‘O empresário Jorge Souza, de Itaporã (MS), cria e processa peixes que são exportados para vários países. O volume ainda é pequeno, mas em três anos o número de funcionários da sua empresa, a Mar & Terra, passou de seis para 160. Souza é um dos pequenos empresários, em fase de expansão, que vai contar a sua história em campanha publicitária que a Agência de Promoção de Exportações e Investimento (Apex), do Ministério do Desenvolvimento, começa a veicular esta semana.
Criada pela agência de publicidade Giacometti, a campanha, diz o presidente da Apex, Juan Quirós, tem por objetivo estimular o número de exportadores, mostrando, sobretudo aos micro e pequenos empresários, que eles podem exportar e conquistar novos mercados. É o caso da empresária Walquiria Ayres, gerente do consórcio Flor Brasil, de biquínis, situado em Brasília. São 12 microempresas (eram sete no início) que hoje vendem para EUA, Espanha e Dinamarca, entre outros países.
A campanha da Apex vem embalada nas vendas externas de US$ 98,6 bilhões de janeiro até a primeira semana deste mês, ante importações de US$ 61,4 bilhões. Na outra frente, a externa, a Apex pretende usar o futebol e o carnaval como abre-alas dos produtos brasileiros. ‘Vamos veicular publicidade na Alemanha, durante a Copa de 2006, para mostrar que, além de craques no futebol, temos também produtos para oferecer, sabemos as regras do jogo e temos condições de entregar as mercadorias no prazo e assinar contratos de médio e longo prazo’, diz Quirós.
A estratégia mais agressiva de publicidade da Apex também vai invadir a passarela do samba. O órgão vai patrocinar o desfile da escola de samba carioca Portela. O tema da escola será a marca Brasil.
Atualmente, a Apex conduz 420 projetos, em parceria com quase 200 instituições empresariais e de classe. Este ano, por exemplo, a entidade assinou acordo com a Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais (Apro), com o objetivo de promover a produção e co-produção de filmes publicitários brasileiros no exterior. Entre as atividades previstas no projeto estão ações de marketing e divulgação internacional, que incluem a consolidação da marca FilmBrazil no exterior.
Uma das primeiras ações aconteceu no Festival Internacional de Publicidade de Cannes, em junho, com a participação de 65 empresas brasileiras. Em Cannes, a FilmBrazil divulgou as imagens e os custos de produção no Brasil, que chegam a ser 30% menores que nos Estados Unidos, por exemplo.
Outra campanha realizada pela Apex no exterior, no ano passado, em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), teve como meta mostrar que o Brasil não é apenas grande exportador de soja e produtos agropecuários, mas também de bens de capital mecânicos. A campanha da Rino Publicidade desmistificava, também, a imagem do Brasil como país do samba, carnaval e futebol, mostrando o seu lado industrial.
Só que Quirós, agora, quer se valer justamente desses atributos, transformando futebol e carnaval em porta-estandartes de outros setores. Recentemente, por exemplo, a Apex veiculou campanha no exterior para vender o setor de jóias e pedrarias nacionais, ligando esses produtos à flora nacional.
Quirós diz que as ações da Apex hoje atingem setores que respondem por 63% das exportações brasileiras, mas a entidade tem como abrigar novos setores e empresas, que também fazem esforço individual para divulgar suas marcas. É o caso da cachaça Sagatiba, que ganhou campanha da inglesa Saatchi & Saatchi, num esforço semelhante ao das sandálias Havaianas, que fazem sucesso na Europa embaladas por campanhas criadas pela Almap/BBDO.’
COMUNICAÇÕES, 2015
‘Vocação do País é a produção de conteúdo’, copyright O Estado de S. Paulo, 13/11/05
‘Produzir conteúdo é a grande vocação do Brasil. Essa é principal conclusão do estudo ‘Comunicações 2015-Aperfeiçoamento do Modelo’, elaborado pelas consultorias Guerreiro Teleconsult e Accenture, por iniciativa da Telebrasil. Apresentado no evento Futurecom, em Florianópolis, no final de outubro, esse trabalho é, seguramente, o mais importante já realizado sobre o cenário setorial de Comunicações, após a privatização da Telebrás. ‘Para o Brasil – acentua Renato Guerreiro, ex-presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) – maior acesso às Comunicações significa maior inclusão social e melhoria da qualidade de vida da população, em especial nas áreas de educação, saúde, previdência e no crescimento sustentado’.
