer custo zero para conhecer a tecnologia.’


O contrato de suporte não é obrigatório. Se quiser, o cliente pode continuar a usar o produto de graça. Não é um problema? ‘Faz pelo menos 3 anos que estamos falando em software como serviço’, afirmou Echeverria. ‘Abrir o código é um caminho para isso. Mesmo se o cliente optar por não ter contrato de suporte, a abertura do código deve aumentar a venda de servidores, ampliar a visibilidade dos produtos da Sun e gerar contratos de serviço para parceiros.’ Hoje, os serviços respondem por mais da metade do faturamento mundial da Sun.


Ainda falta abrir o código da linguagem Java, que foi desenvolvida pela Sun e se tornou maior que a própria empresa. ‘O mercado mundial de Java movimenta US$ 100 bilhões por ano, e a Sun não é o maior player’, apontou Echeverria. ‘Ainda estamos traçando uma estratégia para abrir o código e garantir a característica do Java de escrever uma vez o programa e rodar em qualquer plataforma.’


GRANDES CLIENTES


Ontem, a IBM realizou em São Paulo, pela primeira vez fora dos Estados Unidos, o evento Conselho de Linux zSeries, que reúne grandes usuários do sistema operacional de código aberto em ‘mainframes’ (computadores de grande porte). O evento reuniu 29 representantes de 10 clientes e 12 funcionários da IBM. A reunião foi coordenada por Len Santalucia, consultor sênior da IBM que organizou a primeira reunião da série, em Nova York, há quatro anos.


‘Muita coisa mudou’, afirmou Santalucia. ‘Naquela época, não questionavam o Linux no ‘mainframe’. Questionavam o Linux. Ponto.’ As vendas mundiais de servidores de Linux, incluindo todos fabricantes, se mantém acima de US$ 1 bilhão por 11 meses consecutivos. ‘O Brasil tem vários casos de destaque’, explicou o executivo. ‘Por isso decidimos trazer o evento para cá’.’



TV RECORD


Daniel Castro


‘Procuradoria investiga 0900 da Record’, copyright Folha de S. Paulo, 1/12/05


‘A procuradora da República Cristina Marelim Vianna instaurou ontem procedimento administrativo (investigação preliminar) para apurar a legalidade do Lig Gol, produto que será lançado em janeiro e que será vendido por telefone, ressuscitando o 0900.


O Lig Gol será um título de capitalização da Sul América Capitalização. Custará cerca de R$ 4, mais os gastos da ligação telefônica. O comprador abrirá mão do resgate (50% do valor do título), que será repassado ao seu clube de futebol preferido, e concorrerá a sorteios de prêmios (carros, dinheiro) veiculados pela Record.


A procuradora quer saber se o Lig Gol respeita o Código de Defesa do Consumidor, por que a Anatel autorizou o uso do prefixo 0900 e se não fere decisão judicial que proibiu o 0900 nos moldes antigos (cobrança abusiva de ligação telefônica com telessorteio).


José Francisco de Souza, diretor da Radar Consultoria, empresa que desenvolveu o Lig Gol, afirma que o produto está dentro ‘das normas da Superintendência de Seguros Privados, da Anatel e do código do consumidor’.


O comprador do Lig Gol, explica Souza, não pagará apenas por uma ligação telefônica com sorteios, mas comprará um produto. Segundo ele, o Lig Gol cumpre as normas de acordo judicial, de agosto, que liberou os telessorteios, desde que o usuário pague pela ligação apenas os custos normais das operadoras.


OUTRO CANAL


Timão Lucélia Santos voltará a fazer novelas. Será Fausta, a protagonista feminina de ‘Cidadão Brasileiro’, de Lauro César Muniz, que inaugurará nova faixa de novelas da Record. Cecil Thiré (‘Zorra Total’) também fechou com a Record, assim como José Dumont (o Bóia de ‘América’), Gracindo Júnior e Cleide Yaconis.


Sampa Vai ser em São Paulo (Credicard Hall), no próximo dia 8, a gravação do tradicional especial de final de ano de Roberto Carlos na Globo. Segundo a emissora, não é a primeira vez que o especial é feito em São Paulo, mas a ‘tradição’ é realizá-lo no Rio.


Tática 1 O SBT vai tentar combater a audiência de ‘Prova de Amor’, novela da Record vice-líder de audiência, com ‘Rebelde’, uma ‘Malhação’ mexicana que vem dando mais de dez pontos no Ibope.


Tática 2 A partir de segunda, ‘Rebelde’, que hoje termina às 19h15, ficará até as 19h45, ganhando meia hora. ‘Family Feud’ (hoje das 19h15 às 19h45) passa para as 18h, no lugar de ‘Chaves’, que terá apenas a edição do meio-dia. Assim, o ‘SBT Brasil’ voltará a ser precedido pela novelinha adolescente _que já foi culpada pelos infortúnios do telejornal no Ibope, devido à troca de público.


Por cima O SBT vai bater recorde de faturamento neste ano, mas perdeu seu diretor comercial, Cláudio Santos. O executivo anunciou ontem que deixa a emissora no final de dezembro.’