Friday, 19 de April de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1284

Marcelo Beraba

’27/09/2004

Faltando uma semana para a eleição municipal, a manchete da Folha de DOMINGO é a pesquisa Datafolha: ‘Marta e Serra empatam na reta final’. O ‘Globo’ também trata de eleição, mas do bate-boca instaurado no Rio: ‘Lula diz que ação eleitoral de Garotinho no Rio é ilegal’.

O ‘Estado’ tem manchete econômica: ‘indústrias brecam novos investimentos’. O grande investimento dominical do concorrente é um caderno especial (‘Dossiê Estado – Alerta São Paulo’) sobre a pobreza em SP, com indicadores levantados e analisados pelo Iets (Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade).

As revistas:

‘Veja’: ‘O avanço da elite no campo – Quem são e como vivem os brasileiros da fatia do país à prova de crise’;

‘IstoÉ’: ‘Greves – Ninguém quer esperar o bolo crescer’;

‘Época’: ‘Na casa da mamãe’ – Cada vez mais filhos trintões e quarentões vivem com os pais’.

As manchetes de hoje:

Folha: ‘IBGE mostra quais serviços subiram acima da inflação’ (pesquisa encomendada pelo jornal);

‘Estado’: ‘Governo quer classificação melhor para investimentos’;

‘Globo’: ‘PMDB desautoriza ameaça de Garotinho a adversários’.

DOMINGO

Editorial

O editorial ‘Islã e terror’ praticamente copia os parágrafos 1º, 2º, 3º, 4º, 14º e 15º da reportagem ‘Radicalismo islâmico domina terror global’, editada na pág. A18 de ‘Mundo’. Não se pode falar em plágio porque é o jornal copiando o próprio jornal. Uma coisa é um editorial fazer uma reflexão sobre uma reportagem e usar informações ali contidas. Outra, é copiar trechos inteiros da reportagem, como neste caso. O editorial se preocupa apenas em buscar um ou outro sinônimo, nada mais.

Para quem se interessa pelo assunto e lê os dois textos fica a impressão de preguiça e de falta de reflexão.

Cony

O botequim do Rio que os parentes e amigos do Cony querem conhecer quando visitam a cidade deve ser o Jobi, e não Job, como ficou grafado na sua coluna de ontem ‘Domingo de primavera’ (A2).

Eleição

Achei descabida a entrevista em que o ‘amigo há mais de 50 anos de Fernando Henrique Cardoso’ José Arthur Giannotti declara seu voto a José Serra e conclama o eleitorado a votar contra Marta Suplicy. A entrevista é impertinente a começar pelo título, ‘Se PT perde, democracia ganha, diz filósofo’, que procura dar à declaração de voto às vésperas da eleição um caráter de reflexão filosófica ou política.

A entrevista só faria sentido jornalístico se fosse editada junto com declarações de votos para os outros candidatos feitas por intelectuais igualmente célebres e engajados, como o Giannotti. Tal como saiu, sem um ‘outro lado’ do PT ou do governo petista, sem uma entrevista com um intelectual que trouxesse um ponto-de-vista diferente, sem qualquer contraditório, acabou sendo apenas uma peça publicitária da campanha do Serra. E reforça o ambiente de chantagem eleitoral que tomou conta do país.

A mesma Folha, que criticou com razão o discurso de Marta Suplicy quando ela tentou chantagear o eleitorado ameaçando com o caos político no caso da vitória de José Serra, deveria ter refletido antes de publicar esta entrevista sem contraponto. O tom é igualmente apocalíptico e chantagista.

Mesmo que fosse um artigo, exigiria, a meu ver, nesta altura da campanha, a edição conjunta de um outro artigo com uma leitura distinta do momento político.

Considero um erro da Folha.

‘Eleições 2004’

O jornal informa, na página Especial 11, que o ex-governador Anthony Garotinho ‘não quis comentar’ as críticas feitas pelo ministro Tarso Genro em nome do presidente Lula (‘No Rio, Tarso critica ameaça de Garotinho’). O ‘Globo’, que deu manchete para o assunto (‘Lula diz que ação eleitoral de Garotinho no Rio é ilegal’), conseguiu ouvir o ex-governador: ‘Garotinho respondeu que Lula não tem credibilidade para cobrar porque discrimina o Estado do Rio’.

