Tuesday, 26 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Repórter admite ter espionado realeza britânica

Clive Goodman, jornalista que cobre assuntos da família real para o News of the World, edição dominical do tablóide The Sun, admitiu na quarta-feira (29/11), diante de uma corte londrina, as acusações de grampo em celulares da equipe dos príncipes Charles, William e Harry. A polícia iniciou a investigação do caso em dezembro do ano passado, quando três funcionários da Clarence House, residência oficial do príncipe Charles, informaram à unidade de Proteção Real da Scotland Yard (polícia metropolitana) sobre as irregularidades que estavam ocorrendo nas linhas telefônicas.


O advogado de Goodman, John Kelsey-Fry, afirmou à corte que o jornalista queria pedir desculpas a Charles, a seus dois filhos e a sua equipe. ‘Ele deseja, através de mim, aproveitar a primeira oportunidade para se desculpar publicamente para aqueles afetados por suas ações’, disse Fry ao juiz Peter Gross. ‘Ele admite que houve uma grande invasão de privacidade’.


O detetive Glenn Mulcaire, que também foi acusado de espionagem e estava sendo investigado, declarou-se culpado por ter interceptado mensagens do correio de voz de outras personalidades, como Andrew Skylet, agente do ex-jogador de futebol Sol Campbell, a modelo australiana Elle Macpherson, o advogado britânico Simon Hughes, o publicitário Max Clifford e o presidente da Associação dos Jogadores Profissionais, Gordon Taylor.


Gross aceitou o pedido da defesa para que Goodman e Mulcaire continuem em liberdade sob fiança. O caso foi adiado para uma data ainda não definida. A Press Complaints Commission (PCC), órgão de regulamentação da imprensa britânica, estabelece que ‘a imprensa não deve procurar obter ou publicar material adquirido através de câmeras escondidas ou equipamentos de escuta clandestina, ou através de interceptação de ligações de telefones fixos ou móveis, caixa postal ou e-mails’. Informações de Robin Millard [AFP, 29/11/06].