Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Crítica interna

"29/11/2004


A manchete da Folha de domingo é um estudo interessante de economia com um título incompreensível: ‘Recessão levou 35% dos anos desde 82’.


A do ‘Estado’ também é um estudo acadêmico: ‘Prefeitos herdam rombo de R$ 43 bi com a Previdência’. O ‘Globo’ tem dados novos da Receita Federal: ‘Receita dobra multas à indústria por sonegação’.


As revistas:


‘Veja’ – ‘A medicina da alma – Psicólogos e médicos encontram o caminho para o equilíbrio mental combinando terapias e remédios’ e ‘Lula e a ‘despetização’ do governo’;


‘Época’ – ‘Aprenda a dizer não – Especialistas mostram que consumismo é o maior obstáculo para impor limites aos filhos’ e ‘Chantagem no Congresso — Câmara investiga deputados suspeitos de usar CPI para coagir empresas’;


‘IstoÉ’ – ‘Ninguém está seguro’, sobre o aumento da violência no país.


DOMINGO


‘Fervura social’


A edição de domingo prevê quase sempre no seu cardápio um espaço reservado para o desdobramento de algum dos assuntos fortes da semana. É uma forma de aprofundar um caso que, no dia-a-dia, nem sempre tem espaço.


Com as manifestações e enfrentamentos ocorridos em BSB na quinta-feira (estudantes, sindicalistas e sem-terra), o jornal decidiu investir no que chamou de ‘Fervura social’, páginas A4 e A6 de ontem.


Embora a decisão tenha sido correta, o material produzido pareceu improvisado, no sentido de que não deve ter havido tempo para desenvolvê-lo.


Isto fica claro na reportagem principal, ‘Governo prevê mais focos de tensão no campo e na cidade’.


As informações que o jornal registra que colheu junto aos órgãos de ‘inteligência’ do governo, e que são descritas para justificar os ‘cenários de acirramento das tensões no campo e nas cidades para 2005’, são todas de conhecimento geral, já foram todas publicadas nos jornais. Não é possível que a PF, a Abin e a Saei existam e gastem recursos públicos para passar ao governo, e à Folha, informações que já foram publicadas em todos os jornais e fazem parte das agendas públicas dos movimentos. Vide ontem mesmo, no ‘Estado’, a reportagem ‘MST promete muito barulho em 2005’ e, na Folha, ‘Sem-terra articulam invasões’ (pág. A6).


O problema da reportagem principal da Folha é que ela compra as análises dos órgãos do governo sem qualquer senso crítico, sem questionamento, sem apontar o ridículo de várias avaliações ‘oficiais’.


Segundo o jornal, para estas agências a ‘conjugação destes fatores (ações dos sem-terra, mobilizações indígenas, greves de policiais, reajuste salarial de militares, guerra entre traficantes e greve de caminhoneiros) é vista com preocupação’. Mas estes fatores todos já estão conjugados. Esta já é a realidade do país. O parágrafo seguinte diz que o alerta de crise fez acender uma ‘luz amarela’ nos círculos da inteligência do governo. Luz amarela? É uma inteligência no mínimo alienada, porque a luz já é vermelha há muito tempo. Os enfrentamentos no campo e nas cidades já estão agravados há muito tempo. Se as análises que estes órgãos fazem da situação social do país é a que está no jornal de ontem, o país não precisa deles.


Talvez a chave para entender a indigência das análises e informações feitas para a Folha, e por ela publicada sem questionamento, esteja no parágrafo que diz: ‘As dificuldades [do governo] atingem até mesmo o levantamento de informações. Sem pessoal e mobilidade suficientes para monitorar todo o território, a Abin tenta obter ajuda da PF e das Forças Armadas’. Enquanto não obtém a ajuda, poderíamos acrescentar, copia os jornais.


