Thursday, 28 de March de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1281

Paulo Verlaine

‘A volta do caderno cultural. Quem apresenta a sugestão é Albanisa Lúcia Dummar Pontes, diretora-executiva da Fundação Demócrito Rocha, com quem tive oportunidade e o prazer de trabalhar na Redação do O POVO, entre 1984 e 1985, mais ou menos.

Cadernos literários marcaram época na imprensa brasileira e na cearense, no O POVO inclusive.

Um dos mais recentes, editado no final dos anos 70 e início dos anos 80 pelo saudoso e brilhante jornalista Rogaciano Leite Filho, revelou talentos e lançou – e organizou – movimentos e tendências literárias.

Ainda mais próximo, na metade e final dos anos 90, tivemos o caderno Sábado, editado pelo jornalista – e hoje escritor de sucesso – Lira Neto, autor de O Inimigo do Rei: Uma Biografia de José de Alencar, Castello: A Marcha para a Ditadura e Maysa: Só Numa Multidão de Amores. Provocou também debates nos meios literários e agitou a intelectualidade cearense.

Aos domingos, o Vida & Arte vem suprindo essa lacuna, elegendo, todas as semanas, um tema, geralmente de interesse cultural, que é debatido em quase todas as páginas do caderno.

Há gente que discorda do formato utilizado pelo Vida & Arte aos domingos. Quando alguém não gosta – ou não tem interesse – pelo assunto em questão, simplesmente deixa de ler todo o caderno. A queixa tem certo sentido, embora a qualidade dos trabalhos apresentados tenha sido muito boa ao longo dos últimos anos. Grandes temas foram abordados com muita competência, tanto pelos jornalistas da casa quanto pelos colaboradores convidados.

A SUGESTÃO

Com a polêmica travada em torno da entrevista concedida pelo ator e diretor teatral Antonio Abujamra, o assunto veio à tona graças à sugestão de Albanisa Dummar.

Ela argumenta: ‘O leitor, queiramos ou não, dá a medida certa (ou a medida do suportável, no caso da entrevista do Abujamra), do explícito e o não explícito, cabível nas linhas do jornal. Isto se torna mais evidente se levarmos em consideração o feedback mediato do leitor, proporcionado pela tecnologia e linha de acesso direta ao ombudsman.

Diante disso, rendi-me ao julgo da maioria dos nossos leitores. Se cabe ao corpo editorial renovar (e em que medida) esse leitorado, é outro assunto que deve estar na pauta da Redação, sem esquecermos que é papel de um bom jornal contemplar os vários perfis de leitores, através de cadernos voltados para os diversos públicos.

São poucos os jornais – e O POVO poderia ser um deles -, a preservar um caderno especial para um público mais curioso, inquieto e, porque não dizer, intelectualizado; assim como são poucos os veículos que têm um ombudsman, como é o caso do O POVO.

A viabilização de um caderno literário poderia ser um belo desafio para O POVO, no qual matérias como a do Abujamra sairiam sem muito alarde. Afinal, em todos os tempos e mais ainda em tempos de crise, uma leitura arejada e verdadeira serve de antídoto e ajuda a amenizar as nossas angústias do cotidiano …’

– Fica a sugestão de Albanisa Dummar Pontes e acredito que será tema de análise pela Redação..

PORTAL

Informa a editora de Convergência do O POVO, jornalista Marília Rocha, que, desde o último dia 26, quarta-feira, ‘passamos a exibir uma chamada na capa (na caixa azul de destaques) para os textos de Opinião. Quando o internauta clica na chamada tem o Editorial e logo abaixo dele links para cada um dos artigos que estão publicados em HTML (aquele formato que permite copiar o texto) e com a possibilidade de a pessoa comentar o artigo. Então, nosso público volta a ter acesso aos artigos em html e logo na capa do portal, além de poder navegar pelo web reader’.

‘JOVIAL, SORRIDENTE, FELIZ, CARISMÁTICO…’

Leitor que pediu anonimato reclama dos elogios feitos pelo jornalista Jorge Henrique Cartaxo ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no artigo ‘Os recados da homenagem’ (People, 23/11, página 5).

Eis o trecho criticado pelo leitor: ‘A primeira emanação se faz sentir quando Fernando Henrique, acompanhado do senador Tasso Jereissati, entra na sala VIP do Centro de Convenções (de Brasília). Jovial, sorridente, feliz e carismático, ele chama a atenção dos presentes, sobretudo das mulheres. Elegante, procura cumprimentar a todos e mesmo no tumulto que se forma em sua volta, se esforça para que o cumprimento não seja frio e apenas formal. Troca algumas palavras, empresta alguma graça, conta uma história’.

– Menos, Jorge Cartaxo. Menos, muito menos. O leitor indaga se FHC receberia o mesmo tratamento carinhoso se se aventurasse a passear na Praça do Ferreira, em Fortaleza, em um final de tarde. Duvido muito.

INDUSTRIAL

Do gerente industrial do O POVO, Kleber Brasil Soares Júnior, recebi os seguintes esclarecimentos, que agora publico, porque as duas últimas colunas trataram quase de dois únicos assuntos:

‘Lendo sua coluna hoje pela manhã (9/11), vi que você responsabiliza o Industrial, em parte, pela qualidade das manchetes trazidas pelo jornal. Posso lhe garantir que o Industrial apenas administra os horários. Se a Redação tiver necessidade de encerrar o jornal duas da manhã, ela encerra. Não tenho conhecimento, até hoje, que O POVO tenha tomado um ‘furo’ por causa do Industrial’.

– Do ombudsman: o que fiz foi cobrar postura mais independente da Redação com relação aos prazos de fechamento do jornal. Se a Redação tem esse poder manifestado por Kleber, que o exerça de imediato.’