Friday, 26 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1285

Marcelo Beraba



’31/5/2004

A Folha tem uma edição de domingo com assuntos bem diversificados e vários deles estão muito bem tratados. O texto da manchete (‘Rua rica supera 74 bairros pobres na USP’) é confuso e não faz jus à reportagem, que está muito boa.

O ‘Globo’ veio com uma manchete quente (‘Presos fogem armados de cadeia recém-inaugurada’) e o ‘Estado’ com um levantamento econômico (‘Crescimento dos mercados externo e interno motiva indústria’). O ‘Correio Braziliense’ informa que o ‘cartel do sangue fatura R$ 20,5 bilhões por ano’. Não chequei como chegou a estes números.

O ‘Globo’ mantém hoje a rebelião na casa de custódia como manchete: ‘Presos matam reféns após dois dias de rebelião no Rio’. A Folha destaca nova reportagem com as transcrições das fitas da Operação Vampiro (‘Vampiros agiam em Estados e cidades’) e o ‘Estado’ informa que ‘Cide dá menos de R$ 10 mil a prefeituras’, manchete para iniciados.

Bons textos

A Folha tem bons assuntos valorizados por bons textos na edição de domingo. Destaco três:

1 – ‘Bairros da elite de SP dominam vagas na USP’ (Capa de Cotidiano) tem um lead ótimo. Mostra que é possível combinar histórias e vidas com pesquisas e números e fugir daquela fórmula repetitiva de abrir as reportagens com as pesquisas e fazer histórias separadas, em boxes ou sides. O texto de ontem é um bom exemplo do primeiro modelo. Na pág. B6 de Dinheiro, de hoje, temos um exemplo da fórmula que considero pobre: os números e análises estão na reportagem principal (‘Alimento ‘come’ menos do orçamento em SP’) e o personagem no box (‘Trânsito lento eleva gasto com gasolina’).

2 – ‘A vida no topo – Os bastidores do milionário mercado de imóveis de altíssimo padrão’ (Revista da Folha). Tem informações sobre um mercado inacessível para os comuns. O texto também é muito bom. Vale uma comparação, até por curiosidade, com a reportagem feita pelo ‘Globo’, no sábado, sobre a cobertura mais cara à venda na cidade (‘Um teto milionário’).

3 – ‘Manual de sobrevivência no Iraque’, relato sobre as condições de trabalho dos correspondentes estrangeiros no Iraque, na pág. A24 de Mundo. Não interessa apenas a jornalistas.

Operação Vampiro

Alguns problemas no texto e na edição do material sobre as investigações no Ministério da Saúde na edição de domingo (‘Gravação da PF revela acesso privilegiado a lista da Saúde’, pág. A4, e ‘Empresário elogia PF, mas nega fraude’, pág. A8).

1 – Quem são, na reportagem da página A4, os senhores Francisco Danúbio Honorato e Jaisler Jabour de Alvarenga? Eles não são apresentados no texto. Só é possível saber que um representa um laboratório, e o outro duas empresas, na arte da pág. A8. Como estamos cobrindo o caso todos os dias, às vezes achamos que o leitor está acompanhando tudo. Não está.

2 – O jornal precisa padronizar os nomes dos personagens envolvidos nesta história. Na edição de domingo, Francisco Danúbio Honorato é tratado como Danúbio na pág. A4; e como Honorato na arte da pág. A8. Jaisler Jabour de Alvarenga é tratado de Jabour; na arte da pág. A8, o seu Alvarenga sumiu.

Hoje, ele é tratado de Alvarenga (A4). Lourenço Romel Ponte Peixoto já apareceu de várias formas no jornal; na arte da pág. A8 passou a ser identificado como Lourenço Peixoto. Como são muitos personagens, é importante que sejam sempre identificados da mesma forma (e de preferência com o nome completo na primeira aparição).

3 – Não entendi a foto que ilustra a reportagem da pág. A4 (‘LUXO SUSPEITO Mansão em Brasília avaliada em R$ 1,7 milhão e pertencente a Lourenço Peixoto (…)’). Primeiro, porque o próprio Manual orienta para que se evite palavras imprecisas como mansão (vide pág. 80). Segundo, porque o tal Lourenço Peixoto não é personagem da reportagem (aliás, não é sequer citado). Terceiro, porque as notícias sobre os patrimônios dos envolvidos só têm cabimento se estiverem associadas às fraudes que realizaram. Caso contrário, fica parecendo moralista.