Na pág. A6, a reportagem ‘Sem-terra articulam invasões’ informa que ‘a luz amarela do governo federal em relação aos conflitos do campo já estava acesa, mas ganhou força’ nos últimos dias com a chacina dos sem-terra em Minas. Fala também em ‘potencial explosivo’ do campo. O campo já está explodido, a luz vermelha já está acesa. Neste caso, João Pedro Stédile tem razão: para isso, não há necessidade de serviços de inteligência.


Que a Abin, a PF e Saei sejam tão primárias e óbvias até se entende; mas que o jornal não tenha senso crítico, é incompreensível.


O assunto _os problemas sociais que se multiplicam sem solução_ é importante. O jornal poderia ter trabalhado um pouco mais para apresentar uma reportagem consistente e com informações novas.


Detalhe:


O jornal informa, no pé da reportagem principal da pág. A4, que o assunto continua na página A5. A página A5 é um anúncio.


Reportagem


Informação nova mesmo o leitor vai encontrar na coluna ‘No Planalto’: ‘Arquivos do ex-SNI guardam 4 milhões de documentos’. O jornal saiu das aspas e deu, pela primeira vez, uma dimensão de parte dos arquivos da ditadura. Nem o juiz que determinou a abertura dos arquivos tinha idéia do seu tamanho e das condições de preservação. Merecia uma chamada na primeira página.


Na fronteira


A reportagem ‘Crime organizado domina os sacoleiros’ (pág. B13 de ‘Dinheiro’) faz, na minha opinião, uma certa confusão com o conceito de crime organizado. Embora o texto se refira a uma organização criminosa, os casos descritos indicam que são grupos e grupos que atuam como quadrilhas, com organização interna mas sem as características de uma máfia ou cartel ou algo parecido. O caso descrito pelo jornal, por exemplo, é de um ‘patrão’ de três laranjas e cinco taxistas.


Há uma grande organização criminosa? A reportagem se refere a ela na boca da PF, mas não descreve a organização. Em determinado trecho fala na ‘hierarquia dessa organização criminosa’ e diz que ‘nesse esquema’ [hierárquico] estão envolvidos diretamente 350 mil pessoas. Fica parecendo que pertencem todos a uma organização criminosa, e não creio que seja assim.


Não duvido que o crime organizado já domine parte do contrabando da fronteira. Mas a reportagem se fia apenas na PF, relata alguns fatos que demonstram o nível de organização do contrabando, insinua que é possível que o chinês Law Kin Chung preso em São Paulo esteja por trás de uma organização que atua na fronteira, mas não traz informações que demonstrem o funcionamento de uma (ou mais de uma) grande organização criminosa na área.


E a reportagem não faz referência às polícias e funcionários públicos. É impossível a montagem de um esquema deste sem a participação direta de policiais e fiscais. Aliás, vários deles foram presos meses atrás.


‘Cotidiano’


A Edição Nacional do caderno ‘Cotidiano’ poderia ter vindo com outro nome, ‘Saúde’. Três das quatro páginas com reportagens e notícias são sobre doenças.


‘Mais!’


Apesar do formato, que ainda me incomoda, o ‘Mais!’ está com cara de ‘Mais!’, sem a preocupação da semana passada de produzir impacto com uma reportagem típica de ‘Brasil’.


SEGUNDA


Serviço


O jornal perde boa oportunidade hoje de prestar serviço a seus leitores. A notícia da capa da Edição SP, ‘Cratera fecha tráfego na avenida 9 de Julho’, deveria ter vindo acompanhada de mapas com as várias alternativas de rotas para os motoristas, e não apenas um texto com os nomes das ruas para desvios.


Professora


E o caso da professora de Nova Odessa que teria esquecido de tirar um aluno do castigo? Ela colocou o menino de castigo ou não? Esqueceu ou não? Este caso precisa ser esclarecido.


Banco Santos


A reportagem (boa) de ontem advertia: ‘Banco Santos põe em dúvida agências de risco’. Mas o Folha Invest de hoje publica texto que desorienta: ‘Análise de risco pode garantir mais segurança’. No mínimo, deveria ter feito menção à reportagem de ontem que mostrava como estas avaliações de risco podem ser manipuladas pelos bancos. Foi o que ocorreu com o Banco Santos.


