Leia abaixo a seleção de quarta-feira para a seção Entre Aspas.
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Folha de S. Paulo
Quarta-feira, 12 de março de 2008
TELEVISÃO
Jornalista acusa Silvio Santos de plágio
‘O jornalista Alberto Luchetti está acusando Silvio Santos de plagiar no ‘Aqui Agora’ projeto por ele apresentado em 2005, a pedido do dono do SBT, que na época queria contratá-lo como diretor de jornalismo _as negociações não deram certo.
Os advogados de Luchetti enviarão hoje ao SBT uma notificação extrajudicial. O próximo passo será uma ação judicial por plágio, pedindo indenização por perdas e danos.
Luchetti _que já dirigiu o ‘Domingão do Faustão’ e hoje comanda o site AllTV_ diz que o cenário em 180º e a platéia de estudantes no ‘Aqui Agora’ são cópia de seu projeto.
Há pouco mais de três anos, o jornalista contratou um arquiteto, Eduardo Menke, para elaborar o projeto de cenário de um ‘Jornal Show’ (nome de telejornal que ele sugeriu). Reproduções, que mostram que o cenário do ‘Aqui Agora’ é de fato muito parecido com o que foi proposto em 2005, serão anexadas ao processo na Justiça.
‘No meu projeto de jornalismo está escrito: telejornal com platéia de 30 lugares, a serem ocupados por estudantes de comunicação, e cenário em 180º. O ‘Aqui Agora’ é exatamente isso’, diz Luchetti. ‘Entreguei o projeto pessoalmente na casa de Silvio Santos, em 14 de fevereiro de 2005’, conta.
O SBT informou, via assessoria, que ‘desconhece qualquer tipo de ação do gênero, porque não foi notificado. Portanto, não tem como se pronunciar’.
PRESENTE Considerado pela Globo o 15º participante do ‘BBB 8’, o ‘big fone’ deverá fazer uma boa ação no sábado, 22: colocará um jogador na final do programa, dia 25. Antes, nesta sexta, 14, o telefone solicitará a um participante que adiante seu voto para o próximo paredão.
SILENCIOSO Estreou domingo de manhã no SBT o ‘Vrum’, programa sobre carros produzido pela TV Alterosa (MG) e apresentado pela jornalista Mônica Veloso. Deu 3,8 pontos no Ibope, 0,6 a mais do que programa de pesca marcava antes no horário.
APOSTA A Record convidou PaulaToller para compor o júri de ‘Ídolos’ (que ainda não é 100% dela). O problema é a agenda de shows da cantora.
QUENTE Desenho animado que estreou sábado nos EUA, ‘The Spectacular Spider-Man’ já foi comprado pela Globo. Ainda não há previsão de estréia.
CACHOEIRA Por causa de uma cirurgia nas cordas vocais, Ronnie Von se afastará durante duas semanas do ‘Todo Seu’, que apresenta na TV Gazeta. Nesse período, será substituído cada dia por um ‘amigo’ diferente. João Marcelo Bôscoli, Miele, Jerry Adriani, Kiko (KLB) e Serginho Leite já confirmaram.
GREVE Adriane Galisteu não apresentou o ‘Charme’ na madrugada de ontem no SBT. Na segunda à tarde teve uma reunião com Silvio Santos. Mas voltaria ao programa na madrugada de hoje.’
BIOGRAFIAS
Paradoxos
‘RIO DE JANEIRO – Um dos argumentos usados pelo cantor Roberto Carlos para proibir sua biografia por Paulo Cesar de Araújo é o de que só a pessoa tem direito a escrever sobre sua própria vida. E que ele, Roberto Carlos, estaria escrevendo (ou pensando em escrever) esse livro.
Significa que, no reino do compositor de ‘Rei da Brotolândia’ e ‘A Festa do Bolinha’, estão banidas as biografias e só valem as autobiografias. Com isso, James Boswell, Heitor Lyra, Richard Ellmann e outros que fizeram da biografia uma arte, que se evaporem das prateleiras.
A idéia de que só a pessoa pode escrever sobre sua própria vida leva a pensar que esta pessoa vive numa ilha deserta ou no lado escuro da Lua -porque terá de encher 300 ou 400 páginas falando apenas de si mesma. Roberto Carlos, numa suposta autobiografia, não poderia contar suas peripécias com Erasmo Carlos e Vanderléa, já que, segundo ele, só Erasmo e Vanderléa teriam direito de escrever sobre si próprios. Donde -e salve o paradoxo!- as autobiografias seriam também impossíveis.
Por outro lado, se ‘a pessoa tem direito de escrever sobre sua própria vida’, e esta envolve a vida dos outros, conclui-se que a ressalva acima não pode valer, já que nem Robinson Crusoé vivia sozinho em sua ilha. Donde Roberto Carlos não poderá reclamar da autobiografia da ex-modelo Maria Stella Splendore, em breve nas bancas, em que ela conta um suposto romance que teria tido com o ‘Rei’ durante seu casamento com o costureiro Denner (ela seria a ‘Namoradinha de um Amigo Meu’) e do qual, suspeita Maria Stella, pode ter resultado sua filha Leopoldina.
O bonito na história é que Leopoldina, hoje perto dos 40, estaria prestes a ser avó. O que, a se confirmar a suspeita da autora, tornaria o ‘Rei’ da Jovem Guarda bisavô.’
TODA MÍDIA
2010 e o câmbio
‘Lula, o ministro da Fazenda, o presidente do Banco Central, mais Aloizio Mercadante, Luiz Gonzaga Belluzzo e Delfim Netto fizeram ‘interessante e complexo debate’ na quinta-feira, no palácio, relatou Claudia Safatle no ‘Valor’ de sexta. A conversa focou a balança e o real valorizado. Também ‘o risco de, se nada for feito, o presidente chegar a 2010, ano de campanha, com o Brasil [de novo com] vulnerabilidade externa’.