Entre as medidas institucionais sugeridas aos governantes estão a elaboração da Lei Geral de Comunicações e a criação de uma nova agência reguladora para todo o setor, a Agência Nacional de Comunicações (Anacom), como evolução da atual Anatel. Depois de vasta análise, o estudo recomenda soluções para algumas questões prioritárias do setor, como:
reduzir a enorme carga tributária que incide sobre os serviços de telecomunicações;
estimular à modernização da infra-estrutura de comunicações;
implementar programas de inclusão digital;
simplificar as licenças e regulamentos de telecomunicações, televisão por assinatura e radiodifusão;
fortalecer o órgão regulador;
estimular a competição e o uso de novas tecnologias.
Serviu de referencial para o diagnóstico e as proposições do trabalho a situação das Comunicações em oito países: Estados Unidos, Chile, Reino Unido, Espanha, Itália, Índia, Austrália e Coréia do Sul, que estão em estágios de desenvolvimento bastante distintos.
O modelo brasileiro precisa ir muito além da reestruturação já implementada nas telecomunicações, nos anos 1990, que possibilitou investimentos superiores a R$ 130 bilhões, de 1998 a 2004, introduziu a competição em telefonia fixa – com maior sucesso em longa distância, telefonia celular e serviços corporativos – e acelerou a universalização de serviços, principalmente nos domicílios das classes C e D e E. Vale lembrar que as concessionárias podem instalar um telefone fixo em até sete dias, mesmo em localidades de até 300 habitantes. Subsiste, no entanto, um grande problema, o da ociosidade de 7 milhões de linhas telefônicas ainda sem assinantes.
COLCHA DE RETALHOS
No seu conjunto, a legislação brasileira de Comunicações é uma verdadeira colcha de retalhos. Na área de rádio e TV, além da sobrevivência de uma legislação obsoleta, de mais de 40 anos, e de decretos-leis do tempo da ditadura, existem diferenças gritantes entre segmentos semelhantes, como os da TV aberta e da TV por assinatura, bem como destes com os serviços fixos e móveis de telecomunicações. Sem falar nos exemplos da área de tecnologia da informação.
Esse tipo de regulação segmentada provoca incongruências e tratamento desigual a usuários e empresas que atuam em segmentos distintos, pois, pela evolução tecnológica em curso, muitas dessas empresas poderiam oferecer serviços idênticos ou similares.
O processo de convergência desafia essa visão legislativa e regulatória que dificulta a fixação de regras para novos serviços como IPTV (TV via internet), mobile TV (TV via celular ou outros dispositivos móveis), VoIP (telefonia com protocolo da internet) e unificação dos serviços fixos e móveis, o que leva as empresas do setor a um processo desordenado de conquista de clientes e negócios.
PAIXÃO NACIONAL
A radiodifusão faz parte da vida dos brasileiros. A média diária de audiência de TV é a maior entre os países tomados como referência: quase 5 horas por dia por domicílio. O segmento de radiodifusão mostra, em síntese, elevada penetração e excelentes perspectivas de crescimento no Brasil.
O mercado de TV por assinatura, no entanto, é dos menos desenvolvidos: para uma rede terrestre com capacidade para 11 milhões de assinantes em 2004, o País tinha menos de 4 milhões de assinantes (domicílios), incluindo os assinantes em tecnologia de satélite. A penetração de TV por assinatura no Brasil (9% dos domicílios) é muito menor que a de países emergentes, como o Chile (28%) e a Índia (27%). Sem falar na Argentina (53%).
O uso das tecnologias da informação e da comunicação (TICs) – internacionalmente chamadas de Information and Communication Technologies ou ICTs – tem sido responsável pelo desenvolvimento sustentado de países como Suécia, Estados Unidos, Japão, Austrália e Canadá, exatamente os que mais têm investido nessas tecnologias. É com esse mesmo propósito que entidades como as Nações Unidas e a União Internacional de Telecomunicações (ITU) estimulam e promovem o desenvolvimento da Sociedade da Informação, propondo metas para 2015, nos chamados Objetivos do Milênio.