26/11/2004


Embates em Brasília, embates no Rio. Embora a manchete da Folha seja o novo aumento da gasolina (‘Combustível sobe pela 2ª vez em 42 dias’), os assuntos mais fortes são as manifestações de estudantes, sindicalistas e sem-terra em BSB e a guerra do tráfico no Rio. Como os três jornais trataram os dois assuntos:


Folha – Na Edição Nacional, publicou uma foto, ‘Embate’, do enfrentamento diante do Congresso, em Brasília, e uma chamada discretíssima, no pé da capa, para os acontecimentos do Rio, ‘Tiroteios paralisam 3 áreas do Rio’. Na Edição SP, publicou mais uma foto da confusão em Brasília e retirou a chamada do Rio. As duas fotos de Brasília são muito boas.


‘Estado’ – O principal destaque foram os protestos ocorridos em BSB, ‘Um dia de fúria dos ex-aliados de Lula’. Tem uma foto dos estudantes ocupando o lago do Congresso. O aumento da gasolina é a outra chamada forte do jornal: ‘Gasolina sobe 4,2% e diesel, 8%’. Não há referência à guerra do Rio.


‘Globo’ – Também divide a capa em dois assuntos mais fortes: ‘Gasolina sobe e BC diz que pode acelerar alta de juros’ e ‘A noite do poder paralelo’, a respeito das ações do narcotráfico na cidade. As fotos são de cenas do Rio paralisado pelos tiroteios. Não há referência aos protestos contra o governo Lula.


Protestos


O jornal tem uma cara melhor quando consegue, como hoje, organizar as coberturas afins e mostrar para os leitores os nexos entre as notícias. Sob o selo ‘Fervura social’ a editoria deu noção, ao longo de quatro páginas, das insatisfações que começam a ganhar as ruas.


O jornal é impreciso quando informa, no texto que consolida as coberturas dos protestos de ontem em Brasília (‘Estudantes e sem-terra vão às ruas protestar contra Lula’, pág. A4), que foram dois protestos independentes e ‘quase simultâneos’. Se eles ocorreram com horas de diferença, um de manhã e outro à tarde, como podem ter sido ‘quase simultâneos’?


O ‘Estado’ informa, em ‘Governistas tentam salvar sigilo de aliados do MST’, que dois deputados do PT e um do PC do B queriam anular sessão da CPI da Terra que autorizou abertura dos dados. Era um assunto que a Folha vinha cobrindo bem, mas hoje não encontrei nada no jornal.


Banco Santos


O jornal continua a fazer bem o trabalho de investigação do caso Banco Santos. Há uma preocupação justificada de conhecer todos os negócios da família.


A reportagem ‘Edemar e família têm empresas de R$ 1,5 bi’, na página B12 de ‘Dinheiro’, informa que a Cid Ferreira Collection é dona da coleção de arte do banqueiro, ‘cujo valor é estimado entre US$ 20 bilhões e US$ 30 bilhões’. É isso mesmo, bilhões de dólares? Não entendo de legislação, mas imagino que se estas cifras estão corretas, o problema de fundos do banco sob intervenção pode ser solucionado com facilidade. Ou trocamos milhões por bilhões?


Cotidiano


A Folha conta três mortos nos conflitos entre traficantes e policiais no Rio nas últimas horas (‘Trocas de tiros para três áreas do Rio’, capa da Ed. Nacional de Cotidiano). O ‘Globo’ conta quatro.


Na Folha, o americano preso acusado de pertencer à máfia tem 44 anos; no ‘Estado’ e no ‘Globo’, 42.


24/11/2004


As capas da Folha e do ‘Estado’ traduzem as insatisfações provocadas pelo governo Lula e suas políticas. Nenhuma crítica vinda da oposição, todas da base do governo ou de aliados.


A manchete do ‘Estado’ é um balanço dos resultados das recentes negociações comerciais do Brasil com outros países, e reflete mais uma frustração com o desempenho do governo, além da permanente pressão do empresariado: ‘Exportadores atacam acordos comerciais’.


