Wednesday, 24 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Crítica interna

9/2/07

Hoje não circulará a Crítica Interna.



8/2/07

Está claro, na edição de hoje, que política externa não é prioridade para a Folha. O governo dos EUA enviou simultaneamente ao Brasil três quadros importantes para conversar com o governo federal e vários governadores num momento de tensão na América do Sul. Ontem o jornal deu a manchete para as visitas – ‘EUA querem parceria estratégica no etanol’ –, mas desmembrou a cobertura por três editorias diferentes (‘Mundo’, ‘Dinheiro’ e ‘Cotidiano’). A fragmentação enfraqueceu a edição e prejudicou a compreensão dos vários aspectos em jogo da política dos Estados Unidos e de sua relação com o Brasil e a região.

Hoje, os desdobramentos dos encontros dos enviados americanos simplesmente sumiram da Primeira Página. E o noticiário novamente foi espalhado. Uma parte está em ‘Brasil’, editoria que normalmente cobre política externa brasileira, mas que ontem ignorou as visitas dos representantes dos EUA; e outra parte continuou em ‘Dinheiro’. Ou seja, em dois dias o noticiário dançou por quatro editorias.

O que os representantes dos EUA vieram fazer no Brasil? Qual o significado das visitas? Quais os pontos mais importantes das conversas? Quais os bastidores da iniciativa dos EUA?

É impossível fazer uma avaliação da ofensiva americana tendo como base a cobertura da Folha.

Segundo o ‘Globo’, o presidente George Bush se encontra com Lula em São Paulo no dia 9 de março.

O ‘Globo’ e o ‘Correio Braziliense’ driblaram o embargo do Ministério da Educação e anteciparam ontem os resultados do desempenho dos estudantes dos níveis fundamental e médio no Brasil (Saeb e Enem). Mesmo assim a Folha publica hoje os dados com destaque. Está certa. O fato de já não serem inéditos não significa que devam ser mal tratados. Os resultados são importantes e justificam a manchete da Primeira Página (‘Educação do país piora em 10 anos – Avaliações mostram que a queda foi maior no ensino médio; SP teve o desempenho mais fraco na 8ª série’) e o espaço interno – 4 páginas na Edição Nacional e um caderno especial com 6 páginas na Edição SP.

O jornal já havia tratado mal, ontem, outra pesquisa na área de educação. Segundo a Unesco, a diferença de rendimento entre jovens brancos e negros nas escolas brasileiras é maior entre ricos do que entre pobres. A notícia saiu, pequena, na Edição Nacional, mas foi suprimida inexplicavelmente da Edição SP.

Ignorada pela Primeira Página de ontem, a visita dos representantes do Estados Unidos é hoje a manchete do ‘Estado’: ‘EUA querem novo papel do Brasil na AL’.

O ‘Globo’ registra na manchete mais problemas ocorridos ontem à noite em vários aeroportos do país por causa das interdições dos aeroportos de Congonhas e Guarulhos: ‘Chuvas em SP param aeroportos do Sudeste’. Esta informação é mais importante do que a chamada da Folha, ‘Justiça revoga decisão e libera Congonhas para todos os aviões’. Independentemente da decisão da Justiça, os aeroportos tiveram de ser interditados.

No ‘Valor’, ‘Câmbio amplia atrito entre a Fazenda e o Banco Central’. A Folha registra na Primeira Página o esforço do governo para conter a queda da moeda americana – ‘BC gasta R$ 1 bi num dia para tentar deter a queda do dólar’ –, mas ignora a tensão que marcou o dia de ontem e as pressões que aumentam contra o presidente do BC.

São Paulo

Folha e ‘Estado’ têm informações diferentes em relação às medidas do governo de São Paulo sobre o ICMS. Na Primeira Página da Folha (na Edição Nacional a notícia tem mais espaço) está dito que o governo Serra publica hoje dois ‘comunicados’ para ‘esclarecer’ que os produtos da cesta básica continuam pagando 7% de ICMS. Ou seja, dá a entender que houve um mal entendido e que o governo nunca reduziu o benefício.

