Saturday, 23 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Monitor 3.0, três perguntas necessárias

O Monitor de Mídia completou seis anos de existência em agosto passado. Durante todo o mês, nossa equipe mergulhou em longas reuniões para revisar o projeto e reestruturar o site. Três perguntas orientaram os trabalhos nessas semanas:

1. Por que o Monitor deve mudar?

2. Onde o Monitor deve mudar?

3. Mudar como?

As respostas às questões já podem ser conferidas neste novo Monitor de Mídia, um projeto que entra na sua terceira geração, mais maduro e disposto a ocupar um outro papel na configuração midiática catarinense.

Siga de perto as modificações.

Por que o Monitor deve mudar?

Diversas condições provocaram a revisão do projeto. Sentimos que era necessário redimensionar a iniciativa porque o mercado jornalístico local se modificou nos últimos anos, não apenas com o avanço hegemônico do Grupo RBS no ramo de jornais, mas também com o surgimento de novos títulos, empresas e nichos de exploração.

A equipe do Monitor de Mídia verificou ainda a quase ausência de atores de mídia-educação no contexto catarinense, fator que nos impulsiona nessa direção, dadas a natureza e a função do projeto. Percebemos ainda a necessidade de tornar o Monitor de Mídia mais propositivo, prestador de serviços e didático.

Outro aspecto que incentiva as modificações é o fortalecimento da Rede Nacional de Observatórios de Imprensa, Renoi, criada em 2005. O reposicionamento do Monitor de Mídia auxilia na consolidação de um elo importante da rede.

Após seis anos de acompanhamento da imprensa, o projeto redefine seu foco de atuação, reforça sua vocação e amplia suas preocupações com a inovação e a difusão de uma cultura de consumo crítico da mídia.

Onde o Monitor deve mudar?

O mercado jornalístico catarinense mudou. O cenário de nossa observação também. Por isso, não vamos restringir nossa análise aos três maiores jornais do estado. A partir de agora, todos os meios locais de comunicação nos interessam.

Nosso olhar também se modificou. Deslizes e erros da mídia serão apontados, mas iremos salientar também as boas práticas jornalísticas. Não basta mais fazer análise e crítica da mídia. Vamos propor soluções às questões que afligem a mídia; vamos sugerir pautas e formas de abordagem de temas. Em todas as edições, traremos também uma reportagem, não apenas para exercitar o jornalismo, mas também para permitir a contracrítica. A equipe do Monitor entende que a crítica de mídia se complementa com o exercício prático do jornalismo e a formulação de recomendações concretas.

O Monitor de Mídia vai afinar o seu olhar analítico, concentrando-se em temas específicos por edição.

A equipe do Monitor vai produzir mais conteúdos em áudio e vídeo, e materiais que auxiliem na educação para a mídia, como livros e cartilhas de orientação. Todos esses conteúdos estarão disponíveis no site.

A partir de setembro de 2007, o Monitor de Mídia passa a ser uma revista mensal multimídia. Para isso, houve ajustes na distribuição dos conteúdos do site, e alterações na página de entrada. Esses acertos visaram modernizar o desenho da entrada no site, possibilitar maior visualização das novidades da edição e melhorar a navegabilidade.

Em termos operacionais, o Monitor alterou sua rotina produtiva e fez nova divisão de tarefas entre os membros da equipe.

Mudar como?

O Monitor de Mídia apóia seu trabalho em referências técnicas e políticas. Em termos técnicos, analisamos a mídia com base em critérios do próprio jornalismo, como clareza, correção e precisão, equilíbrio, novidade, atualidade, singularidade, contextualização e regionalização (leia mais sobre isso).

Em termos políticos, o Monitor de Mídia adota como referências o Código de Ética do Jornalista Brasileiro, a Declaração Universal dos Direitos do Homem e a Declaração do Milênio, ambos surgidos no âmbito da ONU.

A Declaração do Milênio é um documento que aponta os valores essenciais para as relações internacionais no século 21, e metas para a transformação social mundial para o mesmo período. Os Oito Objetivos do Milênio são:

** Acabar com a fome e a miséria

** Educação de qualidade para todos

** Igualdade entre sexos e valorização da mulher

** Reduzir a mortalidade infantil

** Melhorar a saúde das gestantes

** Combater a Aids, a malária e outras doenças

** Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente

** Todo mundo trabalhando pelo desenvolvimento

O Brasil também assinou a Declaração do Milênio, e a equipe do Monitor de Mídia entende que as metas expressas podem servir de balizas para o acompanhamento da mídia catarinense.

Os Objetivos do Milênio (ODM) são referências para um trabalho de sensibilização da mídia com relação às questões sociais, às pautas sociais. Para o Monitor, os ODM não precisam aparecer na mídia, mas os temas relacionados a eles, sim. A idéia é que a crítica permanente motive os meios de comunicação a priorizarem o aspecto social em suas coberturas e abordagens.

O Monitor de Mídia entende que não é legítimo esperar e exigir que a mídia se paute pelos ODM. Os ODM são prioridades da ONU e dos países que assinaram a Declaração do Milênio. No entanto, os meios de comunicação têm função social, pois produzem conteúdos de utilidade pública, com clara influência na agenda coletiva. Não podemos esperar que a mídia se paute pelos ODM, mas que assuntos relacionados a eles sejam cobertos. O que os pesquisadores do Monitor de Mídia esperam é que o noticiário seja mais social e que – de alguma forma – reflita os ODM.

Tomando como base os ODM, elegemos seis eixos para orientar a busca de pautas e abordagens. Não são editorias, mas eixos norteadores do trabalho do Monitor de Mídia. Com base neles, serão feitas reportagens e definidas as temáticas de pesquisa e análise dos diagnósticos de cada edição da revista mensal multimídia.

Os eixos norteadores são:

** Economia, Trabalho e Renda

** Infância e Educação

** Gênero e Etnia

** Saúde e Meio Ambiente

** Diversidade Cultural

** Tecnologia e Inclusão

Como se pode perceber, esta nova fase do Monitor de Mídia não é resultado de uma mera reforma estética. Pelo contrário. As modificações de layout no site foram as menores. Profundas foram as alterações nas bases que sustentam o próprio projeto. Mudanças fundamentais para a continuidade de um trabalho consistente na análise e crítica dos meios de comunicação.

Leia aqui o Monitor de Mídia.

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