Quanto à inclusão digital, o estudo mostra que o esforço brasileiro ainda está muito aquém do desafio gigantesco representado por mais de 100 milhões de habitantes ainda sem acesso aos benefícios das ICTs.
É esse o ponto central que quase todos os governos parecem não perceber.’
INCLUSÃO DITIGAL
‘O Banco Popular não quer o PC Popular’, copyright Folha de S. Paulo, 14/11/05
‘O PC Popular , uma das melhores iniciativas sociais do governo, arrisca descarrilhar numa mistura de burocracia e marquetagem. Lula anunciou que pretende colocar no mercado 1 milhão de computadores ‘para as famílias mais pobres’. Nas suas palavras: ‘Estaremos dando a oportunidade de o Brasil se transformar num país onde a informática não será problema para a nossa juventude’.
Exagero. A juventude brasileira precisa, por baixo, de 15 milhões de computadores. Há duas iniciativas em curso. Numa, o governo propôs e o Congresso aprovou uma redução na mordida que davam nas pessoas que compram computadores baratos. Coisa de 9,5%. Graças a esse rebate, máquinas de boa qualidade poderão custar R$ 1.399 na rede varejista.
Algo como R$ 75 mensais em três anos. Esse é o pedaço bem sucedido, sem cadastros nem burocracia. A outra iniciativa, exclusiva do governo, é o financiamento de máquinas até um teto de R$ 2.500 com taxa de juros de 2%. (Nesse programa, a prestação de R$ 75 mensais ficará por R$ 60.)
O governo sabe que nove em dez varejistas financiarão a freguesia cobrando suas taxas de juros, sem recorrer à linha de crédito do PC Popular. Fazem isso porque ganham mais, mas também porque a burocracia do dinheiro oficial é temível. A fala de Lula sugere que o cidadão irá à loja e procederá como se comprasse um fogão. Preencherá os papéis do crediário, pagará a entrada e levará a máquina. Ilusão companheira.
Na vida real, quem escolher o crédito barato do PC Popular terá que passar pela burocracia da Caixa Econômica ou do Banco do Brasil. No caso da Caixa, deverá abrir uma conta. No do Banco do Brasil, o crédito é oferecido aos seus 22 milhões de correntistas, um terço dos quais tem renda inferior a três salários mínimos. No governo de Lula, a instituição pariu um espalhafatoso filhote chamado Banco Popular.
Ele tem 1,4 milhão de clientes, mas não emprestará dinheiro para a compra do PC Popular. Por quê? Por falta de uma estrutura capaz de dar viabilidade financeira à operação. Raciocínio técnico impecável.
O Banco do Brasil é aquela empresa cujos diretores acharam tecnicamente razoável mimar Lula e seus ministros com um andar na avenida Paulista para facilitar seus despachos quando vêm a São Paulo.
Compraram 70 mesas (R$ 70 mil) para um show de Zezé di Camargo e Luciano destinado a arrecadar dinheiro para o PT. Seu diretor de Marketing, um afortunado investidor, contou que a destinação das verbas de propaganda da instituição era aconselhada pelo comissário Luiz Gushiken. Em 2004 o Banco Popular emprestou R$ 20 milhões e torrou R$ 24 milhões em propaganda. Com quem? Com a DNA de Marcos Valério.
É louvável que o Banco do Brasil tenha mecanismos rigorosos para emprestar dinheiro ao andar de baixo. É triste que seus controles tenham sido tão frouxos quando lidou com os comissários do andar de cima. No caso do PC Popular o paradoxo vai mais longe. Para vender máquinas a preços reduzidos a Viúva abriu mão de impostos que rendiam algo como 9,5% do preço da máquina. O Banco do Brasil exige que a operação de crédito seja feita com o cartão Visanet (logo ela, que também tinha negócios com Marcos Valério, de quem recebeu R$ 6,4 milhões em notas fritas). A rede Visanet cobra aos varejistas uma comissão que gira em torno de 3% sobre o valor da máquina. Muito bonito: a Viúva abre mão de 9,5% e o Banco tunga 3%. Fazem isso em nome da boa técnica, mas se telefonarem para a Caixa Econômica poderão aprender como o crédito pode ser financiado sem a entrada da Visanet no negócio.