A manchete da Folha é o discurso de Rolf Hackbart ao sem-terra e traduz a subida de tom: ‘Presidente do Incra ataca agronegócio e pede mais recursos’. No ‘Estado’, o título é mais direto: ‘Incra acusa agronegócio por mortes de sem terra’.


O outro assunto é a conversa de Lula com seu ministério petista: ‘Ministros do PT criticam Palocci; Lula defende política econômica’. No ‘Estado’, ‘Lula prepara ministros para a degola de cargos’.


Os dois jornais também tratam, na capa, da desvalorização do dólar, da pesquisa sobre a Aids e da crise na Ucrânia; e têm fotos de Serra com Marta. A Folha destaca a suspensão da liminar que censurou, ontem, reportagem sua sobre o filho do presidente do STJ; e o ‘Estado’, a decisão de um juiz que limita em R$ 2.400 as pensões da Lei de Anistia, assunto que vem acompanhando há duas semanas.


Manchete do ‘Globo’: ‘Receita Federal investiga 40 deputados estaduais do Rio’.


Anistia


A Folha deu mal, com pouco destaque e sem memória ou contextualização, a decisão do juiz de Guaratinguetá (SP) que reduziu o valor máximo das pensões e indenizações para anistiados políticos do regime militar. A concessão de valores altos e desproporcionais vem provocando discussões no governo, na imprensa e na sociedade. O fato de a Folha ter entre seus colunistas e membros do Conselho Editorial um beneficiado pela anistia, Carlos Heitor Cony, é mais uma razão para o jornal dar visibilidade ao assunto.


Censura prévia


A Folha fez uma boa cobertura da liminar que impediu o jornal de circular com reportagem sobre o filho do presidente do STJ e a revisão da medida. Senti falta de um editorial.


O ‘Estado’ tem reportagem sobre o processo contra Erick Vidigal e repercussão sobre a censura (‘Reportagem sobre o caso foi proibida pela Justiça’).


Não encontrei uma linha no ‘Globo’.


Crise no governo


O jornal cobriu bem o discurso do presidente do Incra e o desconforto que provocou em parte do governo. Mas o ‘Estado’ tem uma cobertura mais completa da crise ministerial provocada pelas críticas de parte do ministério petista à política econômica e pela iminência de mudanças no primeiro escalão do governo Lula.


O ‘Estado’ e o ‘Globo’ trazem novas críticas da ex-primeira-dama Ruth Cardoso ao governo Lula.


Economia


O ‘Estado’ traz amplo material sobre política comercial. Segundo o jornal, a Fiesp e a AEB preparam documento pedindo mudanças na estratégia comercial do governo e no Mercosul. Há críticas em relação às negociações com os presidentes da China e da Rússia, que acabam de passar pelo Brasil. A cobertura da visita do primeiro-ministro canadense também está mais bem dada.


Agenda da transição


Fiquei sem entender, na reportagem ‘Marta libera prédio mais alto na Paulista’ (capa da Edição SP de Cotidiano), se está liberada ou não a construção de prédios com mais de 24 andares na Paulista e, caso esteja liberado de fato, por que a Prefeitura assim agiu se uma nova lei entrará em vigor a partir de janeiro.


Ou o novo decreto vai permitir durante dois meses a aprovação de prédios mais altos, e isto parece ser um escândalo, ou ele realmente não tem qualquer efeito. No primeiro caso, a reportagem deveria ter sido mais explícita. No segundo, nem sei se valia reportagem.


Vitória


Está incompreensível e mal editada a arte ‘Exército nas ruas de Vitória’, da pág. C4 da Ed. SP. Como a foto e a arte vêm logo abaixo da reportagem ‘Coronéis da PM são acusados de desvio no ES’, só um leitor atentíssimo e interessadíssimo poderá supor que se trata de uma arte ligada à reportagem sobre a violência que tomou conta da cidade de Vitória desde domingo.