Ontem, manchete no mesmo ‘Valor’, ‘Governo prepara medidas para deter alta do real’. Entre elas, ‘acabar com a cobertura cambial sobre as exportações’ e ‘retirar o incentivo a investidores estrangeiros para aplicar em títulos da dívida interna’. Ao longo do dia, manchete on-line por todo lado, o ‘pacote’ de intervenção era previsto para hoje, nas apostas.
POR ENQUANTO
Mas o noticiado ‘pacote cambial’, disse Guido Mantega aos telejornais etc., ‘é, por enquanto, especulação’. A expressão ‘por enquanto’ ganhou título na Reuters Brasil.
As medidas dependeriam tão-somente da aprovação do Conselho Monetário Nacional, que realiza reunião hoje.
LIBERALIZAÇÃO
Ontem mesmo já ecoava, em despacho da agência Dow Jones no site do ‘Wall Street Journal’ e outros financeiros, que o ‘Brasil estuda uma liberalização de regras de câmbio que permitiria aos exportadores manter mais de seus dólares fora do país’. Foi tudo o que adiantou Guido Mantega.
O ELDORADO
A Reuters despachou desde Houston, no Texas, que o campo de ‘Tupi é visto como um tesouro pelas empresas de serviço de petróleo’ -como as americanas Halliburton e Transocean, ‘que têm a especialidade necessária para explorar a reserva extremamente complexa’. Um analista texano avaliou entre US$ 100 bilhões e US$ 200 bilhões o investimento a ser feito -e pago- para desenvolver Tupi.
No ‘WSJ’, por outro lado, o colunista de investimentos Brett Arends sugeriu ‘Uma maneira de jogar no petróleo’ a mais de US$ 100: a Petrobras. ‘A razão: o vasto campo de Tupi que a empresa está explorando na costa do país.’
US$ 110 E ALÉM
Na home do ‘Financial Times’, ontem, ‘Petróleo perto de romper US$ 110’. O motivo, diz o jornal financeiro, foram ‘sinais de que a demanda na China prossegue robusta’.
EXXON FICA
E a Exxon anunciou pelas agências, desde Buenos Aires, depois de meses de especulação sobre ofertas até da Petrobras, que não vende os seus investimentos na Argentina.
‘CLINTON LINK’
Duas semanas atrás, o ‘New York Times’ deu que os ‘Esforços de Hillary em etanol se sobrepõem a interesses de seu marido’ -a saber, projetos seus beneficiaram a Yucaipa, que tem Bill Clinton de consultor e que investe na Brenco, de Henri Philippe Reichstul, ex-Petrobras.
E ontem um longo despacho da AP, desde São Paulo, noticiou a denúncia de trabalho ‘degradante’ na Brenco. No título, ‘Ligação de Clinton com investigação de etanol no Brasil’. Era o destaque na busca de notícias via Google e Yahoo News, mais reprodução pelos sites de ‘NYT’, ‘Washington Post’, até Huffington Post, o site democrata.
ENTRE A GUERRA E A PAZ
Sob o título ‘O homem entre a guerra e a paz’, a nova edição da ‘Esquire’ perfilou longamente o almirante William Fallon (dir.), chefe do Comando Central dos EUA, apontando sua resistência ao confronto com o Irã. Dizia que, se ele viesse a cair, ‘poderia significar que o presidente pretende agir contra o Irã até o fim do ano’.
E ontem, citando a ‘Esquire’ como motivo, Fallon deixou o posto. ‘Aposentou-se cedo’, no dizer do ‘NYT’, em notícia que tomou o lugar até do escândalo sexual em Nova York em parte da cobertura. Do site Talking Points Memo ao da ‘Foreign Policy’, espalhou-se a sombra de uma nova guerra, antes da eleição.’
CENSURA
China bane estrela do cinema da mídia
‘A 150 dias das Olimpíadas, uma onda repressiva e censória assola a China. Uma das proibições mais bizarras atinge a atriz Tang Wei, 28, estrela do filme ‘Lust, Caution’ (desejo, cuidado), ganhador do último Leão de Ouro do Festival de Veneza. Ela foi banida de toda a mídia da China. Propagandas estreladas pela atriz tiveram de ser retiradas do ar, sua participação em programas de TV foi cancelada e produtores de cinema não devem escalá-la para elencos tão cedo.
De acordo com a imprensa chinesa, o governo assim decidiu por conta da performance sexualmente desinibida de Tang na obra dirigida por Ang Lee, o mesmo de ‘O Segredo de Brokeback Mountain’.
Um memorando interno da Administração Estatal de Rádio, Filmes e Televisão foi enviado para todos os canais de TV e rádio e para jornais da China no final de semana. A ordem também pedia que um comercial da atriz de um creme para a pele fosse retirado do ar imediatamente. O contrato de Tang com o creme Pond’s é avaliado em US$ 843 mil. Nem Tang nem a censura estatal comentaram a decisão.
Tang foi confirmada na sexta-feira como apresentadora do chamado ‘Oscar da Ásia’ para os melhores filmes do continente, premiação que acontece na segunda-feira, em Hong Kong. Os organizadores ainda não sabem se a lei também vale para a região autônoma, ex-colônia britânica.
‘Lust, Caution’ causou muita sensação na China; é o primeiro filme da atriz e já como protagonista. Quase oito minutos de cenas picantes foram cortadas pela censura chinesa.
No final do ano, era comum pacotes turísticos promoverem um fim de semana em Hong Kong com uma sessão do filme incluída. Chineses viajavam para poder ver as cenas mais fortes da atriz com o ator Tony Leung, um dos maiores astros do país, visto em filmes como ‘Amor à Flor da Pele’.
Além do sexo, ‘Lust, Caution’ causou polêmica por razões políticas. O thriller trata da jovem ativista de um grupo de resistência, vivida por Tang, que se aproxima de um colaboracionista do governo japonês, que então ocupava a China. A sedução da moça é filmada de forma quase explícita, mas as cenas ficaram de fora na versão para o mercado chinês.
Há dois meses, outro filme foi perseguido pelo regime. Os produtores de ‘Lost in Beijing’ foram proibidos de produzir cinema nos próximos dois anos. O filme foi retirado dos cinemas e seu lançamento em DVD foi proibido -ainda que faça muito sucesso em lojinhas de DVDs piratas de Pequim.