Não é função do Banco do Brasil subsidiar computador no andar de baixo. Também não é função do banco fazer propaganda do governo aceitando çábios conselhos do Planalto ou oferecer a Lula e aos seus ministros um imóvel na avenida Paulista. Na hora de financiar o andar de baixo ele recebe o Caboclo Rothschild. Quando se trata de mimar o andar de cima, baixa o Caboclo Companheiro e os doutores se esquecem dos acionistas.’
INTERNET
‘Democratizar a internet’, copyright Agência Carta Maior (www.agenciacartamaior.com.br), 9/11/05
‘O controle da internet confere aos Estados Unidos uma vantagem estratégica decisiva. O paralelo feito pelo jornalista Ignacio Ramonet é esclarecedor: no século XIX, era o controle das vias de navegação que levou a Inglaterra a dominar o mundo.
As novelas de ficção científica nos acostumaram com as invenções mais estrambóticas, mas nunca incluíram nada que se parecesse à internet – a descoberta que mais tem mudado a vida das pessoas. Ela foi criada como instrumento militar da guerra fria – como sistema de comunicações que pudesse sobreviver a um ataque atômico – e somente em 1989 seria inventado o WWW, permitindo a difusão das informações e o acesso a um público amplo e gerando as condições de sua impressionante difusão.
Em 2003 realizou-se, a pedido da ONU, a primeira Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação, em Genebra, quando a internet chegava ao grande público há apenas dez anos. Já se via claro como esse instrumento de comunicação favorecia sobretudo os países mais ricos. Apesar de seu imenso potencial democratizador, o filtro da distribuição desigual de riqueza e de apropriação das tecnologias fez com que rapidamente a internet reproduza a polarização entre ricos e pobres: 19% dos habitantes do mundo representam 91% dos usuários da internet, dos quais apenas 1% está da África, dentre as quais muito poucas mulheres.
Uma das decisões da reunião – a criação de um ‘fundo de solidariedade’ para atacar essas desigualdades – não foi aprovado, porque os países ricos se negaram a contribuir com os recursos financeiros. O presidente do Senegal propôs um imposto de 1 euro para cada computador comprado em qualquer lugar do mundo, houve quem propusesse o aumento de 1 centavo de euro para cada chamada telefônica, sempre com o objetivo de diminuir essas desigualdades, mas nada foi aprovado.
Discutiu-se também o tema do controle sobre a internet – o modo de regulação e a gestão. Atualmente os EUA detêm o seu controle, podendo inclusive bloquear todos os envios de mensagens eletrônicas de todo o mundo. Foi feito um apelo a favor de uma gestão multilateral da internet, transparente e democrática, com a plena participação dos governos, do setor privado e de organizações civis. Considerou-se a hipótese de transferir sua responsabilidade para a ONU, mas os EUA recusaram qualquer dessas idéias, revelando como não estão dispostos a abrir de seu lugar de potência hegemônica em um mundo unipolar, em nenhum plano. Seu argumento – decorrente daquele que identifica capitalismo e democracia – é o de que apenas a gestão privada garantiria a liberdade na internet.
Neste mês, de 16 a 18 de novembro, se realiza a Segunda Cúpula Mundial, centrada exatamente no tema do controle democrático da internet. Em setembro, se realizaram negociações preliminares entre os EUA e a União Européia, com esta reivindicando uma reforma do controle da internet para setembro de 2006, quando o contrato que liga a Icann – um organismo de direito privado sem fins lucrativos sediado em Los Angeles – com o Ministério de Comércio dos EUA, mas a reunião fracassou, pela recusa de qualquer mudança por parte de Washington. O Brasil, a China, a Índia e o Irã se somaram à posição européia, mas sem sucesso.
