Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Receita para uma homepage apetitosa

São necessárias duas reuniões e boa parte do dia para que editores e repórteres preparem a capa do dia seguinte do Washington Post, comenta, em sua coluna [25/5/12], o ombudsman do jornal, Patrick B. Pexton. É como se fosse uma grande equipe preparando um jantar especial e debatendo o menu, a decoração, os lugares na mesa.

O mesmo não acontece com a home page do site do Post, que mais parece com o preparo rápido de um prato simples, mas que ainda assim tem que ser apetitoso. O editor responsável pela operação online do diário, Eric Rich, seria o chef de cozinha – que tem, com sua equipe, que mudar o menu a cada hora, para produzir um conteúdo atraente e atualizado. Se isto não acontecer, os “clientes” reclamam e “mudam de restaurante”. Para que isto não aconteça, é preciso ter ingredientes frescos (matérias, gráficos, fotos, vídeos); índices constantes que meçam o que os leitores estão lendo e o que não estão; e uma análise do que é notícia. “Tentamos garantir que a página reflita as matérias mais importantes do dia, mas também que seja dinâmica o suficiente para que [os leitores] voltem frequentemente para encontrar algo novo”, explica Rich.

Como sinal de sua importância, a equipe que prepara a home page senta-se no centro da redação, no quinto andar do prédio, em um formato elíptico com computadores e TVs. A equipe é liderada por Kenish Malcolm e todos podem acrescentar uma matéria, retirar outra, mudar uma foto e escrever uma manchete em segundos, se for preciso.

A versão da home page que aparece na tela da equipe é especial, com círculos coloridos sobrepostos em cada matéria, mostrando qual atrai a maior audiência. Outros gráficos mostram quais matérias fora da home têm mais leitores – e se podem ser puxadas para a página principal. Se houver poucos leitores, talvez seja preciso mudar uma foto ou reescrever a manchete. Estas métricas, fornecidas pelo Chartbeat, serviço de análise em tempo real, também esclarecem como internautas encontram cada matéria. Os leitores mais leais vão diretamente para a home page e a veem como um menu, buscando o que acham interessante. Mas a maior parte chega à home por ferramentas de busca ou links de outros sites.

As métricas não são a única fonte para editores tomarem decisões sobre a home page. Na realidade, o faro para o que é notícia é mais importante do que os números, diz o ombudsman. O editor executivo Marcus Brauchli pode pedir para Rich, por exemplo, dar mais destaque a uma matéria sobre um bombardeio na Síria. Algumas acabam na home por sua relevância ou qualidade, mesmo não atraindo tanta audiência.