Paraolimpíada

Título para inglês ver na página D7 de ‘Esporte’ de ontem: ‘EUA apostam em sprint contra vexame’.

O uso de palavra estrangeira, no caso, é desnecessário e torna o texto incompreensível para alguns leitores, e pedante para outros. O termo ‘sprint’ não consta da lista de estrangeirismo do ‘Manual’ (pág. 335).

SEGUNDA

Mercosul

A Folha informa, na pág. A10 de ‘Mundo’, que ‘Mercosul envia nova proposta a europeus’ e que ‘bloco espera oferta da EU (União Européia)’. ‘Valor’, no entanto, já antecipa que ‘Negociações UE-Mercosul enfrentam novo impasse’. O texto da Folha, da Redação, praticamente reproduz uma nota do Itamaraty; o do ‘Valor’, enviado de Genebra, é mais rico, analisa e contextualiza as negociações, e não se limita às informações oficiais do governo brasileiro.

‘Eleições 2004’

Está incorreto o título da capa do caderno especial, ‘Cabos de Marta usaram broches de Lula em inauguração’. Se fossem broches de Lula (ou seja, com a imagem dele ou algo parecido), seria apenas um material de propaganda do governo. O que o jornal quis apontar como grave, na verdade, foi o uso do broche da Presidência da República que garante trânsito livre nas cerimônias com a presença do presidente. Portanto, o título deveria se referir à Presidência e não a Lula.

Chamo a atenção da editoria para um detalhe. A reportagem da capa de hoje (‘Cabos de Marta usaram broches de Lula em inauguração’) é baseada na petição enviada pelo PSDB para a Justiça Eleitoral pedindo punições para Lula e Marta por conta da inauguração da extensão da Radial Leste no sábado retrasado, dia 18. Todas as informações que constam da petição e que provariam, além do discurso presidencial, o uso eleitoral da solenidade poderiam ter sido observados pelo jornal no dia da inauguração. Cabos eleitorais com broches da Presidência da República, operário da obra com capacete com propaganda do PT, equipe da Marta gravando, instalação de faixas e cartazes da campanha, chegada de peruas da campanha, isso tudo poderia ter sido observado pela cobertura e registrado no jornal. Não sei se provam crime, mas reforçam o seu uso eleitoral. A nossa reportagem se limitou a reproduzir o discurso do Lula (sem dúvida o aspecto mais importante do ato) e a registrar que a ‘platéia era formada basicamente por operários que trabalharam na obra e por militantes petistas’. Mas não olhou em volta.

A inauguração da extensão da Radial Leste foi no sábado, 18, e não no dia 19, como informa o primeiro parágrafo da reportagem principal da capa do caderno especial (‘Cabos de Marta usaram broches de Lula em inauguração’).

‘Estado’ e ‘Globo’ ainda investem hoje nas ameaças do casal Garotinho aos candidatos do PT a prefeituras fluminenses. Os ataques continuaram ontem. No ‘Estado’: ‘Não negociarei com prefeito do PT, diz Rosinha’. E no ‘Globo’: ‘Ameaças constrangedoras – Cúpula do PMDB critica casal Garotinho por prometer retaliação a adversários’.

A crítica interna é de responsabilidade do ombudsman Marcelo Beraba. Circula diariamente na Redação da Folha e na Empresa Folha da Manhã S/A

23/09/2004

Folha, ‘Globo’ e ‘Valor’ dão manchetes para a elevação da meta do superávit:

Folha: ‘Lula aumenta aperto para pagar juros’;

‘Globo’: ‘Aperto fiscal aumenta para conter juros e inflação’;

‘Valor’: ‘Governo eleva superávit primário a 4,5% do PIB’.

O ‘Estado’ evitou o tema, árido, e preferiu um assunto mais próximo dos leitores: ‘Servidores da Justiça desafiam tribunais e decidem manter greve’.

O acidente com o ônibus escolar no Rio Grande do Sul é a manchete dos jornais gaúchos e está nas capas dos principais jornais do país.

Colunista

Boa a estréia do novo colunista da Folha, Demétrio Magnoli, na página A2.

Censura interna

A principal notícia da campanha eleitoral nos jornais de hoje é a retirada, do site oficial do Planalto, dos trechos do discurso de Lula de sábado, em São Paulo, em que apóia a candidatura de Marta Suplicy.

