Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Ernesto Rodrigues

‘Não poderia ter sido mais oportuna – em função recorde mundial obtido há poucos dias e da premiação do entrevistado como esportista do ano – a reapresentação do Roda Viva com o nadador Cesar Cielo. O programa, exibido pela primeira vez em 24 de agosto, não envelheceu. E já é um documento importante sobre um personagem cuja sustentabilidade já ultrapassou o estágio das manchetes ufanistas e apressadas da imprensa esportiva brasileira. No embalo da reapresentação da entrevista, este ombudsman ousa oferecer, de novo, a análise que fez sobre ela.

Para muitos telespectadores do Roda Viva, principalmente os que são fiéis aos entrevistados e temas mais compenetrados da pauta tradicional do programa, deve ter sido surpreendente o fato de o nadador Cesar Cielo e seus entrevistadores terem passado mais de uma hora em animada conversa sobre centésimos de segundo, maiôs, braçadas e recordes do mundo da natação. ‘Como pode haver tanto assunto em torno de provas que duram menos de um minuto?’, deve ter sido a pergunta que passou pela cabeça de muitos desses telespectadores.

Se a pergunta passou, Cielo, 22 anos, os entrevistadores convidados (os ex-nadadores Gustavo Borges e Manoel dos Santos e os jornalistas Toninho Neves e Álvaro José) e o âncora Vladir Lemos se encarregaram de produzir, juntos, com o perdão pelos trocadilhos involuntários, o que pode ter sido o mais profundo mergulho da mídia brasileira no tema da natação olímpica, pelo menos desde quando Cielo se tornou um personagem importante da cena esportiva brasileira.

Foi tal o mergulho que ele pode ter provocado reações agudas, espantando logo no início alguns telespectadores menos flexíveis, mas também prendendo a atenção de outros até o final. Quem ficou sintonizado e não se horrorizou com o fato de um rapaz de 22 anos estar ocupando a prestigiada cadeira giratória do programa teve oportunidade de conhecer muito da vida milimétrica, exigente e exaustiva à qual Cielo se entrega com intensidade e determinação.

Uma circunstância, no entanto, dificultou um pouco a vida dos que acompanharam a entrevista até o final, principalmente nos momentos em que o Roda Viva pareceu uma reunião de nadadores à beira da piscina: Cielo é quase tão rápido e inalcançável na hora de falar quanto na hora de quebrar recordes.

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Tudo que é sólido não deveria acabar, 21 de dezembro

‘Queria apenas perguntar quando terá a segunda temporada de tudo o que é sólido pode derreter. Há alguma previsão para novos episódios?’

A mensagem, enviada pelo telespectador Feliciano Silva, de Conselheiro Lafaiete, Minas Gerais, recebida por este ombudsman na semana passada, é representativa de uma unanimidade que permanece, meses depois da exibição do 13º e último capítulo inédito da série ‘Tudo o que é sólido pode derreter’.

A série, muito bem definida por seus autores como um programa que ‘busca explorar de forma atraente e com bom muito humor o universo adolescente a partir do cotidiano de uma jovem, Thereza, que estuda na escola grandes obras da literatura de língua portuguesa, descobrindo e envolvendo-se com suas histórias’, deixou uma saudade só comparável à que os fãs sentem do também saudoso Pé na Rua. Abaixo, outros dois emails que justificam uma resposta objetiva da emissora aos fãs da série:

‘Acabei de assistir o primeiro episódio da serie ‘Tudo o que é sólido pode derreter’ e fiquei impressionado com a qualidade. Confesso que, como fã de series nacionais que sou, aguardava há muitos anos por uma série de tal porte e me impressionou de maneira positiva que esta emissora seja a Cultura. Estão de parabéns e espero que tenha uma longa jornada de sucesso.’ (Regilmar Junior)

‘Eu gostaria de ‘suplicar’, como diria Débora, que o seriado ‘Tudo o que é sólido pode derreter’ tivesse continuidade. É raro um programa voltado ao público jovem com esse nível e qualidade. Porém, na minha humilde sugestão, a personagem principal, Thereza, bem como os assuntos abordados, poderiam ser mais maduros. Nos primeiros episódios, eu via temas mais sagacidade. Depois deram a ela uma personalidade ‘extremamente adolescente’, com dramas sem muito sentido. Confesso que tive um pequeno desapontamento no episódio em que ela não conhecia CLARICE! Ela poderia ser um pouco mais madura, como antes. Mas, mesmo assim, como tantos outros, eu também adoro a série e torço pra que ela tenha mais temporadas’. (Larissa Carvalho Dantas)

‘Estou enviando essa mensagem para pedir que o programa Tudo o que é sólido pode derreter volte, pois é um programa muito interessante e que a cada episódio ensina para nós jovens sobre a literatura. Estou no 1º ano do ensino médio e gostei de vários episódios que acompanhei (…) Tem me ajudado muito em trabalhos escolares, atividades em duplas e também no entendimento da matéria. E tenho certeza que tanto eu, quanto as outras pessoas que assistem o programa ficaremos muito felizes em poder continuar assistindo-o’. (Priscila Cristina)

‘Aproveito para parabenizar a emissora pelo programa ‘Tudo o que é sólido pode derreter’, que é maravilhoso: roteiro, atores, tudo é de primeira qualidade! Minha filha de 12 anos adora, e olha que agradar uma pré-adolescente com um programa educativo não é para qualquer um, é preciso muita competência! Parabéns! Por favor, não deixem que esse maravilhoso programa acabe também! (Bibiana Leme)’