Pesquisa

A coluna ‘Mônica Bergamo’ faz referência a pesquisa eleitoral encomendada pelo PT que teria resultados parecidos com os do Datafolha (‘Vida dura’, Ilustrada E2). Que instituto foi contratado pelo PT para fazer a pesquisa?

Esta é uma informação necessária para se avaliar a confiabilidade da pesquisa. Quando foi feita? Sem esta informação fica incorreto dizer que tem resultados parecidos com os do Datafolha. Qual o universo pesquisado?

Foi registrada? A Folha vai começar a publicar resultados de pesquisas sem origem?

Horóscopo

Leitor virginiano ligou para apontar erro no horóscopo de hoje: embora o signo seja de 23 de agosto a 22 de setembro, o texto faz prognósticos para os nascidos entre 2 e 7 de julho. > Acho que é o caso de Erramos.

Habitação

A Folha deu mal na sua Edição Nacional de hoje a entrevista em que o relator especial da ONU para questões de direito à moradia diz que são ‘legítimas’ as invasões de áreas públicas e privadas não utilizadas quando os governos não respondem às reivindicações.



28/05/2004

O crescimento do PIB no primeiro trimestre deste ano é o assunto dominante. A maioria dos jornais que consultei preferiu evitar o percentual no título: ‘Exportação e agropecuária puxam economia ameaçada pela inflação’ (‘JB’), ‘Economia volta a crescer e famílias consomem mais’ (‘O Globo’), ‘Ainda não é o espetáculo…Mas já é um crescimento’ (‘Correio Braziliense’), ‘PIB em alta confirma sinais de aquecimento econômico em 2004’ (‘Zero Hora’). Neste bloco, a manchete mais confiante é a do ‘Valor’: ‘PIB surpreende e indica solidez da recuperação’.

Folha, ‘Estado’ e ‘Gazeta Mercantil’ optaram por destacar o índice de crescimento, com opções diversas: ‘Estado’ e ‘Gazeta’ preferiram comparar o crescimento do primeiro trimestre deste ano com o mesmo período do ano passado, 2,7%. A Folha usou o índice que compara com o último trimestre de 2003, 1,6%.

Embora possa parecer que o jornal, ranzinza, tenha optado, mais uma vez, pelo dado menos expressivo, desta vez acho que agiu corretamente ao utilizar a comparação com o último trimestre de 2003. Foi o que recomendou o próprio presidente do IBGE, Eduardo Nunes (Dinheiro, pág. B1).

PIB 1

Achei muito boa a cobertura da Folha. Lá estão todos os números que dão base para as análises otimistas, a edição não briga com o resultado positivo (‘Sinais de alívio’ é o selo das páginas) e traz várias análises e entrevistas, inclusive de gente do governo, com ponderações e cautelas realísticas. As repercussões estão bem balanceadas, achei.

PIB 2

Não entendi porque foram editadas separadas as notícias sobre o PIB dos países emergentes (pág. B2) e o PIB dos EUA (pág. B8). Não fazia mais sentido este material estar junto ou próximo?

Doença misteriosa

Fiquei em dúvida se a secretaria de Saúde do DF está agindo bem neste caso (tomando todas as providências necessárias, inclusive divulgando os sintomas, riscos e tratamentos) ou se ela está escondendo informações da população com medo do pânico. Esta dúvida me veio ao ler, no parágrafo final (‘Doença misteriosa mata mais um no DF’, Cotidiano pág. C1 na Ed. Nacional e C5 na Ed. SP), que o secretário não quis informar as doenças que estão no foco das pesquisas da secretaria. Se há problema de esclarecimento da população, é grave.

Justiça do Rio

Há um caso importante no Rio, que vem sendo coberto regularmente pelos jornais locais, que acho que merece uma atenção da Folha: foi descoberto em abril um grande esquema de fraude na distribuição dos processos no Tribunal de Justiça do Estado.

O relatório divulgado ontem pelo próprio Tribunal de Justiça mostra que já foram identificados onze casos de distribuição irregular de processos, que envolvem vários desembargadores, funcionários do TJ e advogados.

Calcula-se que os casos fraudados envolvem interesses da ordem de R$ 10 bilhões. Entre possíveis beneficiados estão várias teles, processos ligados a disputas do caso Opportunity e recursos de empresas de ônibus. É raro encontrar tantas evidências em relação à Justiça.