Ontem, fóruns na internet que discutiam o veto à atriz eram deletados. Na sexta-feira, o governo lançou uma ordem para televisões e produtoras de cinema renovando a proibição de qualquer conteúdo ‘pornográfico e lascivo’ ou cenas com ‘atos promíscuos, estupro, prostituição, ato sexual, órgãos sexuais e ou perversão’.’
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Documento expõe abusos do Estado
‘Os casos de repressão e censura têm se multiplicado na China. Organizações de direitos humanos acusam o governo de assustar a oposição e tentar passar uma imagem de sociedade harmoniosa ao mundo – à força. Relatório divulgado ontem pela organização China Human Rights Defenders acusa o governo de intimidar e prender ativistas que buscam levar questões de desrespeito aos direitos humanos a autoridades nacionais.
No fim de semana foi liberado o advogado Teng Biao, 34, que passou 48 horas incomunicável após ser abduzido por quatro homens, que colocaram um saco em sua cabeça e o levaram em um carro sem placa, segundo sua esposa.
Só depois se soube que ele foi preso pela polícia, mas sem nenhuma acusação específica divulgada. Às agências internacionais Teng afirmou que havia sido levado pela polícia, que estava bem, mas que não era ‘conveniente dar mais detalhes’.
O advogado tem vários outros dissidentes como clientes. Entre eles está o ativista Hu Jia, 34, conhecido por defender a autonomia do Tibete e os direitos humanos, preso desde dezembro por ‘incitação à subversão’. Vários sites críticos ao governo têm sido bloqueados na internet. Os últimos pertencem a organizações não-governamentais que defendem pacientes com Aids e Hepatite B e que acusam o governo de descaso quanto às doenças. Cerca de 20 sites foram retirados do ar na semana passada.
‘O governo chinês tem intensificado a repressão contra qualquer tipo de oposição às vésperas dos Jogos Olímpicos’, disse à Folha Phelim Kine, pesquisador para a Ásia da ONG Human Rights Watch. ‘Estão desesperados por silenciar qualquer sinal de discordância e passar uma imagem ao mundo de sociedade harmoniosa, mesmo usando a intimidação.’
A crescente censura não se limita a conteúdos políticos oposicionistas. Na sexta-feira, o governo proibiu imagens sexuais na televisão e no cinema, após já ter suspendido a exibição de filmes de terror e de suspense.’
DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
Pfizer quer forçar periódico a divulgar dado confidencial
‘DO ‘INDEPENDENT’ – Uma multinacional farmacêutica está tentando forçar uma revista médica a revelar informes confidenciais feitos por pareceristas anônimos do periódico. O caso pode solapar uma das bases do processo científico.
A Pfizer, fabricante do Viagra, está tentando por meio de uma petição judicial forçar o ‘New England Journal of Medicine’ (‘NEJM’) a divulgar os nomes e comentários dos revisores anônimos que julgaram uma dúzia de estudos sobre antiinflamatórios fabricados pela empresa. A identidade dos revisores e seus pareceres são mantidos em segredo para que eles possam expressar suas opiniões livremente.
Um tribunal dos EUA deve decidir nesta semana se a empresa pode forçar o ‘NEJM’ a divulgar as informações. Alguns cientistas dizem que isso afetaria o sistema da revisão por pares, que a ciência usa para avaliar o mérito de uma pesquisa antes da sua publicação.
A Pfizer, sediada em Nova York, está sendo processada por danos supostamente causados pelas drogas Celebrex e Bextra. Ambos são antiinflamatórios e pertencem à classe dos inibidores de Cox-2 -a mesma do Vioxx, que foi tirado do mercado em 2004 por temor de que tivesse causado milhares de ataques cardíacos e derrames. O Celebrex ainda está à venda.
Interesse público
A Pfizer está procurando informações adicionais que possam apoiar sua defesa. ‘Revistas científicas como o ‘NEJM’ podem ter recebido manuscritos que contêm dados que tiram a culpa do Celebrex e do Bextra, o que seria relevante para a defesa da causa da Pfizer’, afirma a empresa em sua petição.
Mas Donald Kennedy, editor da revista ‘Science’, disse que isso equivale a abrir a temporada de caça. ‘Se essa moção for bem-sucedida, que revista não vai virar alvo de ataques do tipo?’ -escreveu, em um editorial.
Segundo Kennedy, o que está em jogo neste caso é o interesse público em um sistema justo de avaliação e publicação de trabalhos científicos. A moção da Pfizer afirma que o público não tem interesse em proteger o processo editorial de uma publicação científica.’
CRISE
Alta do real faz produtora de papel de jornal cancelar investimento
‘A valorização do real ajuda o governo a segurar a inflação, e as empresas, a importar bens de capital, as máquinas e equipamentos usados na produção, por preços menores. Porém a moeda excessivamente fortalecida tem efeito negativo maior do que apenas prejudicar exportações, dizem os especialistas.
Na semana passada, a Norske Scog Pisa, única produtora de papel de jornal presente no país, anunciou a suspensão de investimentos na duplicação de sua fábrica. Um dos motivos foi que a valorização excessiva do real inviabilizou o projeto, orçado e planejado em dólares.
‘Assim que o projeto apresentar rentabilidade adequada, voltaremos a apresentá-lo ao conselho’, diz Antonio Dias Junior, responsável pelas operações da Norske Scog Pisa. ‘Mas, com o atual cenário, a expansão tornou-se inviável.’
Planejado com o dólar a R$ 2,25, o projeto custaria US$ 210 milhões e permitiria à empresa dobrar sua capacidade. Hoje, ele sairia por US$ 380 milhões. Depois de gastar US$ 80 milhões na obra e em máquinas no ano passado, tudo foi suspenso.
‘Além da desvalorização [do dólar], o custo da obra subiu muito pela inflação de serviços e matérias-primas, com o aquecimento da economia’, diz. ‘Também enfrentamos dificuldades em resolver questões de ICMS.’
