Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Paulo Machado

‘A manchete ‘De 25 instituições de ensino superior com nota máxima em avaliação do MEC mais da metade é pública’, publicada dia 13 de janeiro, causou a ira do leitor Walson Júnio. Segundo ele o título é uma mentira, pois entre as dez primeiras, sete são privadas: ‘A agência Brasil deveria ser órgão de notícia e não de propaganda.’, comentou.

Continuando em sua mensagem Walson considerou que: ‘O Brasil é esse péssimo país no PISA [*] em função destas mentiras contadas por professores e reproduzidas por jornalistas. A escola pública no Brasil é péssima por falta de material humano e não por falta de dinheiro. Se a Agência Brasil quisesse informar ajudaria a pressionar, com fatos, os gestores para melhorar o ensino público.’

A Agência Brasil respondeu ao leitor: ‘A informação da repórter faz parte do estudo oficial dentro de uma visão ampla da pesquisa. O leitor utiliza um outro critério mais restritivo de acordo com seu ponto de vista. Não temos reparo a fazer à matéria por estar de acordo com as informações oficiais.

A matéria citada aponta as 25 melhores instituições de ensino superior do país – únicas a conseguir o conceito máximo do Ministério da Educação. Elas atingiram o IGC 5, em uma escala que varia de 1 a 5. A matéria compara que entre esse grupo, 14 instituições são públicas e 11 são privadas. Em nenhum momento utilizamos o recorte das 10 melhores porque seria incorreto excluir as outras 15 que também atingiram o IGC máximo. Não há erro de informação, já que utilizamos o critério das 25 com IGC máximo e o leitor cita o grupo das 10 primeiras – um recorte diferente. Colocando a lista completa das 25, por ordem de nota, damos a oportunidade ao leitor de conhecer quais são elas. A informação citada pelo leitor – de que entre as 10 primeiras a maioria é privada – está incluída no próprio ranking’.

Realmente, conforme esclarece a resposta da ABr, não há ‘mentira’ na manchete, como afirmou o leitor. Ao fazer o recorte da informação selecionando as 25 primeiras colocadas no ranking do MEC, a Agência foi fiel ao critério de divulgar o nome de todas aquelas instituições que receberam a nota máxima destacando se são públicas ou privadas.

A informação é completada com o infográfico ‘Dicas de como escolher um curso superior – não caia em furadas!’ que esclarece o leitor sobre os principais quesitos a considerar ao proceder a escolha de uma instituição de ensino superior.

Será que se a Agência Brasil agisse como pede o leitor, usando a informação para ‘pressionar, com fatos, os gestores para melhorar o ensino público’, ela não estaria tentando induzi-lo a uma determinada conclusão e aí sim, ela se tornaria órgão de propaganda e não de notícia?

Se o leitor não encontrou nas páginas da ABr uma discussão aprofundada sobre a qualidade do ensino, fica a sugestão. Ela precisa ser feita de maneira objetiva e transparente. O ranking apresentado pode ser um ponto de partida, bem como a divulgação de outros indicadores que por si só não explicam por que algumas escolas são bem classificadas e outras não.

Até a próxima semana.

(*) –O Programa Internacional de Avaliação de Alunos – PISA, é um programa internacional de avaliação comparada, cuja principal finalidade é produzir indicadores sobre a efetividade dos sistemas educacionais, avaliando o desempenho de alunos na faixa dos 15 anos, idade em que se pressupõe o término da escolaridade básica obrigatória na maioria dos países. Disponível em: http://www.inep.gov.br/internacional/pisa/’