Ignacio Ramonet chama a atenção, no Le Monde Diplomatique deste mês, sobre as dimensões do conflito. ‘Esta diferença possui uma dimensão geopolítica. Em um mundo cada vez mais globalizado, em que a comunicação tornou-se uma matéria prima estratégica e em que se multiplica explosivamente a economia do imaterial, as redes de comunicação desempenham um papel fundamental. O controle da internet confere à potência que o exerce uma vantagem estratégica decisiva. Como, no século XIX, o controle das vias de navegação tinha levado a Inglaterra a dominar o mundo.’
A alternativa pela qual lutam os mesmos países que conseguiram aprovar na Convenção da Unesco, em Paris, no mês passado, o marco legal de proteção da diversidade cultural – com apenas dois votos contra, dos EUA e de Israel – é o fim do controle dos EUA sobre a internet e que este passe às mãos de um órgão criado pela ONU. A Europa e os maiores países semiperiferia do sistema – entre eles o Brasil, a China, a Índia e o Irã – comandam essa luta pela democratização da navegação do século XXI.
Emir Sader, professor da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), é coordenador do Laboratório de Políticas Públicas da Uerj e autor, entre outros, de ‘A vingança da História’.’
FOTOREPÓRTER / OESP
‘FotoRepórter tem novo sistema de transmissão’, copyright O Estado de S. Paulo, 13/11/05
‘Lançado como iniciativa pioneira no dia 30 de outubro, o projeto FotoRepórter, do Grupo Estado, já está se atualizando. Começa a funcionar hoje um sistema de transmissão de fotos por celular que não precisa de acesso pela internet. Basta acionar o item ‘enviar’ no telefone e discar 49700. A princípio, o serviço será oferecido a clientes da Vivo. No dia 18, estará disponível para a Claro, com o mesmo número. ‘Estamos negociando com outras operadoras para entrar no sistema’, diz o diretor de Marketing e Mercado Leitor do Estado e Jornal da Tarde, Antônio Hércules Júnior.
‘É o primeiro projeto de integração entre operadoras com esse tipo de tecnologia no País, a MMS (serviço de mensagem multimídia)’, diz Hugo Halfeld, responsável pela área comercial da Tiaxa, que vai gerenciar a integração. ‘O sistema vai permitir usar novas idéias em projetos futuros.’
Mas os interessados em participar do FotoRepórter também podem continuar enviando normalmente fotos, feitas com câmera digital ou celular, para o e-mail fr@estadao.com.br. Informações sobre o projeto estão no site www.estadao.com.br/fotoreporter.
‘Todas as fotos, mandadas pelo 49700 ou por e-mail, precisam ter interesse jornalístico e responder às perguntas básicas: quem, quando, onde, como e por quê’, explica o coordenador do projeto e editor-assistente de Fotografia do Estado, Juca Varella. É preciso se cadastrar pelo site antes. ‘As informações são checadas. Não podemos correr riscos e publicar, por exemplo, uma imagem de arquivo antiga ou feita em outro local e circunstâncias.’
E o número de participantes tem crescido rápido. Em apenas 12 dias – do lançamento, no dia 30, até as 22 horas de anteontem – já havia 1.452 cadastros e 1.966 fotografias inscritas. ‘Algumas pessoas mandam várias imagens’, diz Varella.
Uma delas é Júlio Ferdinando Franco, narrador do National Geographic Channel. ‘Foram umas dez. Mas já tenho outras.’ Uma delas mostra um buraco na Avenida Brigadeiro Luís Antônio. ‘Dei duas voltas no quarteirão de carro para fazê-la. Mas voltei dias depois e o problema persistia. Estacionei e fiz questão de fotografar de novo.’ Apaixonado por fotografia, ele tem um objetivo: ‘Quem sabe ver uma foto minha estampada na primeira página.’
Se a imagem for selecionada, pode ser exibida no portal ou publicada nos jornais do Grupo Estado. Algumas já foram vendidas para diários de outras cidades. Quando a foto é publicada em jornais, o autor é remunerado como fotógrafo profissional.
Todos os Estados, exceto Alagoas, já têm pessoas cadastradas. Há ainda inscrições vindas de dez países: Portugal, Itália, Polônia, Egito, Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, França, Espanha e Suíça. A previsão é receber entre 50 e 100 fotos diárias. Mas, em alguns dias, chegaram mais de 200.’