Tuesday, 23 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Paulo Rogério

“A imprensa dita sensacionalista é apenas uma decorrência de um momento cultural de certa sociedade.” (Alberto Dines, jornalista)

Tendência a divulgar notícias exageradas ou que causem sensação. Esta é a definição encontrada nos dicionários para sensacionalismo. No caso da imprensa, podemos afirmar que é a opção encontrada por determinado veículo de passar uma informação de uma forma deturpada ou não, explorando a emoção. Em geral, o objetivo é a audiência, a polêmica. O POVO mostrou essa semana como agir de forma respeitosa, sem deixar de divulgar a denúncia – grave por sinal.

Mesmo de posse de fotos que mostram dois ou mais corpos ocupando a mesma maca, o jornal acertou o tom na matéria “IML] Amontoados” (Fortaleza, 6/6). Com recursos de edição fotográfica, foi encoberta parte das imagens que mostravam o cadáver de uma mulher sobre o de um homem após exame no Instituto Médico Legal (IML).

A decisão de manipular a foto foi comunicada na própria matéria. Foi a forma de o jornal mostrar respeito às vítimas e merece aplausos. Em 2010, O POVO foi duramente criticado pelos leitores quando divulgou, com detalhes sórdidos, o exame de corpo de delito realizado no corpo da menina Alanis Maria. Parece que a lição foi aprendida.

Fonte única

Uma das regras básicas para uma boa matéria é publicar o maior número de opiniões possível. É preciso dar os prós e contras e fornecer ao leitor informações suficientes para que ele tome uma decisão. Se a proposta for uma pauta de serviço então, a preocupação deve ser redobrada. Para o leitor Kadmon Costa, não houve esse compromisso na matéria “Seguros] Para não remediar” (Veículos, 5/6), cujo objetivo era alertar o consumidor sobre a importância de estar atento aos detalhes no momento de contratar um seguro.

Para Costa, a matéria falhou em não citar várias seguradoras. “Senti falta de um comparativo. Quanto ficaria em outras empresas?”, questionou. O leitor tem razão. A única simulação citada é da SulAmérica Seguros para um homem de 37 anos, residente na Aldeota. Nenhuma outra foi ouvida. Para piorar, a matéria dá um espaço generoso para o diretor da referida seguradora, a título de tirar dúvidas, fazer propaganda da empresa dele.

Posturas contraditórias

O jornal começou a semana anunciando uma reformulação em Economia: a coluna Mercado & Negócios seria substituída por O POVO Economia. Mais que a mudança de nome, o espaço ganhou um layout leve e dinâmico, além de novo conteúdo editorial. Ótimo para o leitor que ganha, com o novo formato, agilidade na leitura, como ficou comprovado com a primeira publicação. Mas se há matérias especiais para anunciar novidades aos leitores, deveria haver preocupação semelhante quando projetos são interrompidos. Pelo menos em respeito ao leitor.

Em novembro de 2010, a mesma editoria efetivou mudanças no caderno Veículos. Entre elas, o lançamento de duas colunas: Autogiro e Motores & Ação. Pois bem. Enquanto havia pompa para estreia da nova coluna, em Veículos – a Autogiro, de Alcides Freire Melo – sumia sem qualquer justificativa. Fiz a observação interna e não obtive retorno. Uma dura contradição.

Esquecido pela mídia

Denúncias no caso dos empréstimos consignados do Estado permanecem sem resposta.

FOMOS BEM

TAÇA ESTADUAL

Jornal saiu da simples factualidade, adotando tom humano na matéria sobre leilão da taça do Estadual 2012

FOMOS MAL

NOMES

Jornal chegou atrasado ao informar mudanças na AL com exonerações de secretários