O custo da valorização excessiva da moeda, no entanto, teve maior impacto. ‘O bem de capital mais barato é apenas um entre os custos de uma obra’, diz Júlio Sérgio Gomes de Almeida, consultor do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial). ‘Gastos com construção, equipamentos e mão-de-obra têm seus custos em dólar ampliados com a valorização.’
Além disso, diz ele, o câmbio barateia os bens de capital importados, mas prejudica os produtores nacionais.’
TELES
Exigências do Opportunity atrasam venda da BrT
‘As negociações para a compra da Brasil Telecom pela Oi (ex-Telemar) esbarraram em novas exigências do empresário Daniel Dantas, do grupo Opportunity, ex-gestor da BrT, que tem disputas judiciais com os acionistas controladores da empresa: Citigroup e fundos de pensão ligados a estatais.
Segundo a Folha apurou, o Opportunity quer indenização de US$ 100 milhões, do Citi, para compensar suposta perda de mercado que teria sofrido, com o desgaste de sua imagem.
Além da indenização, Dantas estaria exigindo que o Citibank seja distribuidor, para o mercado financeiro brasileiro, dos fundos de investimentos administrados pelo Opportunity.
Procurada, a direção do Opportunity disse que não comentaria sobre o pedido de indenização de US$ 100 milhões. Alegou que negociações para a venda da BrT à Oi são sigilosas. Mas negou ter pleiteado que o Citi distribua seus produtos.
Um executivo envolvido na negociação informou que o endurecimento do jogo, por parte de Daniel Dantas, era esperado, e que já existe um cansaço pela demora no entendimento. Não há previsão de por quanto tempo mais a queda de braço com o Opportunity pode se arrastar.
Os grupos Andrade Gutierrez e Jereissati só admitem a compra da Brasil Telecom pela Telemar Participações com as pendências judiciais com o Opportunity solucionadas. A avaliação, entre os executivos, é a de que Dantas não tem pressa em chegar ao acordo.
A demora na negociação, segundo executivos, paralisa as teles envolvidas, principalmente a Brasil Telecom, que tinha planos de pulverizar seu capital -nos moldes do modelo adotado pela Perdigão- e suspendeu o projeto em dezembro, quando se intensificaram as tratativas para a venda da BrT para a Oi.
O ministro das Comunicações, Hélio Costa, chegou anunciar, em janeiro, que os acionistas tinham chegado a entendimento. Segundo as partes envolvidas, há consenso em relação à reestruturação societária dentro da Telemar, que dará o controle da empresa aos grupos Jereissati e Andrade Gutierrez, mas, sem solução dos litígios na esfera da Brasil Telecom, não haverá negócio.
A Brasil Telecom move duas ações para ressarcimento de gastos (cerca de R$ 600 milhões) pelo Opportunity, que foi afastado da gestão da tele em 2005. As ações foram impetradas em 2006, por determinação do Conselho de Administração da BrT, e estão em curso. Para a diretoria da BrT, só o Conselho de Administração tem poder para determinar a retirada das ações judiciais, para um acordo com Dantas. O conselho tem reunião marcada para este mês, mas o assunto não está na pauta de discussão.
O Opportunity é acusado, nas ações, de ter usado recursos da tele para compra de bens e serviços em seu proveito, e não da BrT, como a compra de três aviões (US$ 66 milhões), pagamento de funcionários (R$ 3,5 milhões) e até a reforma e decoração (R$ 3,9 milhões) do escritório do Opportunity em São Paulo. O banco contesta as acusações.
Outro foco de discussão são os recursos da venda do controle da Telemig Celular para a Vivo, por R$ 1,2 bilhão. O Citi e a BrT têm ações judiciais, em Nova York, em que pleiteiam uma parte do dinheiro.
Segundo informações do mercado, Citi e Opportunity teriam chegado a acordo para que o dinheiro da venda da Telemig vá para uma conta fiduciária, à espera de decisão final da Justiça dos EUA. O acordo seria anterior ao pedido de indenização de R$ 100 milhões.’
CINEMA
‘Watchmen’ nas telas promete ser decalque do gibi
‘Após 18 anos de tentativas, após a compra por quatro estúdios (Fox, Universal, Paramount e agora Warner Bros.), após o envolvimento de cinco diretores e após ser reescrita por três roteiristas, a maior HQ de todos os tempos finalmente tem data para chegar às telas dos EUA: 6 de março de 2009.
As filmagens terminaram no mês passado e, enquanto esses 358 dias se arrastam, o diretor Zack Snyder (o mesmo de ‘300’) vai acalmando os fãs.
Em suas entrevistas ou por meio das imagens já liberadas, pode-se ver que ‘Watchmen’, o filme, será um decalque do gibi.
Na semana passada, Snyder soltou novo lote de fotos com os personagens. Trazem pequenas mudanças, como as armaduras de Ozymandias e Coruja Noturna ou a bota longa de Espectral. O Comediante e Rorschach estão idênticos.
Falta ainda exibir o Doutor Manhattan, interpretado por Billy Crudup (o guitarrista de ‘Quase Famosos’). Para viver o personagem azul e superpoderoso, o ator usou máscara e luvas com pontos de luz, para guiar o trabalho posterior de efeitos especiais.
Terrorismo, não
Não é só no visual que Zack Snyder segue passo a passo a série de Alan Moore, publicada em 1986 e 1987. A história de ‘heróis’ demasiadamente humanos se passa em 1985 e foca na Guerra Fria, na iminente ameaça nuclear, traz ecos do Vietnã (guerra vencida pelos EUA com a ajuda do Doutor Manhattan) e exibe um Richard Nixon ainda presidente.
Os diversos roteiristas do projeto tentaram atualizar tudo isso aos novos tempos. Snyder foi radicalmente contra: nada de terrorismo, aquecimento global ou Iraque. ‘Abandonamos essa abordagem e voltamos a 1985’, disse.
Esse respeito ao texto original não foi suficiente para que Alan Moore desse um voto de confiança ao diretor. Moore já destruiu todos os filmes baseados em suas HQs, como ‘V de Vingança’ e ‘A Liga Extraordinária’.
