O diário francês Libération ganhou na justiça o direito de publicar um cartum que mostra Jesus nu usando apenas uma camisinha. O desenho apareceu nas páginas do jornal em abril deste ano – como uma crítica à recusa da igreja católica em aceitar o uso de camisinhas para proteção contra HIV, Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis – e enfureceu organizações e grupos católicos e cristãos.
O cartum mostrava Cristo no meio de uma roda de cardeais negros usando apenas uma camisinha. Próximo ao grupo, um cardeal branco se vira a seus apavorados colegas e diz: ‘Ele teria certamente usado uma camisinha’.
O Libération foi processado pela Aliança Geral contra o Racismo e pelo Respeito da Identidade Francesa e Cristã. O presidente do grupo, Bernard Anthony, afirmou que o jornal ofendeu todos os cristão e ‘feriu seu direito de praticar sua religião’.
O tribunal onde a ação foi julgada, em Paris, descreveu o desenho como ‘bruto’, mas ressaltou que ele não quebra nenhuma lei. A sentença afirma que o ilustrador quis criticar ‘a atitude do Papa anterior e certos membros da igreja [sobre o uso de camisinha] em função do início do pontificado de Bento 16’, e não teve a intenção de ofender os cristãos em geral – levando em consideração que muitos católicos já criticaram aberta e publicamente a posição da igreja quanto ao uso de camisinha. Informações de Clare Chapman [The Guardian, 8/11/05].
Revista católica se desculpa por nádegas
Uma das revistas mais populares da Itália, a semanal Famiglia Cristiana pediu desculpas a seus leitores por ter estampado em suas páginas um anúncio publicitário que mostrava as nádegas nuas de uma mulher.
A peça, de um fabricante de sistema de ventilação para banheiros, mostrava a mulher de costas, tomando banho, através da porta de vidro do box, com o ambiente enfumaçado. ‘Se quiser ver claramente, chame um eletricista agora’, dizia o texto. A publicação causou polêmica, já que se trata de nada menos do que uma revista católica.
Esta foi a primeira vez que Famiglia Cristiana publicou uma imagem de nudez. ‘Modéstia e decência são valores importantes para nós e não os estamos abandonando’, afirmou o editor Antonio Sciortino em mensagem de desculpas aos leitores publicada na edição seguinte. Sciortino havia defendido a decisão da revista em publicar o anúncio, mas voltou atrás após ser bombardeado por reclamações dos leitores. Informações da Reuters [8/11/05].