O ‘Estado’ informa, no entanto, que ‘dois decretos (…) restabelecerão’ a alíquota de 7%. Ou seja, o governo de São Paulo está mudando uma decisão tomada, e não esclarecendo, como informa a Folha. Segundo o ‘Estado’, a mudança ocorre porque o ‘comércio ameaçava elevar preços’.

Como disse, são informações e enfoques bem diferentes.

Transparência

A Folha publica hoje, como havia prometido, o resultado do levantamento que fez das reportagens de José Messias Xavier publicadas no jornal. O repórter, que trabalhou na Folha entre junho e outubro de 2005, é acusado pelo Ministério Público Federal de integrar uma quadrilha que explora caça-níqueis. A Folha fez bem em reavaliar os textos à luz das acusações e em publicar, na edição de hoje, o resultado da revisão (‘2 textos de repórter denunciado têm erros’, C4 da Edição SP) e várias correções (A3).

Diplomacia

Os impostos atrasados que a Receita Federal dos Estados Unidos cobra de diplomatas brasileiros e de outros países não têm nada a ver com ‘diplomacia’, como sugere o chapéu da notícia ‘Brasileiros não terão prazo maior, afirma fisco dos EUA’ (A9 da Edição SP).



7/2/07

A Folha mudou acertadamente a sua Primeira Página na Edição SP para incluir foto e chamada para uma nova onda de queima de ônibus em São Paulo (‘Polícia entra em alerta após atentados em SP’).

Os grandes jornais deram tratamentos diferentes para o caso da astronauta que agrediu uma engenheira por ciúme. O ‘Estado’ foi o mais discreto. Editou abaixo da dobra uma nota entre fios com o chapéu ‘Sociedade’ e o título ‘Por ciúme, astronauta tenta matar colega’. O ‘Globo’ juntou, também na parte debaixo da capa, dois casos sob o chapéu ‘Amor demais’, o da astronauta (‘Sideral’) e o de dois esqueletos de pelo menos cinco mil anos encontrados abraçados na Itália (‘Eterno’).

A Folha foi mais escandalosa e criou um espaço no alto onde juntou o caso da astronauta (‘Triângulo sideral’) e o do pai do jogador Diego. O tratamento gráfico, com cores e as fotos recortadas, lembra as revistas de fofoca.

Nas manchetes, cada jornal foi para um lado:

Folha – ‘EUA querem parceria estratégica no etanol’.

‘Estado’ – ‘Lula vai segurar verbas do orçamento, mas livra o PAC’.

‘Globo’ – ‘Milícia fecha favela com portão para barrar tráfico’.

Segurança pública

A Folha publicou na quarta-feira passada as estatísticas oficiais de criminalidade em SP em 2006 com destaque para o número de pessoas mortas por policiais (‘Polícia matou 77% mais no ´ano do PCC´‘). O primeiro artigo de ‘Tendências/Debates’ de hoje (‘Falta transparência na segurança pública’, A3) alerta para uma questão que a reportagem não havia enfocado. Os dados oficiais estão subestimados e o número de mortes provocadas por policiais é muito maior do que o que foi divulgado, segundo o artigo. Sugiro que o jornal dê seqüência ao assunto. E é um bom pretexto para um questionamento mais sério das estatísticas oficiais.

Senado

O levantamento feito pela Folha da distribuição de cargos no Senado (‘PMDB fica com 4 comissões e cede aos petistas a de economia’, A5) tem pouca serventia para o leitor, exceto pela confirmação de que haveria distribuição de cargos para os que apoiaram o candidato vitorioso – o que já era de conhecimento público. O que interessa de fato para o leitor é saber para que servem e que força têm as comissões (por que, por exemplo, duas delas são classificadas pelo jornal de ‘comissões menores’?), o que discutirão e que influência terão em assuntos relevantes para a sociedade e que interesses deverão ser defendidos pelos nomes indicados? O que significa de fato o comando de uma comissão como a CCJ estar nas mãos da oposição ao governo federal?