A arte não informa o que aconteceu em Vitória. Traz o número de soldados enviados para a cidade, mas não diz a razão; relaciona os suspeitos de uma ‘ação’, mas não informa de que ação se trata; e faz uma memória do crime organizado no Estado. Mas não tem uma linha sobre o que ocorreu na cidade, a queima de ônibus.


23/11/2004


A frustração provocada pela visita do presidente da Rússia é a manchete da Folha e do ‘Estado’ e divide o alto das capas do ‘Globo’ e do ‘Valor’.


Folha – ‘Putin não suspende veto à carne brasileira’;


‘Estado’ – ‘Putin mantém bloqueio à carne’;


‘Globo’ – ‘Compra de caças pode ser adiada –Rússia mantém embargo à carne, apesar da visita de Putin’;


‘Valor’ – ‘Rússia mantém o embargo à carne brasileira’.


As manchetes do ‘Globo’ e do ‘Valor’:


‘Globo’ – ‘Governo quer gasto com moradia fora do controle do FMI’;


‘Valor’ – ‘Banco Santos traz perdas aos fundos de renda fixa’.


Putin batendo bola no Maracanã e abraçando Lula em Brasília são as imagens das capas dos jornais. A Folha destaca ainda a foto do enterro dos cinco sem-terra assassinados em Minas.


Cesar Maia


A Folha deu um registro discreto ontem e, hoje, não investiu no assunto. Mas o lançamento da candidatura de Cesar Maia à Presidência, ou ao governo do Estado, é importante por duas razões. Primeiro, porque revela a fragilidade momentânea do governo Lula, e a conseqüente precipitação da corrida presidencial. Segundo, porque é um escândalo _e o ‘Globo’ repercute hoje o fato_ o anúncio do abandono da Prefeitura antes mesmo da posse. É um assunto que pode ser bem explorado porque mostra mais uma vez que as promessas de campanha não valem nada.


Censura


A Justiça proferiu ontem, mais uma vez, liminar que caracteriza censura prévia. Um juiz de Brasília impediu que a Folha continuasse a imprimir, na sua edição de hoje, a reportagem ‘Filho do presidente do STJ vira réu em ação’, sobre Erick José Tavassos Vidigal. A reportagem já estava impressa e a Edição Nacional distribuída quando chegou a liminar impedindo sua publicação. Com isso, os leitores da cidade de SP ficaram privados da informação.


Na Edição SP, o texto foi substituído pela notícia da liminar: ‘Juiz proíbe publicação de reportagem da Folha’.


Não é a primeira vez que ocorre este tipo de censura aos jornais. Lembro os casos Garotinho/Globo (depois estendido para todos os jornais), Garotinho/Carta Capital, ‘Correio Braziliense’ e ‘Jornal de Brasília’ na eleição de 2002, ‘Você AS’ e outros que não me ocorrem. Aliás, vai se tornando comum.


Acho que a Folha deu pouco destaque à liminar. Deveria ter tido um texto na Edição SP já com alguma repercussão. E o caso, na minha opinião, justificava uma chamada na primeira página do jornal.


Mesmo respeitando a liminar, imagino que a Folha vá repercutir amplamente o assunto na edição de amanhã. É necessário mostrar o que está em risco sob o ponto de vista da sociedade.


Vitória


Janio de Freitas critica, com razão, a desinformação dos jornais, que só hoje começam a noticiar a crise que se instalou em Vitória, no Espírito Santo, desde a madrugada de quinta-feira, e que já resultou em dez ônibus incendiados. É falta de gente para a cobertura ou de sensibilidade.


Banco Santos


A Folha está indo bem, desde domingo, nas investigações relativas ao braço cultural do Banco Santos. A revelação de hoje, ‘Empresa do Caribe controla Cid Collection’, mostra mais um aspecto de como foi construído o mecenato de Edemar Cid Ferreira.


Acho, no entanto, que o jornal deveria ter a preocupação de destacar as opiniões dos advogados do banqueiro em retranca separada, como ‘outro lado’."