Esta foi uma informação exclusiva que a Folha publicou ontem, na coluna ‘Brasília’ assinada por Fernando Rodrigues. A notícia, como foi possível se constatar desde ontem (vide a coluna ‘Toda Mídia’ de hoje, na pág. A6), teve grande repercussão. Por esta razão, é difícil entender por que o jornal não publicou a notícia (‘Planalto tira do ar frase de Lula pró-Marta’, pág. Especial 3) na primeira página.

‘Eleições 2004’

Ficou confusa a arte que ilustra a capa do jornal. O levantamento (‘PSDB lidera nos grandes centros do país’) informa que os tucanos lideram em 22 cidades e os petistas em 20. As informações do levantamento, no entanto, ficaram divididas, sem critério, entre dois quadros. As colunas relativas aos ‘candidatos em 1º lugar’, que estão no primeiro quadro (‘Como é hoje’), deveriam estar no segundo (‘Como deve ficar’). Como está, é difícil de entender.

Mas o levantamento é um diferencial do jornal de hoje.

Imagino que o texto da página Especial 7 da Edição SP (‘Aliança PT-PL está ameaçada, diz Genoíno’) quisesse informar, no seu último parágrafo, que a direção nacional do PL ‘não’ foi localizada para comentar o assunto.

A Folha informa, no noticiário sobre o dia de campanha da prefeita, que haveria um jantar ontem à noite na casa de Eleonora Mendes Caldeira e Ivo Rosset, e que Antonio Palocci (Fazenda) estaria presente.

O ‘Estado’ já traz, na sua última edição, o resultado do jantar: ‘Palocci pede a empresários ‘corrente pró-Marta’. Segundo o jornal, ‘ministro diz em jantar que vitória da prefeita seria ‘um presente’ para a cidade’.

Ilustrada

Se a intenção da reportagem de capa da Ilustrada (‘Central do Brasil’) era a de mostrar que o Festival do Rio ameaça tomar o lugar que já foi de Gramado e Brasília, a arte ‘Os caminhos dos filmes – do prêmio à tela’ deveria incluir também os desempenhos dos filmes premiados no Rio.

Faltou ainda, na minha opinião, um quadro com os filmes que concorrem no Festival do Rio.

A notícia de que Cat Stevens foi barrado nos EUA e mandado de volta para Londres está, nas duas edições do jornal, em ‘Mundo’ e na ‘Ilustrada’.

NY

Esta Crítica bobeou, mais uma vez.

Recebi da correspondente da Folha em NY, Luciana Coelho, via SR, a seguinte mensagem:

‘Em sua crítica à cobertura dos eventos ligados à Assembléia da ONU em Nova York (dia 21), o ombudsman disse ter sentido falta, na Folha, de matéria sobre o encontro entre Lula e Kirchner. A matéria saiu em Dinheiro (tendo como fonte o ministro Celso Amorim, que foi quem se pronunciou sobre o encontro)’.

Ela tem razão e o descuido não tem desculpas.

Mas não posso deixar de fazer um comentário sobre aquela página B5: é um erro o jornal editar a foto de Kirchner e Lula se cumprimentando em NY como ilustração de uma reportagem do Clóvis Rossi (‘Carros emperram oferta do Mercosul à EU’) e editar o relato do encontro dos dois presidentes distante da foto, no pé da página, que é cortada por um anúncio.

Aliás, este tipo de erro de edição não é raro no jornal. Hoje, por exemplo, em ‘Mundo’, na página A10, a foto da ‘iraquiana Huda Ammash’ está sob o título ‘Ceder é temerário, dizem analistas’, que não tem nada a ver com a personagem. Para saber de quem se trata, é necessário ler nove parágrafos da reportagem principal (‘Terror anuncia morte de reféns italianas’).

22/09/2004

A Folha dá destaque, na sua capa, para o aumento da taxa de juros para o consumidor, para as greves e para as relações internacionais. O ‘Estado’ tem cardápio semelhante e destaca o pacote de incentivos fiscais baixado ontem pelo governo de SP. Tem ainda o levantamento de obras com indícios de irregularidades feito pelo TCU. ‘Globo’ tem juros e ONU, mas dá maior destaque para investimentos no Rio, segundo levantamento do governo federal.