Igreja x igreja

A Folha continua a reportar os ataques do arcebispo católico de João Pessoa à Igreja Universal sob a ótica da Igreja Católica. A notícia de hoje é que o arcebispo de João Pessoa recebeu o apoio de outros bispos católicos (‘Arcebispo diz ter recebido apoio a críticas à Universal’, A7). Ora, notícia mesmo seria o contrário, se bispos católicos condenassem a atitude do arcebispo. Era mais do que esperado que ele fosse apoiado por seus pares. Se o jornal queria uma repercussão e só obteve o silêncio da Igreja Universal (o que demonstra como mudou completamente a estratégia de relacionamento da Universal com a Igreja Católica, antes agressiva), poderia ter buscado as opiniões de especialistas em religiões e em ecumenismo. O fato é que desta vez a guerra foi aberta pela Igreja Católica, o que contraria seu comportamento nos últimos anos e pode indicar uma nova estratégia que o jornal não está conseguindo detectar.

Pernambuco

Segundo o texto que acompanha a foto de uma manifestação de trabalhadores sem teto (‘Fogo em avenida’, A6), foram queimados pneus numa ‘avenida de Pernambuco’ (???).

Brasil e EUA

Não dá para entender o critério jornalístico que leva a Folha a fragmentar o noticiário das visitas de representantes do governo dos EUA ao Brasil e distribuí-lo por três editorias. Todas as reportagens (contei seis: duas em ‘Mundo’, três em ‘Dinheiro’ e uma em ‘Cotidiano’) tratam das relações que envolvem o Brasil, os Estados Unidos e outros países da América do Sul. Acredito que para o leitor a dimensão das visitas ficaria mais evidente, e seu sentido mais compreensível, se as reportagens fossem editadas juntas.

Congonhas

As informações que constam na reportagem não sustentam o título ‘Empresa mais afetada, Ocean Air critica decisão ´absurda` e espera liberação hoje’ (C4 na Edição SP e C3 na Ed. Nacional). De acordo com o texto e com o infográfico que o ilustra, a Gol tem mais aviões afetados pela decisão da Justiça (51 contra dez) e num percentual maior da frota (78% contra 50%) do que a Ocean Air.

Kassab

É uma pena que o jornal não tenha publicado a entrevista com Kaiser Paiva Celestino da Silva, xingado anteontem de ‘vagabundo’ pelo prefeito Gilberto Kassab, na Edição Nacional. É um caso que o país todo acompanhou. Está boa a reportagem da Edição SP, ‘`Vagabundo´ diz que trabalha desde os 10 e que votou na chapa Serra/Kassab’ (C5).

Exagero

A minha impressão é que o jornal exagerou ao dar meia página, na Edição Nacional, para o caso do pai do jogador Diego, ‘Pai de Diego é preso após atropelar professor’ (C5). Ainda mais que o caso está confuso. A foto, então, é um despropósito. É a foto divulgada pela polícia e ocupa três colunas. Na Edição SP que recebi em pdf a reportagem sumiu, embora permanecesse a chamada na Primeira Página.



6/2/07

A Folha deu o devido destaque ao destempero do prefeito Gilberto Kassab, com fotos no alto da Primeira Página, a frase agressiva do prefeito e o título ‘Kassab, aos gritos, expulsa manifestante’. O ‘Estado’ jogou o assunto para a parte de baixo de sua capa, ‘Kassab tira homem de ambulatório aos gritos’. No ‘Diário de S. Paulo, ‘Prefeito perde a linha: ´Sai daqui, vagabundo!´‘.

A descoberta da Folha é surpreendente e justifica o destaque da manchete: ‘Regra do teto infla salários nos Estados – Adicionais para desembargadores desapareceram, mas vencimentos passaram a ter valor único e maior’. No ‘Estado’, ‘BC compra mais dólares, mas não detém nova queda’. E o ‘Globo’ segue acompanhando a explosão de violência neste início de mandato do novo governador: ‘Afastado policial suspeito de comandar milícia no Rio’.