Enquanto o desenhista Dave Gibbons visitou o set em dezembro do ano passado -e está ‘sorrindo até agora’-, Moore mandou um documento assinado para os produtores de ‘Watchmen’.
Ele escreveu: ‘Eu, abaixo-assinado, por meio desta dou permissão para excluir meu nome dos créditos do filme e dar todo o dinheiro a que tenho direito para Dave Gibbons’. Isso é que o legítimo humor inglês…’
CONSCIÊNCIA AMBIENTAL
Indústria de alta tecnologia debate economia de energia
‘A constatação é da própria indústria: o setor de tecnologia é responsável por 2% das emissões de CO2 (dióxido de carbono) na atmosfera, algo equivalente ao que é emitido pelo setor de aviação. A discussão sobre como reduzir esses índices foi um dos focos da Cebit 2008.
Na sessão de abertura do evento, o executivo-chefe da Microsoft, Steve Ballmer, afirmou que ‘os softwares vão tornar nossas casas e edifícios mais inteligentes, para que possamos utilizar apenas a energia de que precisamos para iluminar, aquecer e resfriar’.
As medidas propostas não vão muito além da diminuição do consumo de energia em computadores e laptops. Essa é a principal bandeira da Climate Savers Computing Initiative, associação fundada no ano passado por empresas como Google, Microsoft e IBM.
A idéia é reduzir o consumo de energia por computadores e servidores em 50% até 2010. O método é um tanto mercadológico, já que o grupo quer estimular as pessoas a comprarem computadores que sejam mais eficientes energeticamente e, de preferência, de fabricantes que integrem o grupo.
Atualmente, os computadores mais eficientes aproveitam 80% da energia elétrica que utilizam -o resto se dissipa em forma de calor, por exemplo.
O conselho da associação é olhar as especificações do produto e verificar qual é o índice de aproveitamento.
Em geral, produtos com essas características custam mais caro. Na conta da Climate Savers, o valor é de dez euros a 30 euros maior (cerca de R$ 25 a R$ 77). ‘Para o consumidor residencial pode não ser tanta diferença, mas, se você pensa em uma grande empresa comprando vários computadores, a diferença ainda é grande e precisa ser reduzida’, afirma Magnus Piotrowski, diretor para tecnologias de eletricidade da Lenovo, que faz parte da associação.’
INTERNET
Projeto de lei anti-spam regula apenas anúncios
‘O projeto de lei que proíbe o envio de spams (e-mails não solicitados), aprovado na semana passada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, deverá estimular o bom uso de propaganda pela internet, mas não reduzir o número de mensagens indesejadas, dizem especialistas consultados pela Folha.
‘Uma lei anti-spam visa combater quem manda mensagens do Brasil. É impossível punir pessoas de outros países’, afirma Henrique Faulhaber, conselheiro do CGI.br (Comitê Gestor da Internet). Ele diz que a lei não vai diminuir o spam que rouba senha, mas vai induzir o bom uso da propaganda.
Segundo Eduardo Tarajo, presidente do conselho executivo da Abranet (Associação Brasileira de Provedores de Internet), 80% dos spams vêm de outros países. ‘Estamos falando de uma rede que é global e de uma lei que vale somente para o Brasil.’ Ele diz que os provedores de acesso conseguem filtrar 85% dos spams.
Já Renato Opice Blum, presidente do Conselho Superior de Tecnologia da Informação da Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo), afirma: ‘Como não poderá haver a divulgação e a venda dos bancos de dados [sem autorização], pois as multas podem chegar a R$ 1.000, teremos a moralização do envio de mensagens não consentidas’.
Todos citaram um problema que as leis não abrangem: as botnets, redes que controlam PCs de inocentes e os utilizam para enviar vírus e spams. O projeto precisa ser aprovado pelas comissões de educação e de tecnologia antes de seguir para análise da Câmara.’
Daniela Arrais
Asterpix permite inserir notas e colocar links em vídeos on-line
‘A internet inteligente, aquela que fornece informações contextualizadas ao usuário, dá mais um passo com o Asterpix (www.asterpix.com), ferramenta de publicação de vídeos que permite a inclusão de notas e links nas imagens.
A tecnologia, chamada de hipervídeo, funciona assim: você assiste a uma propaganda sobre o Macintosh, por exemplo, e observa homens marchando. Sob eles, aparece um retângulo pontilhado (ou círculos, legendas, depende do que você escolher). Quando você clica, descobre que se trata de uma alusão ao filme ‘Metropolis’, de Fritz Lang.
O hipervídeo permite incluir notas e links nas imagens, tornando-os clicáveis e fazendo com que o usuário obtenha mais informações sobre os objetos marcados -também é possível navegar diretamente para cenas específicas, sem ter que assistir ao clipe inteiro.
As notas e links no filme são feitos por criadores de conteúdo. Para se tornar um, basta fazer um cadastro simples.
Em seguida, você escolhe um vídeo, clica em Go to your own version (faça sua própria versão) e em Notes -aí você consegue colocar notas, escolher o tempo que elas ficarão na tela e, também, selecionar o comando Embed da versão para colocá-lo no seu blog.
Com o Asterpix Pro, que é pago, é possível incluir vídeos de autoria própria.
Desenvolvido pela New Enterprise Associates, o Asterpix conta com cerca de 17 mil vídeos em seu acervo e tenta se popularizar desenvolvendo ferramentas para redes sociais, como o Facebook.’
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Cineasta brasileira reúne filmes de bolso na internet
‘A cineasta Juliana Mundim já deu três voltas ao mundo. Passou por destinos tradicionais, como Nova York e Argentina, mas também se aventurou por Laos, Vietnã e Camboja.
Em todas as viagens, leva na mala itens de primeira necessidade, como roupas, comida e uma câmera Mini DV semi-profissional, com a qual produz material para o Pocket Films for Travelers (pocket filmsfortravelers.com), ou filmes de bolso para viajantes.
