Friday, 29 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Paulo Rogério

“Um dos principais problemas da atividade jornalística é a arrogância que ela costuma ensejar em quem escreve.” (Otavio Frias Filho, jornalista)

A imprensa cearense teve uma semana marcada por denúncias de uso indevido de verbas públicas, prisões de gestores e demissões. Primeiro veículo a denunciar, ainda no ano passado, irregularidades na construção dos kits sanitários, O POVO deu destaque aos casos em quatro das sete manchetes possíveis. Começou a cobertura com o anúncio da prisão de envolvidos nesse esquema no Ipu, encerrando com o anúncio da saída de Jurandir Santiago da presidência do Banco do Nordeste (BNB).

O leitor Maurício Alves aprovou a abordagem do jornal. “Mais uma vez, venho parabenizar O POVO por grandes matérias sobre corrupção no Ceará” desabafou. De fato, a matéria “MP rastreia R$ 100 mil em conta de empresa de Jurandir Santiago”, publicada quarta-feira (20), foi um “furo” de reportagem. Provou, através do uso de cheques, a ligação de Jurandir com as denúncias no Ipu. Tornou-se decisiva no ritmo das apurações.

Única falha

Na verdade a única grande falha aconteceu ainda no primeiro dia, sábado, quando o jornal deixou de informar que a sentença do desembargador Darival Primo determinava, além da prisão do prefeito Sávio Pontes, do Ipu e de mais sete, a possibilidade de inclusão de Jurandir no mesmo processo. A chefia de Redação admite a mesma análise. “Felizmente, recuperamos bem nos dias seguintes, tanto no online, como no impresso”.

Compasso lento

A leitora Neide de Castro acusou o jornal de “blindar” um profissional da Redação – o jornalista Bruno Stefano – depois de várias denúncias registradas na Delegacia de Fraudes e Falsificações. Bruno, que exerce atividade como cantor em festas de casamento, foi acusado de descumprir contratos. “Porque o jornal nada informa?” indagou. A notícia foi veiculada em outros veículos na quarta-feira. O POVO saiu com matéria só no domingo informando providências adotadas. A chefia de Redação nega qualquer proteção. “O que havia era a presunção de que ocorreria um crime. No jornal, o nome de qualquer pessoa só é publicado caso ela venha a ser indiciada ou tiver a prisão decretada. Nenhuma das hipóteses ocorreu. Mesmo assim, optamos por divulgar tudo da forma mais transparente possível”. De fato há essa norma interna. Porém, 21 Boletins de Ocorrência foram registrados, o que já caracteriza uma notícia jornalística. A meu ver, o jornal acertou em publicar providências tomadas, mas demorou em agir. Internamente recomendei transparência logo no segundo dia. Se ia quebrar as normas – como fez no domingo – que o jornal fosse mais ágil.

Desprezo

O advogado e escrevente Jorge Dias elogiou iniciativa do jornal em debater a legalização da união estável homo e heteroafetivas. O tema foi pauta da reportagem “Enfim, unidos!”, dia 15 de junho, em Tendências. Apesar de destacar a importância social da matéria ele detectou um erro importante e pediu rapidez na correção. O jornal informou erradamente que o documento poderia ser obtido em um cartório de registro civil. O correto é o cartório de notas.

O alerta foi feito ao editor na segunda-feira (18) e a promessa de correção na 5ª feira, uma semana depois – o que já é um absurdo. Até sexta-feira, entretanto, nada foi corrigido. Quem leu a reportagem continua sem saber do erro. “Em que quinta-feira sai a correção?” questionou Dias. Espero que, agora, seja antes.

Desprezo II

Esse desprezo ficou visível na reclamação de dois leitores com o uso do IPad. Kadmon Costa questionou a nitidez. “A forma de ler torna um pouco desagradável devido a pixelização da imagem”. Necival pergunta, via canal “Fale com a Editoria do Ombudsman” porque a versão online para IPad não funciona. “o ícone é aberto, mas desliga sem acesso a página do jornal?” As dúvidas foram encaminhadas ao jornalista Michel Victor, editor do O POVO Online. Até o fechamento da coluna, sexta-feira, não recebi resposta.

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