Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

25 anos da morte de Herzog

A notícia chegou às redações no sábado, 25 de outubro de 1975. Deu tempo de entrar na edição de domingo. Nos dias seguintes, o assassinato de Vladimir Herzog numa cela do Doi-Codi, em São Paulo, ganhou as primeiras páginas dos jornais do Brasil e do mundo.

A tentativa de caracterizar a morte do jornalista da TV Cultura como suicídio acabou desmoralizando o aparelho repressor. Não acabou com as torturas nem com as execuções sumárias, mas apressou o fim da linha dura. E revelou um jornalismo combativo e viril.

Cinco depois, iniciou-se uma razzia nas principais redações brasileiras que condenaria ao ostracismo uma geração de jornalistas sazonados e responsáveis e, em seu lugar, sob o pretexto de renovação, colocaria uma chusma de jovens inexperientes e adoidados.

Foi uma dupla tragédia: enlutou uma família, seus amigos, companheiros e prenunciou uma transformação no jornalismo brasileiro. Os resultados estão ai.

O quarto de século da morte de Herzog não mereceu grandes reparos. As associações profissionais poderiam ter aproveitado o aniversário para lembrar certas passagens hoje esquecidas. Aparentemente foi reavivado o velho sectarismo. As manifestações na mídia foram mínimas. Salvo uma reportagem do Jornal da Record (24/10) apresentado por Boris Casoy.

Ainda há tempo para retomar o assunto. Ainda há questões a esclarecer. O jornalista Claudio Marques, que então escrevia no Shopping News (São Paulo), teria muito a contar sobre a maneira com que obteve o "furo", antecipando em duas semanas a prisão de Herzog nas dependências da rua Tutóia.

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