O projeto, que teve início em 1999, reúne mais de 30 horas de vídeos, 20 mil fotos, desenhos, textos e músicas -e conta histórias simples, como a de uma menina japonesa que dança ao som da música do grupo local Hoahio; ou, então, a de uma mulher no aeroporto de Hong Kong que, em um misto de vergonha e ansiedade, se esconde à espera de uma pessoa querida.
A idéia para o Pocket Films surgiu da vontade da cineasta de registrar impressões sobre lugares variados, contando histórias de maneira rápida e subjetiva. ‘Queria mostrar estrangeiros. Um africano em Nova York, um americano no Brasil, um norueguês na Austrália… Hoje em dia, o projeto mostra mais o olhar estrangeiro, que é o meu próprio’, diz Juliana.
Para ela, a semelhança que a internet guarda com o mundo, por ser aberta e permitir vários caminhos (lembrando em quase nada uma sala de cinema), foi a motivação para a criação do projeto.
‘As pessoas que navegam no site fazem seu próprio caminho, constroem seu filme em seus próprios tempos’, afirma a cineasta, que também planeja transformar o material em livro e longa-metragem (leia mais em www.folha.com.br/circuitointegrado).’
Tatiana Resende
Venda on-line movimenta R$ 6,3 bi em 2007
‘Ao final de 2007, 9,5 milhões de consumidores já haviam feito pelo menos uma compra pela internet, 35,7% a mais do que em 2006, segundo levantamento da consultoria e-bit. Nesse comparativo, a movimentação do comércio eletrônico cresceu 43,2%, para R$ 6,3 bilhões.
Já o varejo convencional teve expansão de 11,8% na receita nominal. As compras on-line, segundo estimativas do setor, já representam cerca de 3% das vendas totais do comércio.
Um dos motivos a favor da web é o aumento do número de brasileiros navegando na rede. De acordo com o Ibope/NetRatings, em 2000 eram cerca de 9,8 milhões. Agora são 39 milhões -e 24,4% deles já são consumidores ‘virtuais’. Segundo Pedro Guasti, diretor-geral da e-bit, nos EUA esse patamar ultrapassa os 70%.
Além do mercado mais maduro, o consultor Marcos Gouvêa de Souza lembra que os norte-americanos aprenderam a comprar sem tocar os produtos devido às vendas por catálogo, modalidade com poucos adeptos no Brasil, onde o ‘aprendizado’ vem pela web.
Para Guasti, quem está mais perto de começar a comprar pela rede são os usuários de internet banking porque, além de terem acesso a um computador, estão em uma faixa de renda pelo menos razoável, já que têm conta em banco, maior probabilidade de possuir cartão de crédito e já venceram o medo inicial da segurança dos dados colocados na web.
Gerson Rolim, diretor-executivo da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, destaca ainda que o crescimento nas classes A e B será orgânico, ou seja, apenas acompanhará o aumento da população nessa faixa, pois a maior parte dela já aderiu às compras on-line.
Os consumidores que vão manter o nicho em alta são os das classes C e D, que ainda estão descobrindo esse canal.
As mulheres estão ampliando sua participação e passaram de 43% (2006) para 46% dos compradores. Com isso, diz Rolim, muda o perfil de consumo, com alta nas vendas de vestuário, calçados e saúde e beleza. O levantamento não considera as vendas de veículos, passagens e pacotes de turismo e leilões.
Fim dos CDs
Na divisão dos produtos pesquisados, CDs, DVDs e vídeos caíram da segunda posição em 2006 para a sétima em 2007. Isso mostra, segundo Guasti, que ‘a mídia vem deixando de ser a razão desse mercado’ devido à facilidade de download, principalmente de músicas.
Livros, revistas e jornais continuam no topo da lista, na qual vem aumentando a participação de produtos com maior valor agregado, como itens de informática, eletrônicos e celulares, que apresentaram queda de preço com a desvalorização do dólar em relação ao real.
Em 2007, os preços dos produtos em geral vendidos on-line tiveram redução de 3,53%.
Para este semestre, a previsão é manter o ritmo de crescimento em 45%, com R$ 3,8 bilhões em receita, e alcançar 10,5 milhões de consumidores.’
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O Estado de S. Paulo
Quarta-feira, 12 de março de 2008
GOVERNO
Secretário viajou sem aval de Requião
‘O secretário da Comunicação Social do Paraná, Airton Pisseti, confirmou ontem na Assembléia Legislativa que foi nove vezes ao Paraguai, antes de entrar em férias, onde passou 17 dias trabalhando na campanha presidencial de Fernando Lugo. Em nenhuma dessas vezes teve a autorização do governador Roberto Requião (foto), conforme prevê o Estatuto do Servidor. A oposição suspeita que parte dos gastos foi paga com cartão corporativo. Pisseti negou as acusações.’
LIBERDADE DE INFORMAÇÃO
TRE terá que tornar sessão pública
‘O Conselho Nacional de Justiça determinou ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo que entregue à Procuradoria Eleitoral cópia do áudio de sessão realizada em setembro. O acesso ao documento fora negado sob argumento de que sua disponibilização poderia desestabilizar os trabalhos da Justiça Eleitoral. O CNJ acolheu recurso do procurador eleitoral Mário Bonsaglia que defendeu o caráter público das sessões e a liberdade de informação.’
INTERNET
Vendas do varejo virtual sobem 43% e alcançam R$ 6,3 bilhões
‘As vendas varejistas pela internet cresceram 43% no ano passado, chegando a R$ 6,3 bilhões no País. Somente no Natal, foram vendidos R$ 1,081 bilhão. Para o primeiro semestre deste ano, a expectativa é aumentar 45%. ‘O comércio eletrônico responde por cerca de 3% do varejo total no Brasil’, afirmou Pedro Guasti, diretor-geral da E-Bit, empresa responsável pela pesquisa. ‘Nos Estados Unidos, que já tinham uma tradição de venda por catálogo, essa participação está em 6%.’
Segundo a E-Bit, 9,5 milhões de brasileiros compram pela internet, num total de 40 milhões de internautas. ‘Existe uma parte do público que ainda tem uma sensação de insegurança ao comprar pela internet’, apontou Guasti, para quem a tendência é de que a situação mude. ‘Está havendo a entrada na internet de uma grande massa, com menos renda, para quem pesquisar preços e comprar pela rede pode fazer diferença no orçamento familiar.’