As manchetes:

Folha: ‘Consumidor paga maior taxa de juros desde abril’;

‘Estado’: ‘Lula diz na ONU que fracasso contra pobreza compromete a paz’;

‘Globo’: ‘Projetos de empresas para o Rio chegam a US$ 6,8 bi’;

‘Valor’: ‘SP reduz alíquota de ICMS e amplia a guerra fiscal’.

Brasil e EUA

A proposta brasileira que está nos jornais desde anteontem, e que tem recebido críticas dos EUA, é a do combate à pobreza. Por isso, o título ‘EUA dizem que proposta brasileira é ‘mistificação’ causa confusão. O título deveria ter explicitado que se trata da proposta sobre direitos intelectuais.

‘Painel do Leitor’

O jornal publica hoje seis cartas no ‘Painel do Leitor’ (A3). A rigor, apenas uma pode ser classificada como ‘colaboração’ de leitor. As outras, atendem ao direito de resposta (as quatro primeiras, todas imensas), e uma aponta um erro do jornal.

A questão não é nova: o jornal precisa encontrar espaço para manter a contribuição diária de leitores, sem prejuízo da edição de contestações a reportagens publicadas.

Guerra fiscal

A Folha apenas registrou o novo pacote do governo do Estado que reduz as alíquotas de ICMS de vários setores da economia. O texto (‘SP reduz o ICMS para estimular a produção’, pág. B6 de ‘Dinheiro’) explica o objetivo das medidas, mas não contextualiza o momento em que a decisão é tomada nem dá ênfase à guerra fiscal, como fazem ‘Estado’ e ‘Valor’.

A Folha anunciou sábado o pacote (‘Governador de SP nega prática de guerra fiscal’) dentro de um contexto de enfrentamento com os Estados do Centro-Oeste. Goiás anunciara na quinta medidas de retaliação econômica porque o governo paulista não aceita, desde junho, os benefícios fiscais concedidos por outros Estados. Este fator foi agora ignorado na pequena reportagem da Folha.

O caso merecia um tratamento melhor, e isto fica evidente na leitura do ‘Estado’, que já havia dado manchete ontem (‘Guerra fiscal já custou R$ 8 bi a SP’) e hoje mantém o destaque com três reportagens e uma avaliação feita com especialistas (pág. A7). Este também é o principal assunto do ‘Valor’.

O Rio Grande do Sul aprovou ontem, no Legislativo, um pacote de incentivos fiscais.

Aparentemente, a ‘guerra fiscal’, que parecia adormecida, está de volta, apesar da negativa do governador Alckmin registrada pela Folha.

‘Eleições 2004’

A abertura do texto ‘Eleição em Boa Vista só tem 1º turno’ (pág. Especial 2) parece release da campanha eleitoral de Tereza Jucá.

Reportagem no caderno especial informa que o ‘Planalto indica PTB para filiações pós-eleição’ e que três governadores já foram convidados para trocar seus atuais partidos pelo PTB. O ‘Painel’ informa, no entanto, que a revelação do acordo PT/PTB pela ‘Veja’ pode fazer o Planalto ‘eleger outra sigla-satélite para inflar’ (nota ‘Barbas de molho’).

‘Estado’

O concorrente está melhor que a Folha (em volume de informações e aprofundamento) nos assuntos que elegeu como prioridades:

– Lula na ONU (a Folha se distingue pela análise ‘Discurso não traz resultados’;

– ‘TCU aponta irregularidades graves em 70 obras’;

– Guerra fiscal;

– Viagem eleitoral de Lula a SP.

A Folha debate a greve dos servidores da Justiça (‘Polêmica’), mas não tem a informação de que o presidente do TJ anunciou ontem que demitirá os funcionários que não voltarem hoje ao trabalho.

Não vi na Folha o levantamento feito pelo governo de investimentos previstos para este ano. É a manchete do ‘Globo’ e está no ‘Estado’ (‘Governo espera investimentos de 56,5 bi’).

‘Mônica Bergamo’

A coluna traz nota (‘Ponto final’) com as mesmas informações que estão na pág. A6 de Brasil: ‘Supremo decide hoje se foro privilegiado será ampliado’.