E o urânio para a China?

Destaque da Folha na quarta-feira, a venda de urânio para a China saiu do noticiário do jornal ontem e hoje. O ‘Estado’ traz hoje um bom bastidor sobre o assunto (pág. A11) em que fica claro que foi tudo meio improvisado. Segundo o texto, um integrante do governo teria dito que foi um erro falar em urânio durante a visita. É um bastidor que falta na Folha, assim como faltam mais bastidores e análises da viagem (que dominou quase toda a semana) e de seus verdadeiros resultados. Baixada a euforia, o que ficou?

E o Haiti?

Outro assunto que a Folha começou bem e parece que agora deixou de lado é o envio de tropas brasileiras para o Haiti. O ‘Estado’ tem hoje reportagem com os que embarcam amanhã e tem também um texto sobre os recursos de inteligência militar que a missão vai dispor no Haiti.

‘NYT’

Achei que fomos mal ontem na cobertura do mea-culpa do ‘New York Times’. A nova admissão de erros graves por parte do jornal de maior prestígio dos EUA deveria ter sido mais explorada. O jornal continua seu processo de purgação e vem fazendo isso com aparente transparência em meio à crise de credibilidade que afeta a mídia em geral. Além disso, o jornal esteve recentemente na berlinda entre nós exatamente por causa de uma reportagem considerada mal feita.

Este é um assunto e um debate que interessa a todos, creio, e o jornal deveria tentar recuperá-lo.

Crime

Não vi na Folha a notícia de que foi assassinado terça-feira em Campinas João Herbert, órfão brasileiro adotado por americanos e deportado dos EUA para o Brasil por tráfico de drogas. Acho que a deportação dele foi um caso badalado anos atrás.



26/05/2004

‘Estado’, ‘Globo’ e ‘Gazeta Mercantil’ destacaram como manchete a negociação de um acordo nuclear entre o Brasil e a China. A Folha achou mais importante os indicadores de abril de renda e desemprego: ‘Renda volta a cair; desemprego é recorde’. ‘Valor’ destaca mudança no controle da Companhia Siderúrgica de Tubarão.

‘Estado’, ‘Globo’ e ‘Valor’ não dão tanta bola, como a Folha, para o indicador de renda e emprego do IBGE. O ‘Estado’ destaca primeiro ‘Sinais de recuperação no consumo interno’ e, abaixo, ‘Mais admissões. Mas desemprego bate recorde’. O ‘Globo’ joga os indicadores negativos para a parte de baixo da capa (‘Renda volta a cair e frustra os analistas’), assim como o jornal econômico (‘Renda volta a recuar em abril e taxa de desemprego é recorde’).

Fico com a sensação de que a Folha, mais uma vez, superdimensionou um indicador mensal.

Acordo nuclear 1

Folha e ‘Estado’ têm as melhores coberturas sobre as negociações que teriam se iniciado entre Brasil e China para cooperação nuclear.

A Folha foi bem na repercussão e análise colhidas nos Estados Unidos e junto à AIEA. O que foi falho em outras ocasiões, desta vez foi o destaque diferenciador.

O ‘Estado’ destinou mais espaço para a repercussão das negociações. E tem informações que faltam na Folha: a surpresa explicitada por militares e autoridades federais da área nuclear em relação ao anúncio, a repercussão na Argentina e a análise sobre o poderio militar nuclear dos chineses.

‘Estado’ e ‘Globo’ noticiam a visita do presidente do Paraguai a Taiwan. A política paraguaia de reconhecimento da ilha pode ser um empecilho para o acordo Mercosul-China, segundo os jornais.

Acordo nuclear 2

O ex-ministro Roberto Amaral dizia hoje de manhã na CBN que as conversas com a China tinham começado com uma visita que ele fez a Pequim no ano passado. A forma como foi divulgado ontem e as surpresas nos gabinetes de Brasília parecem indicar o contrário, que está sendo tudo meio improvisado, sem conversas prévias entre os dois lados. A conferir.

Acordo nuclear 3

Há uma passagem na reportagem principal da Folha na Edição Nacional (caiu na Edição SP, mas tem registro parecido na página A4 do ‘Estado’) que mostra falta de informação do nosso ministro e confirma a idéia do improviso. Está na página A4, no penúltimo parágrafo de ‘Brasil negocia acordo para a venda de urânio à China’: ‘Segundo Campos, na reunião com o governo chinês, lhe foi garantido que o país é signatário do TNP (Tratado de Não Proliferação Nuclear), condição indispensável do Brasil para iniciar as negociações’. Como ‘lhe foi garantido’? O ministro da área foi para uma negociação desta natureza sem saber de todos os tratados que a China assinou ou deixou de assinar? Seria hilário, não fosse tão sério.