Folha e ‘Valor’ fizeram leituras bem diferentes dos mesmos índices divulgados ontem pelo IBGE. Na Folha, ‘Indústria nacional tem sua menor expansão em 3 anos’. No ‘Valor’, ‘Indústria começa 2007 em aceleração’. Internamente, o jornal econômico é até mais otimista: ‘Indústria inicia ano em alta e sem estoques’ e indicadores sinalizam um janeiro ‘aquecido’.

Igreja x igreja

O destaque que o jornal decidiu dar para o ataque do arcebispo da Paraíba, da Igreja Católica, à Igreja Universal, com chamada na Primeira Página e alto da página A9 (‘Arcebispo da Paraíba critica novo templo da Universal’), exigia do jornal mais informações que ajudassem o leitor a entender o contexto do enfrentamento. Por que a Igreja Católica decidiu agora partir para o ataque? Quantos templos iguais ou maiores e mais ‘suntuosos’ do que o de João Pessoa já foram construídos sem que a Igreja Católica se manifestasse? Mudou a estratégia da igreja para enfrentar o crescimento das igrejas pentecostais? O grito de João Pessoa tem a ver com a vinda do papa Bento 16 ao Brasil em maio? É possível. Um dos pontos de discussão da Conferência do Celam, que se realizará junto com a visita, é o crescimento das igrejas evangélicas, e não só no Brasil.

A reportagem me pareceu pouco equilibrada, desfavorável à Igreja Universal. Não bastava o jornal ter reproduzido a nota do site da igreja. Era necessário ouvir a principal liderança local da Universal. A Edição SP traz uma resposta de um pastor e vereador, mas não está claro se fala pela hierarquia da igreja em João Pessoa.

Outro aspecto: o prédio é realmente ‘suntuoso’? Mais suntuoso do que as catedrais católicas? Como o desencadeador do ataque do bispo católico foi a inauguração do templo, o jornal tinha a obrigação de dar mais informações sobre o prédio e sua construção.

A ‘Memória’ que acompanha a reportagem (‘Em 1995, bispo da Universal chutou imagem de santa’) não traz uma informação importantíssima: o bispo da Universal que chutou a santa foi punido pela igreja, perdeu os cargos que tinha no Brasil e foi enviado para a África, se não me engano. Ou seja, a Universal não compactuou com o episódio e depois daquilo mudou muito sua estratégia de convivência com a Igreja Católica.

O jornal deve tomar cuidado na produção de reportagens que envolvem as igrejas pentecostais. Muitos leitores já escreveram para o ombudsman com a impressão de que o jornal é preconceituoso em relação a estas denominações religiosas.

Itamaraty

A Folha ignorou ontem e continua a ignorar na edição de hoje as críticas feitas pelo embaixador Roberto Abdenur, em entrevista publicada na ‘Veja’, à política externa do governo Lula. Segundo o ‘Globo’ de hoje, as críticas do ex-embaixador nos Estados Unidos abriram uma crise no Itamaraty. A reprodução da reação do ministro Celso Amorim no pé do texto sobre a visita dos enviados do presidente Bush ao Brasil (‘Amorim dirá que presidente venezuelano está sob controle’, A12) sequer reproduz as aspas do que disse Abdenur à ‘Veja’.

Aliás, uma das críticas feitas por Abdenur foi a de que está sendo imposta pela cúpula do Itamaraty a seus diplomatas a leitura de uma bibliografia básica com viés ideológico. A que livros o ex-embaixador se refere? Não seria interessante a Folha revelá-los e comentá-los com gente que entende do assunto?

‘Esporte’

Em que cidade ocorreu a tal briga da qual o jogador Messi teria participado (‘Messi é acusado de brigar em bar’, D2)?