21/09/2004

As manchetes de hoje:

Folha: ‘Presidente do STJ pede intervenção na greve da Justiça’;

‘Estado’: ‘Guerra fiscal já custou R$ 8 bi a SP’;

‘Globo’: ‘Gás vira monopólio do tráfico na Rocinha’;

‘Valor’: ‘Aço e plásticos iniciam nova rodada de reajuste de preços’.

‘Eleições 2004’

É uma lástima para o jornal, e para os seus leitores, que tenha percebido tarde os erros cometidos pela Controle da Concorrência no levantamento que fez das inserções publicitárias na TV (‘Propaganda oficial na TV cresce perto das eleições’). A cobertura crítica exige um rigor de controle ainda maior do que o praticado no noticiário normal. Ainda mais quando se trata de levantamento feito fora da Redação.

Não é verdade que o om|budsman esteja recomendando produzir reportagens ‘contra’ o governo do Estado, como escreve o secretário de Comunicação do Estado de São Paulo no Painel do Leitor (‘Publicidade estadual’). Tenho recomendado que o jornal faça uma cobertura equilibrada das eleições, e que tenha a mesma disposição de cobrir o governo estadual que tem demonstrado no acompanhamento da administração municipal.

É por esta razão que lastimo o erro grave de ontem: independentemente de o material ser contra ou a favor de qualquer um dos candidatos, havia nitidamente na edição uma preocupação de equilíbrio, exceto no título e na linha fina da capa do caderno especial, como apontei na crítica interna. Acho que o jornal deve continuar a buscar este equilíbrio, e não deve abrir mão da obrigação de avaliar o governo estadual.

Fez bem a Folha em publicar uma correção fora da seção ‘Erramos’ assumindo o erro e explicando o que ocorreu (‘Folha publicou dados errados de publicidade’, pág. Especial 5). É a segunda iniciativa recente que me recordo, e deveria ser uma norma a ser aplicada com mais freqüência. Acho que a Edição Nacional, que publicou ontem a reportagem errada com chamada na primeira página, deveria ter tido hoje uma chamada para o erro e a correção.

Segundo o ‘Globo’, Lula assim defendeu, em NY, o apoio que deu à Marta Suplicy, e que vem causando polêmica e fortes reações na oposição: ‘Eu pedi votos para a Marta porque só tenho uma candidata (em São Paulo). Ela é a única do meu partido’.

Também no ‘Globo’, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sempre comedido, defendeu a instalação de uma CPI para apurar se PT comprou apoio do PTB: ‘Não tenho dúvidas de que o caso requer uma CPI’, disse, em Cuiabá.

Diplomacia

Está mais completa, no ‘Estado’, a cobertura dos discursos e encontros de Lula em Nova York. O jornal noticia que ‘Bush diverge mas aplaude atuação externa do Brasil’ (repercussão das ações diplomáticas do Brasil colhida com fonte na Casa Branca) e relata o encontro de Lula com o presidente da Argentina (‘Diferenças com Kirchner continuam’).

Segundo o ‘Estado’ e o ‘Globo’, o ministro Patrus Ananias afirmou em NY, a propósito dos problemas que o programa Bolsa-Família enfrenta, que ‘fraude, corrupção e violência fazem parte da condição humana, infelizmente’. É uma boa frase, vinda de um ministro do PT, partido que sempre foi rigoroso no combate aos corruptos e fraudadores. Não vi na Folha.

Transporte

Não ficou claro para mim, ao ler a reportagem ‘Corredor Rebouças não libera vias paralelas’ (pág. C4 de ‘Cotidiano’ da Ed. SP), se o trânsito nas paralelas à Rebouças piorou (os ‘transtornos no trânsito persistem’, diz o texto principal, e inclui a rua Cardeal Arcoverde) ou melhorou, no caso da Cardeal (‘Fluxo de veículos melhora na rua Cardeal Arcoverde’). Como estão, os primeiro parágrafos do texto principal parecem indicar que tudo piorou no entorno.

Rocinha

É impressionante o relato que o ‘Globo’ faz da ação dos traficantes da Rocinha, que expulsaram um comerciante do morro e tomaram todas as suas propriedades, inclusive o comércio de gás. Foi a manchete do jornal (‘Gás vira monopólio do tráfico na Rocinha’) e da capa do caderno ‘Rio’ (Tráfico confisca bens na Rocinha’). Sugiro que o jornal dê atenção à história.’