Thursday, 25 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Paulo Rogério

“'Jornalista não é aquele que toca na banda, é o que vê a banda passar.' (Joel Silveira, jornalista)

O Réveillon 2012 tornou-se o primeiro round político pós-eleições 2012. O POVO puxou bem a discussão ao dar o tema como manchete da edição do dia 14: 'Prefeita não garante Réveillon'. Foi o único jornal impresso a perceber a importância do fato em meio a uma coletiva enfadonha da prefeita Luizianne Lins (PT). Nos dias seguintes o jornal ampliou cobertura ouvindo outros personagens envolvidos, incluindo o setor turístico. Só então os demais veículos entraram na pauta.

O jornal acertou ao dar o devido destaque, mas ficou devendo a contextualização dos fatos. O leitor não é obrigado a saber que houve denúncias de irregularidades nas festas anteriores. Nem se foi apurado algo. Cabia ao jornal, inclusive, informar que ex-secretários foram multados, quem foram eles e se ainda há processos abertos.

A coluna Política até que fez essa rápida lembrança, mas sem o aprofundamento que uma matéria proporcionaria. Era uma forma de a cobertura fugir das declarações da prefeita que sai e do prefeito que entra. Uma leitora deu a dica: o jornal 'deveria ter ido além e procurado quem entende da Lei de Responsabilidade Fiscal como o Tribunal de Contas dos Municípios ou do Estado'. Deveria. Não o fez.

Vandalismo

As cenas de vandalismo dos torcedores contra o patrimônio público estampadas nas edições dos dias 12 e 13 não são novas. O POVO já havia deu manchetes sobre destruição de setores do estádio Presidente Vargas ainda no Estadual, no primeiro semestre. Voltou ao assunto recentemente, quando uma bomba caseira foi jogada no local ('O rastro da violência dos torcedores'; 18/9). Desta vez o jornal foi bem e aprofundou a cobertura, levando o tema para outras editorias, incentivou participação de outros setores da sociedade e cobrou ações efetivas dos gestores, inclusive da prefeita Luizianne Lins. Ainda sim falta mostrar a eficácia no cumprimento das penas já impostas a esses vândalos.

Escorregão na língua

O POVO é um dos poucos veículos a manter um caderno produzido com colaborações dos leitores. Criado em 1984, o Jornal do Leitor é um espaço aberto aos leitores. Ao editor cabe a seleção, diagramação e a revisão. É nesse último ponto o jornal não foi bem no último dia 13. 'O caderno ultrapassou todos os escorregões. Na primeira página, vemos: Amor, fé e coragem, adjetivos. Essa, convenhamos, foi de lascar'. De fato, o editor acabou influenciado pelo leitor e repetiu o erro do penúltimo parágrafo do poema na cartola da manchete. Amor, fé e coragem são substantivos, não adjetivos. O leitor não é obrigado a saber bem o Português. O jornalista, sim.

Tricolores

'Que vexame a primeira página do Caderno de Esportes dar uma pequena notinha sobre o Fluminense, e ainda errar colocando-o como tricampeão'. O desabafo é da leitora Estephania Silveira diante da cobertura dada à disputa da Série A do Brasileiro, na edição de segunda-feira. Para ela, o jornal ficou 'há anos luz dos demais jornais brasileiros'. Há alguns aspectos a considerar. Realmente houve o erro na capa, informado e corrigido no dia seguinte. O Flu é tetracampeão, não tri. A cobertura, a meu ver, falhou em não publicar o pôster do novo campeão, uma tradição no futebol.

É verdade que o time não posou antes do jogo. Alguns jornais utilizaram imagem do time na final da Taça Guanabara. Meio velha, mas enfim, melhor que nada. Outro aspecto – e ai a leitora é injusta – é que naquele dia o Fortaleza fez um jogo histórico e decisivo. Logo, um fato local superou o nacional. Valeu a regra da proximidade. O jornal deveria – seria o ideal – ter aumentado o número de páginas, planejando diante da possibilidade. Afinal todos sabiam os jogos da rodada desde o início da semana.

Esquecido pela mídia: Os efeitos da Lei de Diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana que entrou em vigor em 2012.

FOMOS BEM

MEDO DA RUA

Especial abordou a sensação de insegurança que o fortalezense tem convivido

FOMOS MAL

ESPAÇO PERDIDO

Repetição de matérias entre as editorias em uma mesma edição”