Reggie Wayne venceu em que esporte (‘Caminhando sobre o inimigo’, D2)?



5/2/07

Não há um assunto comum que se destaque nesta segunda-feira, e as manchetes apontam para interesses distintos.

Folha – ‘Serviços sobem mais que a inflação’. A manchete de domingo também foi economia: ‘Importação reduz crescimento do país’.

‘Estado’ – ‘Anistia a Dirceu tem apoio no Planalto’.

‘Globo’ – ‘Confronto em favelas do Rio envolve PM, tráfico e milícias’.

Os jornais ousaram nas capas de sábado, com a publicação do relatório sobre o aquecimento global. A Folha fez uma edição forte da Primeira Página com foto, infográfico, manchete (‘Cientistas prevêem futuro sombrio para a Terra’) e o estrato do repórter especializado que enviou a Paris. No ‘Estado’, ‘Aquecimento global é irreversível’; e, no ‘Globo’, ‘S.O.S. planeta’.

‘Painel do Leitor’

Um elogio ao ‘Painel do Leitor’ de ontem e de hoje: eles estavam inteiramente ocupados por comentários de leitores e vários comentários foram sobre textos que haviam sido publicados sábado e ontem. Ótimo sinal.

‘Painel’

As informações que estão em duas notas do ‘Painel’ (A4) de hoje – ‘Não seja…’ e ‘… por isso’ – já haviam sido publicadas na carta do secretário José Aristodemo Pinotti no ‘Painel do Leitor’ de sexta-feira, na entrevista feita com o governador José Serra e publicada na mesma edição em ‘Cotidiano’ e, parcialmente, na edição de hoje, também em ‘Cotidiano’ (‘Governo prevê corte de até R$ 1 bilhão’, C8 da Edição SP).

PT

Pareceu-me pouco consistente a reportagem ‘Lacerda ainda é homem-forte do PT do ABC’ (A5 de hoje). Fiquei com a impressão de que exigia mais apuração antes de ser publicada.

1 – Há uma entrevista que afirma que ele ainda tem liderança e há outra que afirma o contrário. Não há relatos ou fatos que comprovem a tal liderança. O fato de sua mulher ser vice-presidente do PT de São Caetano do Sul e de Hamilton Lacerda falar ‘quase diariamente com um dos integrantes da Executiva paulista muito próximo do presidente do PT no Estado’ não significa que continue a ser uma liderança. Faltam fatos.

2 – As poucas evidências mostram que é possível que ele continue a ter alguma liderança em São Caetano, mas não há nenhuma evidência de que isso possa ser transportado para todo o ABC, como está no título da reportagem.

3 – A falta de mais apuração fica evidente num detalhe menor: o jornal sequer informa em que sindicato de São Caetano Hamilton Lacerda comemorou quinta-feira passada seu aniversário de 41 anos. Foi uma festa pública, para cerca de cem convidados. Por que o jornal não apurou o nome do sindicato?

Não duvido que Hamilton Lacerda continue a ter influência no PT de São Caetano. Mas a reportagem da Folha não traz informações que comprovem esta força.

Segurança Pública

Boa a reportagem da capa da Edição Nacional de ‘Cotidiano’ sobre o destino dos recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública – ‘Fundo de segurança exclui ações preventivas’. Ajuda a entender o noticiário policial, uma crônica diária das conseqüências da falta de política de segurança pública no país.

Na Edição SP, no entanto, a reportagem recebeu um tratamento editorial que a empobreceu. Ao dar mais ênfase à situação de dois carros (‘Carros doados por fundo estão parados há 7 meses’, capa da Edição SP) e ao fisiologismo (‘Deputado conseguiu doação de carros’, C4), o jornal escondeu o aspecto mais importante da reportagem, que é a forma equivocada de como o governo federal vem gastando os recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública. O caso de Cruzeiro (SP) e a ação fisiológica de deputados apenas são ilustrações de um problema maior, bem mais grave do que o problema dos carros.’