Não foi só a imprensa popular que se interessou pelas confusões noturnas em que se envolveu Ronaldo, o fenômeno.
O New York Times publicou ontem uma matéria e na semana passada, jornais europeus de qualidade como o espanhol El País e o italiano La República, também entraram no assunto procurando, como é óbvio, mantê-lo dentro dos seus paradigmas de decência e respeito.
Com sua matéria de capa no último fim de semana, Veja seguiu uma linha diferente: preferiu liquidar a carreira do esportista ao comparar o penoso episódio com o triste fim de Maradona.
Vamos com calma: por mais vexatórias que tenham sido as circunstâncias daquela aventura, o jogador continua contratado pelo Milan recuperando-se de uma cirurgia. Até prova em contrário, apesar do seu peso e da idade, Ronaldo ainda é um craque.
O semanário da Abril estendeu ao camisa nove o mesmo tom raivoso e enfezado que tem adotado em matéria política nos últimos tempos. Não ofereceu o benefício da dúvida, simplesmente cedeu à tentação de derrubar o mito e espezinhá-lo.
O Fantástico de ontem à noite agiu corretamente e ofereceu ao desastrado uma oportunidade para explicar-se e desculpar-se. Convém não esquecer que uma imprensa linchadora cria um público linchador.