Operação Vampiro 1

Vejo um dado bastante positivo na principal reportagem de hoje (‘104 servidores são investigados por desvios’, Brasil A6): o texto já não cita o valor de R$ 2 bilhões repetido pelo Ministério da Saúde, pela PF ou pelo MP para estimar os prejuízos causados aos cofres públicos pelas várias quadrilhas que atuavam dentro do ministério. Os jornais vêm publicando este número desde a semana passada sem questionar como foi calculado. A reportagem de hoje começa a dissecar vários casos e a relacionar valores reais. O jornal começa a caminhar para fazer seu próprio cálculo e confrontá-lo com as informações oficiais.

Luís Nassif diz na sua coluna de hoje que a estimativa de R$ 2 bilhões é ‘fantasiosa’ e sugere alguns caminhos para um cálculo.

No caso do desvio de recursos destinados ao Instituto Nacional de Traumato-Ortopedia do Rio, a reportagem deveria ter tentado uma informação mais precisa. Dizer que ali pode ter tido um desvio de ‘até’ R$ 100 milhões significa que o desvio pode ter sido de apenas 1 real.

Operação Vampiro 2

O ‘Estado’ tem noticiado os desdobramentos eleitorais das investigações na Saúde. Ontem, José Serra estranhava o estouro do escândalo neste momento.

Hoje, Ciro Gomes acusa Serra de omissão durante o período em que foi ministro. E o PSDB já respondeu, chamando Ciro de desequilibrado.

Salário mínimo

O Painel informa que o PT conseguiu enquadrar quase toda a esquerda da bancada que era contra o salário de R$ 260 e dá o problema como equacionado. Não é a impressão que fica depois de ler a reportagem da Folha (‘Esquerda do PT diz não votar mínimo de R$ 260’, pág. A8 da Edição SP).

Desemprego

Acho que o título da capa de Dinheiro da Edição SP — ‘Vagas crescem, mas desemprego é recorde’– dá mais conta do fenômeno do que o título da Edição Nacional – ‘Desemprego atinge 13,1% e bate recorde’

Os textos de hoje deveriam ter feito alguma referência ao dado mais forte e recente sobre o assunto, que foi o resultado da pesquisa Caged publicada quarta-feira passada. Para o leitor comum é difícil entender como numa semana o ‘emprego formal’ tem crescimento recorde e na semana seguinte o desemprego bate recorde. Sei que tem diferenças de metodologia, que são períodos diferentes. Mas, o que fica são estes títulos de recordes diários.

Brasil

São muito boas as fotos da primeira página do jornal e da capa de Cotidiano com os jovens que vão disputar o vestibular da UnB na cota de negros. Diz mais sobre a dificuldade de se definir critérios de cor do que qualquer reportagem.

Gharib

Não vi na Folha a condenação do ex-deputado estadual a 20 anos de prisão. O ‘Estado’ deu bem.

Resposta da Redação

Recebi ontem, via Secretaria de Redação, resposta do editor de Cotidiano, Nilson de Oliveira, e da repórter Sílvia Corrêa à Crítica do dia 13 de maio sobre as mortes no zôo de São Paulo.

‘Cotidiano não comprou nenhuma teoria sobre as mortes verificadas no Zoológico de São Paulo. A reportagem de 23 de abril e a publicada ontem afirmam que a reação aos controles implantados pela atual direção do zôo é a HIPÓTESE mais provável para a motivação das mortes, segundo a polícia e as apostas da instituição.

O texto publicado no mês passado (até agora o mais elucidativo já visto na imprensa brasileira sobre este caso tão misterioso) narra que controles foram esses e como o zôo funcionava (ou não funcionava) antes deles –o que, aliás, até agora ninguém contestou. Antes disso, o leitor da Folha ou de qualquer outro jornal não tinha claro o provável processo que detonou o ‘bichocídio’.

A reportagem não tem nada de inconsistente e nunca pretendeu dizer (e não disse) que tinha certeza da autoria da matança.

Independentemente de quem matou os animais, tudo o que está escrito na edição de 23 de abril aconteceu. E a polícia acredita que esse processo motivou os crimes. É isso o que consta das páginas de Cotidiano.

