Tuesday, 19 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1279

Mario Vitor Santos

‘A internet é um ambiente estranho, em que muitas vezes predominam formas de comunicação apressadas e muitas vezes rudes. Também por isso, os elogios são raros e, quando aparecem, merecem atenção. Agora, por exemplo, surgem mensagens de elogios ao Último Segundo (o serviço noticioso do iG) e os leitores apontam progressos no novo sistema de correio eletrônico, operado com uma plataforma tecnológica do Google.

Colocar no ar um portal, oferecer acesso à internet e um serviço eficiente de correio eletrônico é uma tarefa muito complicada, como os internautas sabem. Nos últimos meses, o iG tem sido criticado por falhas graves nessas áreas e este ombudsman tem procurado dar divulgação e cobrar providências a respeito. Mas há também uma parcela de leitores que precisa ser representada: é a dos que estão satisfeitos. Mesmo que reclamem de problemas em outras áreas, eles chamam a atenção para qualidades no serviço jornalístico do Último Segundo, especialmente seu estilo noticioso marcado pela concisão e rapidez. É o que se pode verificar nos depoimentos abaixo:

Último Segundo no Firefox

´Sou um usuário do Último Segundo em alguns dos sites que administro.

Considero, senão o único, com certeza o melhor serviço de notícias expressas para estar em um site. Porém há um problema em visualizar o recurso no browser Mozilla Firefox, ou qualquer outro da família Mozilla´

João G. Rolim

O problema são os anúncios

´Faço do IG meu portal de abertura da Internet (tanto em casa, quanto no trabalho). Um dos motivos é o imperdível Último Segundo: gosto do formato (compacto!) permite saber o que acontece. Antecipadamente agradeço o empenho de vocês.

Não reclamarei: pedirei apenas, se possível, que os anúncios tenham o necessário botãozinho para desativar (ou outro recurso de minimização).´

Jorge G Nascimento

Uma boa parceria

´Não sabia qual local era melhor para eu me expressar, escolhi o seu e-mail, pois acho que foi o sr. o responsável!

Só gostaria de dizer que o e-mail do iG finalmente está ótimo… maravilhoso… tenho conta no iG faz uns 8 anos, e sempre tinha algum probleminha (quase sempre problemão).

Mas gostaria de elogiar, seja quem for, pois a parceria com o gmail foi a melhor coisa que o iG poderia ter feito…

Parabéns…

Obrigado pela atenção´

Evandro

Parabéns então ao iG, ao Último Segundo e ao esforço de suas equipes

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Como conviver com a publicidade (29/11/2007)

Nos últimos dias, o New York Times e a Tribune Company anunciaram que começarão a inserir novos tipos de anúncios em suas páginas. O Times afirma em press-release que ´marcas d’água` do patrocinador começarão a ser impressas sobre a página que traz as cotações do mercado acionário no caderno de Negócios, acompanhadas por mensagens dos anunciantes no pé da página. O Chicago Tribune anunciou que fará o mesmo e passará a incorporar anúncios em degraus, em cascada e até estrelas espalhadas ao longo das páginas.

Jornalistas costumam não gostar desse tipo de anúncio, alegando que eles ajudam a borrar a linha que separa conteúdo editorial do publicitário. Sob o ponto de vista da publicidade há um sentido. Aumentar a atração do olhar para as mensagens publicitárias, que muitas vezes usam cores e formas mais atraentes do que os textos informativos. Na internet, esse recurso é cada vez mais usado, com o acréscimo de animação e às vezes até com interferência direta sobre os conteúdos que os leitores desejam ver. O iG, como outros veículos, tem usado essa publicidade, siga-se assim, mais interferente. O argumento de que esse tipo de anúncio confunde a necessária separação entre ´igreja` (anunciantes) e ´Estado` (mídia independente) não impressiona os leitores. Estes até já estão se adaptando aos anúncios que interferem. Pedem apenas meios para ´fechá-los` (quando eles pulam na página ou se plantam na frente das notícias). E nem sempre os botões para fechar estão disponíveis ou são facilmente localizáveis. Logo veremos alguns desses depoimentos e a resposta do iG para as queixas dos leitores.

