Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Biblioteca virtual chega à Europa

O Google afirmou na segunda-feira (17/10) que começou a operar sítios do seu programa de biblioteca digital Google Print em língua local em oito países da Europa – onde seu projeto recebeu fortes críticas – em um esforço para tornar todos os livros do mundo disponíveis para busca na rede, noticia Edward Wyatt [The New York Times, 18/10/05].

Os sítios do Google Print na França, Itália, Alemanha, Holanda, Áustria, Suíça, Bélgica e Espanha permitem que usuários procurem livros fornecidos pelas editoras em cada país, assim como livros na língua inglesa para os quais a empresa tem os direitos locais garantidos. Susan Wojcicki, vice-presidente de produtos do Google, afirmou que os novos sítios atualmente podem ser utilizados apenas para buscar um número relativamente pequeno de livros. Muitos deles começaram a ser escaneados desde agosto, quando a empresa, tentando expandir seu programa de livros online, começou a fazer negociações com editores europeus.

A Feira de Livros de Frankfurt, uma das maiores reuniões anuais de editoras, agentes e autores, foi uma oportunidade para a empresa continuar sua abordagem com editores da Europa. Um executivo do Google participou de uma discussão, na semana passada, sobre os inúmeros esforços concorrentes para digitalizar livros. No mesmo painel, estava presente o presidente da Biblioteca Francesa Nacional, Jean-Noel Jeanneney, um dos principais críticos do projeto do Google. Jeanneney começou a advogar pelo trabalho europeu de digitalizar e catalogar as coleções de bibliotecas do continente logo depois que o Google anunciou em dezembro do ano passado acordos para digitalizar, em um prazo de dez anos, as coleções de 15 milhões de livros e documentos de cinco grandes bibliotecas (das universidades de Harvard, Stanford e Michigan, nos EUA, Oxford, no Reino Unido, e da Biblioteca Pública de Nova York). Na época, Jeanneney argumentou que o Google iria privilegiar somente obras em idioma em inglês com predominância do pensamento anglo-saxônico.

O funcionamento dos sítios europeus é muito parecido com o do sítio principal do Google Print. Um usuário que acessa o sítio alemão em busca de uma palavra irá receber links para livros que contenham a palavra. O internauta pode ver algumas das páginas de cada livro onde a palavra aparece, examinar a informação bibliográfica do livro e ir a sítios de comerciantes que vão vender o livro diretamente ao consumidor.

Eventualmente, os sítios europeus darão acesso a dados sobre livros de língua estrangeira nas coleções da Biblioteca Pública de Nova York e das bibliotecas das universidades de Stanford, Harvard, Michigan e Oxford. Entre as editoras européias que assinaram acordos com o Google estão o Grupo Planeta e Grupo Anaya, da Espanha, De Boeck e Editions De L’Eclat, da França, e Springer Science & Business Media, da Holanda. 



Mais um processo contra o projeto

A Associação de Editores Americanos abriram um processo contra o Google, alegando que os planos da companhia de internet para disponibilizar na rede o conteúdo de livros de grandes bibliotecas violam as proteções de direitos autorais. O grupo resolveu tomar medidas legais depois que longas discussões com a administração do Google sobre o Print Library Project falharam. ‘A indústria editorial está unida por trás deste processo contra o Google e unida na luta para proteger seus direitos’, afirmou a presidente da Associação, Patricia Schroeder. A ação legal segue um processo similar aberto mês passado pelo Authors Guild, grupo que representa milhares de escritores nos EUA, contra o projeto de biblioteca online do Google. Informações de Alorie Gilbert [CNET News, 19/10/05]