Cerca de 43% dos consumidores virtuais têm renda até R$ 3 mil. ‘A participação desse público tem crescido, em média, dois pontos porcentuais por ano’, disse o diretor-geral da E-Bit. A internet brasileira tem recebido impulso do aumento das vendas de computadores. No ano passado, foram vendidos 10,7 milhões de PCs no País, mais do que o número de televisores.
A E-Bit não tem ainda uma projeção fechada para o faturamento do varejo online para este ano. ‘Ele deve ficar entre R$ 8,7 bilhões e R$ 9 bilhões, se o crescimento se mantiver no mesmo ritmo’, afirmou Guasti. Até o fim deste trimestre, o total de consumidores virtuais deve chegar a 10,5 milhões. O valor médio de cada compra deve passar de R$ 302, no fim de 2007, para R$ 305.
O comércio virtual é bastante concentrado. A E-Bit tem 2,5 mil lojas cadastradas, mas apenas 20 delas concentram 70% do faturamento. ‘Na nossa métrica, entram lojas formais, que têm CNPJ, e com o processo totalmente automatizado’, explicou o executivo. Lojas em que o final da negociação tem de ser feito por correio eletrônico, por exemplo, não entram.
A categoria de livros, revistas e jornais ficou com 17% das vendas, a maior fatia do comércio virtual. Em segundo lugar, ficaram os produtos de informática (12%), seguidos dos eletrônicos (9%), de produtos de saúde e beleza (8%) e dos telefones celulares (7%).
Segundo a E-Bit, a internet é uma ferramenta importante para o varejo, mesmo quando as compras não são fechadas na rede. ‘Fizemos uma pesquisa que mostrou que cerca de 30% das pessoas pesquisaram na internet antes de comprar em lojas físicas’, afirmou Guasti. O inverso também acontece. ‘Quarenta por cento dos consumidores virtuais visitaram lojas físicas, para conhecer o produto pessoalmente, antes de comprarem pela internet.’’
O Estado de S. Paulo
Windows Live nos celulares da Vivo
‘A operadora de telefonia celular Vivo fechou um acordo com a Motorola e a Microsoft para oferecer acesso ilimitado ao Windows Live, aplicativo que reúne o comunicador instantâneo Messenger, o Hotmail e o site de relacionamentos Spaces. O custo será de R$ 8,90 por mês. Por ora, o aplicativo será compatível com oito modelos da Motorola.’
CINEMA
Saldanha pinta, borda e agora até dubla
‘Como se faz uma dublagem de filme de animação? Tudo começa de forma mais ou menos acidental. Em Hollywood, no díptico – que agora está virando trilogia – A Era do Gelo,por exemplo, o diretor Carlos Saldanha grava primeiro com os atores e, depois, a partir da voz dos personagens, vai desenvolvendo a animação, muitas vezes (quase sempre?) incorporando características dos próprios intérpretes às figuras em cena. Mas, às vezes, apenas como som-guia, são usadas vozes que são depois substituídas pelo trabalho dos verdadeiros dubladores. Em Horton e o Mundo dos Quem!, que estréia na sexta-feira, Carlos Saldanha havia gravado, internamente, no estúdio da Blue Sky, as falas do dentista que atende o prefeito. Mais tarde, quando foi feita a dublagem da versão brasileira, não havia dublador para o papel e Saldanha foi cooptado pelos diretores de forma definitiva.
‘Vai ser ótimo, e você ainda vai falar português, eles brincavam comigo’, diz Saldanha, em entrevista por telefone de seu estúdio em Nova York. Convencido, gravou a parte que é pequena mas divertida. ‘Não gosto particularmente da minha voz e até fico meio aflito de ficar me ouvindo, mas sempre me coloquei na trilha dos meus filmes.’ Como o lendário Hitchcock, que sempre fez pequenas apariçõres em seus clássicos de suspense – e, depois, o público ficava esperando pela entrada em cena do grande diretor, a ponto de ele resolver o problema dando as caras logo no começo dos últimos filmes -, Saldanha sempre faz um som, um ruído, qualquer coisa para deixar a voz registrada nos filmes. Virou talismã, e tem dado certo.
No caso de Horton, também era uma forma de prestigiar o trabalho de seus amigos Hayward e Martino. Ambos integraram a equipe de Robôs, em diferentes funções. Saíram da equipe de Saldanha para dirigir o próprio filme e agora voltam a trabalhar com o diretor em A Era do Gelo 3. A animação deve estrear no verão norte-americano de 2009. Já foram feitas várias versões do roteiro, e ele ficou ‘muito bacana’, garante Saldanha, que tem um carinho especial pelo trio de personagens de suas duas animações – a primeira, co-dirigida por Chris Wedge – que estouraram nas bilheterias e o transformaram em referência (e valor seguro) da moderna animação de Hollywood. ‘A gente trabalhou muito no roteiro e agora já estamos captando as imagens, mas não significa que o roteiro esteja pronto. Às vezes, é o próprio desenho, o rumo que os personagens tomam ao sair do papel, que determina mudanças no que havia sido estabelecido.’
O deadline já estabelecido – a data de estréia – não é uma pressão muito grande sobre a equipe? ‘É, mas isso faz parte’, explica Saldanha, que saiu do estúdio de gravação onde trabalhava com Dennis Leary – que faz o tigre dente-de-sabre – nas falas de A Era do Gelo 3 para o outro estúdio, em que gravou sua participação em Horton. Ele gosta do filme adaptado da história do Dr. Seuss e, mais do que isso, acha que é importante. ‘Este mundo contido numa partícula de pó e que é preciso salvar é o nosso mundo. A Terra parece gigantesca, mas é minúscula no universo, e também está ameaçada de destruição. O aquecimento global, o desmatamento. Se não houver uma consciência ecológica radical, logo-logo teremos o apocalipse tantas vezes descrito pelo cinema.’