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´O Último Segundo não faz campanha difamatória` (28/11/07)

Recebi a seguinte manifestação da editora-chefe do Último Segundo, Mariana Castro, a quem agradeço:

´Caro Mario

1) O Último Segundo publica cerca de mil e quinhentas notas por dia. A maior parte é conteúdo fornecido por agências como Reuters, Agência Estado e New York Times. O iG só compra e reproduz informações de agências com histórico de credibilidade (como é o caso da Agência Estado). Além disso, o iG também publica conteúdo oriundo de apuração própria junto a fontes primárias e secundárias. Os critérios de checagem descritos no manual do Último Segundo se referem ao conteúdo produzido pelo próprio iG. O material proveniente de agências de notícias é publicado da mesma forma que recebemos porque confiamos na qualidade das nossas agências. Nem poderia ser diferente dado o volume de conteúdo veiculado diariamente. Vamos deixar essa diferença clara no Manual.´

2) O Último Segundo não faz campanha difamatória. O Último Segundo não fez campanha difamatória na cobertura sobre a operação Kaspar 2. O iG simplesmente reproduziu o material fornecido pela Agência Estado, uma das principais e mais respeitadas agências de notícias do País. O iG sequer deu destaque à frase citada pelo ombudsman.

Abs´

Mariana

A esse respeito, gostaria de dizer o seguinte:

Seria um retrocesso jornalístico e ético se o iG modificasse seu Manual para adotar critérios menos rigorosos de verificação das informações que veicula. Ou que deixasse a responsabilidade pela audição dos diversos lados da notícia a cargo exclusivo do serviço fornecedor. Pois o leitor considera, com razão, que é do iG aquilo que ele lê ou vê no iG. Este, além de oferecer o serviço, faz questão de colocar sua marca em cada página. Segundo a lei, os veículos são responsáveis pelo que publicam.

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´De quem já viveu na própria carne` (27/11/07)

O texto abaixo tece comentários e faz recomendações sobre o caso das acusações a Luc Mark Depensaz. Em função de sua biografia, o autor foi forçado a tornar-se um especialista no tema.

´Prezado Mario Vitor,

Vi suas colunas sobre o linchamento do funcionário de banco suíço, reproduzido no Observatório da Imprensa. Por favor, perdoe o inglês, que você provavelmente lê com mais facilidade do que eu posso escrever em português.

A imprensa brasileira ama esconder-se atrás da polícia, e a Lei de Imprensa tem uma cláusula que sugere que a imprensa pode alegar que está apenas reportando a notícia se esta tem ´uma fonte oficial que pode ser identificada` ou coisa assim. Fontes oficiais são declaradas confiáveis por lei.

A liberdade de imprensa, é claro, está baseada na verdade óbvia de que fontes oficiais não são, na verdade, confiáveis. Se fossem, não precisaríamos de uma imprensa livre.

Há, entretanto, uma solução rápida e simples para o problema de Depensaz. Seu advogado pode usar um instrumento legal chamado ´Pedido de Esclarecimento´, requerendo que o jornal ´O Estado` identifique sua fonte.

Com isso, ´O Estado` pode identificá-lo, ou recusar-se a isso, e assumir toda a responsabilidade pela declaração que publicou. De qualquer maneira, Depensaz terá então alguém a quem responsabilizar.

Acho que ´O Estado` vai revelar sua fonte. Como muitas empresas jornalísticas brasileiras, ele sente que a liberdade de imprensa vale qualquer preço, desde que algum outro pague por isso, neste caso Luc Mark Depensaz. Se, de repente, parecer que ´O Estado` terá que pagar por seus erros em lugar da vítima, o preço da liberdade será bem mais detalhadamente examinado. Como se diz em português, no do outro é refresco.

Assinado: Richard Pedicini´

O norte-americano Richard Pedicini é formado em filosofia em Yale. Em 1994, foi falsamente acusado pela polícia e, logo em seguida, por meios de comunicação brasileiros, no caso Escola Base. Por isso, chegou a ser acusado, preso e indiciado, para, tempos depois, inocentado e libertado.

O que afirma Pedicini vale também para todos que reproduziram a suposta declaração da polícia atribuída ao suíço Depensaz. Inclusive o iG.’