O fato de o laudo não esclarecer a rota do veneno nada tem a ver com a reportagem sobre os controles no zôo. Aliás, o laudo pericial –nem este nem nenhum– nunca indicaria autores, como faz crer a crítica do ombudsman.

Seria uma prova das circunstâncias do envenenamento. Como não existirá resultado conclusivo, como esclarece o texto publicado ontem, exigirá da polícia uma ginástica para mostrar como se deu o ataque. A forma, não o autor. Só isso.’

Aviso e Erramos

Amanhã, agora sim, não haverá a crítica diária por conta de reunião com a Direção de Redação e do almoço dos Editores, em São Paulo.



25/05/2004

A Folha destaca como manchete o impasse na Opep e a alta contínua do preço do petróleo. A viagem à de Lula à China é a manchete do ‘Estado’ e do ‘Valor’. ‘O Globo’ também destaca a China, mas tem como principal assunto a comprovação de fraudes no Tribunal de Justiça do Rio.

China 1

As coberturas estão muito centradas em negócios, nas possibilidades de intercâmbio econômico entre os dois países. A Folha fez bem ao enfatizar a questão dos direitos humanos (‘Lula evita criticar China sobre direitos humanos’).

O ‘Estado’ tem, além da cobertura factual, três bons investimentos para os seus leitores: um levantamento da repercussão da viagem em jornais de língua inglesa (nunca uma viagem de um líder brasileiro recebeu tanta atenção, segundo o correspondente em Washington); uma análise bem interessante sobre as relações da China com o Brasil e da China com os Estados Unidos feita por sinólogo americano; e a íntegra do comunicado conjunto Brasil-China.

China 2

Os principais jornais têm números diferentes sobre os acordos firmados entre o Brasil e a China e sobre o valor dos negócios fechados entre empresas dos dois países.

Operação Vampiro

Já sumiu do jornal a informação de que o empresário Lourenço Romel Pontes Peixoto é vice-presidente de um jornal, o ‘Jornal de Brasília’.

Edição Nacional

A Folha fechou sua Edição Nacional às 20h30 e não traz o discurso em que Bush tenta convencer que tem um plano para a crise do Iraque. O ‘Estado’ fechou sua edição às 21h40 com o discurso.

Enigmada pág. B3 de Dinheiro: ‘McQuade pediu demissão – ‘Número dois’ do BofA deixa cargo em junho’. É para iniciados.

Menor Infrator

Recebi de uma jornalista algumas observações sobre o chapéu ‘Menor infrator’ que identifica a reportagem de capa de Cotidiano (‘Febem tem média de três fugitivos por dia’):

‘A Folha ainda usam o termo menor infrator e, principalmente, MENOR, sozinho, como sinônimo de jovem infrator. (…) A palavra MENOR é abominada, porque carrega uma carga de preconceito, anterior ao Estatuto da Criança e do Adolescente. Todos os jovens são menores (de idade), mas geralmente só se usa o termo menor quando o jovem é pobre e supostamente criminoso (mesmo quando não é). Pode ser apenas uma questão politicamente correta, mas acho que funciona do ponto de vista psicológico na hora de se ler criticamente uma matéria’.

O ‘Manual da Redação’ está de acordo com estas observações e orienta no sentido de se evitar o termo ‘menor’ como sinônimo de criança ou adolescente. O texto do repórter está correto.

Foto da barbárie

‘Carrinho de mercado retira corpo de favela’, chamada na capa da Edição Nacional, pedia uma foto. É o tipo de notícia em que a imagem é insubstituível. O Rio já tinha assistido aos PMs descerem com corpos em carrinho de mão na Rocinha. Agora, um pai tem de descer seu filho morto em carrinho de supermercado porque a PM não sobe o morro. É demais. A foto interna da Edição Nacional (Cotidiano, C3) é muito chocante e concordo que não poderia estar na primeira página. Aliás, nem em Cotidiano. Mas ‘O Globo’ tinha outras opções igualmente fortes e sem a mesma crueza, como a que ele próprio editou e a que está na nossa Edição SP.

Dicionário

Li com a maior atenção a capa da Ilustrada, ‘Amigos da onça’, sobre o Orkut. Não entendi uma palavra: lesação. ‘Os brasileiros estão usando o Orkut como clubinho de fofocas e lesação (…)’. O que quer dizer?’