Saldanha, seus amigos e técnicos. Você, com certeza, ouve muito falar que o cinema é uma arte de equipe, que envolve muita gente para expressar a visão do diretor (ou diretora). A animação, que muitos consideram a oitava arte, mais até do que o cinema – a sétima – é um trabalho de grupo. ‘Certos filmes até acredito que pudessem ser feitos sozinhos, mas uma animação, nunca’, diz Saldanha. São tantas as etapas no processo. Cada personagem tem sua equipe de animação e, a cada avanço, mais pessoas vão participando, opinando, contribuindo.
O repórter, que não fala com Saldanha desde que ele esteve no Brasil lançando A Era do Gelo 2, não se furta a comentar as novidades. O Oscar de melhor animação do ano para Ratatouille. ‘É maravilhoso’, resume o grande animador brasileiro, sobre o trabalho do colega. Várias animações clássicas da Disney também estão saindo em edições especiaios para colecionadores. Mogli, Aristogatas, 101 Dálmatas. Saldanha gosta de todas, mas tem carinho especial por Mogli. ‘É a minha preferida, um filme que sei de cor. Para fazer o tigre de A Era do Gelo, estudamos muito, a equipe e eu, o Mogli. Baghera, a pantera, foi uma referência. O desenho é lindo, sobre este garoto criado nas selvas, dividido entre o instinto animal e a cultura humana.’’
Flávia Guerra
A Casa de Alice é o melhor filme paulista de 2007
‘‘Eu cheguei ao cinema. E para ficar’, disse Chorão ao receber o prêmio de melhor trilha sonora por O Magnata, durante a entrega do 4.º Prêmio do Cinema Paulista, na segunda, no Teatro Popular do Sesi-SP. ‘Quero agradecer a todos os que compreendem o que representamos e o que tentamos passar para nossa geração’, completou o cantor. Chorão ganhou apoiadores. ‘Queria dizer (viu, Chorão?) que eu também cheguei ao cinema. E também para ficar’, brincou o ator Rafael Raposo, após receber o prêmio por sua ‘incorporação’ de Noel Rosa em Noel – O Poeta da Vila, de Ricardo Van Steen (o filme também levou a melhor direção de arte para Cláudio Amaral Peixoto).
O coro dos contentes foi completado pela equipe de A Casa de Alice, melhor filme do ano. Dirigido por Chico Teixeira, este drama sobre uma uma típica família de classe média da periferia paulistana desbancou O Magnata (dirigido por Johnny Araújo) e O Cheiro do Ralo, dirigido por Heitor Dhalia. ‘Difícil falar. Mas desejo muito amor a todos’, declarou Teixeira, ao receber o prêmio por A Casa de Alice: no valor de R$ 45 mil.
O Cheiro do Ralo ganhou na categoria direção. ‘Estou muito feliz com este prêmio. Ele é prova de que podemos ir adiante. Não é o modelo ideal. Tanto que para o meu próximo filme, estou tendo todo o apoio e o orçamento que considero digno’, comentou por telefone o melhor diretor da noite, Heitor Dhalia. ‘O Cheiro foi finalista em quase todas as categorias. E levou a de direção, fotografia (para Jozé Bob Eliezer) e roteiro (também para Dhalia e Marçal Aquino). Isso é prova de que uma boa equipe trabalhando junto é o que melhor pode haver em nosso cinema’, comentou a produtora do filme, Joana Mariani.
‘Foram prêmios importantes e significativos, que premiam a atitude e não só a estética’, completou o diretor, que não compareceu à premiação porque já está nos ensaios finais de seu novo longa-metragem, À Deriva, que começa a ser filmado no dia 31, na cidade deBúzios.
A vitalidade do cinema paulista já havia sido conferida pelo público na mostra deste 4.º Prêmio, que foi realizada de 22 de fevereiro até o dia 2. A seleção reuniu 23 longas de São Paulo realizados no ano passado e os reuniu em 12 categorias. Em seguida, o público da mostra elegeu os três finalistas de cada categoria, que foram, então, eleitos por um júri oficial.
Na categoria melhor atriz, nenhuma surpresa. Carla Ribas, que vem colecionando prêmios por sua atuação em A Casa de Alice, foi a melhor do ano. ‘Com este filme aprendi que, como na vida, no cinema não se faz nada sozinho. Estou muito grata a todos’, declarou a atriz, que também é co-produtora do filme. Entre os coadjuvantes, Flávio Bauraqui foi o melhor por Os 12 Trabalhos, de Ricardo Elias. Maria Luíza Mendonça foi a melhor atriz coadjuvante por Querô. A melhor montagem foi para Rodrigo Menecucci, por O Magnata. O melhor curta-metragem do ano foi Overdose Digital.
Apesar de a separação entre documentário e ficção ter sido combatida nos últimos tempos, quando o assunto é premiação de ‘melhor filme’, não há como negar que, para fechar a noite, faltou mesmo um melhor documentário paulista.’
TELEVISÃO
Passado e futuro
‘‘Um dia, o Paulo Francis chegou todo eufórico falando: ‘Tem um cara genial, bonito, e que está escrevendo o romance definitivo. Quero trazer ele como convidado do programa’, contou o apresentador Lucas Mendes, um dos idealizadores do Manhattan Conection, do GNT.
O convidado em questão era Diogo Mainardi. ‘Ele não disse nada que se aproveitasse. Fiquei em pânico com a primeira performance dele no vídeo’, diverte-se Lucas Mendes.
Histórias curiosas como essa fazem parte da trajetória do Manhattan Conection, o programa mais antigo da TV paga e que comemora 15 anos neste mês.
No domingo, às 23 horas, o GNT exibirá um especial em homenagem ao aniversário da atração. Como sempre, no primeiro bloco haverá a sessão nostalgia, com os impagáveis comentários de Paulo Francis e as participações de antigos integrantes, como Arnaldo Jabor e Gerald Thomas.
Paula Muniz, editora-executiva, conta que o especial também discutirá tendências. ‘A temática desse programa será discutir o que virá nos próximos 15 anos e o futuro do Manhattan Conection’, explica.’
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